Depois das férias - wenclair +18 CONCLUÍDO ✔️

capítulo dezesseis

Fiquei fazendo cafuné no cabelo dela.

— sabe Wandinha, minha mãe não me aceita.

— ela não tem que aceitar nada, a vida é sua Enid.

— poisé, mas ela não acha isso.

Fiquei escutando.

— ela disse que é pecado, e que eu vou pro inferno.

— então é pecado amar? Uau, então todos nós vamos.

— eu não tinha pensado por esse lado — começou a rir.

— apenas viva Enid, não pelos outros, e sim por vc — beijei sua cabeça.

Ela subiu mais pra cima e me deu um beijo na bochecha.

— valeu Wandinha.

— pelo o que? — te olhei.

— por me deixar confusa e depois me ajudar a saber o que eu quero — sorriu.

Demorei a entender.

— sua mãe sabe?

— que eu gosto de garotas?

— sim.

— desconfia — sorri.

— por qual motivo?

— falar que odeio toda a raça de homens existentes, e dizer que não sou igual a ela, e que não quero casar e ser dona de casa.

— uau vc foi bem direta, basta ela juntar as peças.

— minha mãe é esperta, com certeza já ligou todas — ouvi barulhos de chuvas fortes.

— esses vidros aguentam a chuva, não se preocupa — me viu olhando pro vidro.

Puxei uma coberta e me enrolei, ser considerada uma pedra de gelo, não significa que eu não sinta frio. Enid se enrolou comigo, e ficamos em silêncio, e adivinha? Dormimos.

Acordamos com o nascer do sol, e a claridade do vidro, nos levantamos, arrumamos tudo, eu escovei os dentes, arrumei meu cabelo, e desci pra cozinha, Enid estava fazendo um café da manhã típico de um adolescente, eu continuei por ela, enquanto ela foi ao banheiro.

Fiz ovos com bacon, e chocolate quente, o básico pra essa manhã fria. A chuva já teria passado, tomamos o café e fomos pra varanda da casa da árvore. Enid se sentou no meu colo, e eu não fiz absolutamente nada.

Ela simplesmente me beijou, do nada, colocou aquela mão morna em meu rosto frio, e eu pus minha mão fria em sua cintura fina. A casa caiu.

Xavier apareceu, segurando um livro e uma caneta.

— agora eu entendi tudo — disse sorrindo numa ironia.

Eu não disse nada, Enid muito menos.

— por isso não quis ficar comigo, ou sair mais vezes, vc não gosta de meninos, o Ajax estava certo — falou.

— e aí vc ficou magoadinho?

— fiquei Wandinha, vc me fez de idiota.

— eu saí com vc, no sentido de amigos, se vc viu outra coisa, acredito que sua visão esteja ruim.

— vc engana todo mundo.

— não, vcs se enganam sozinhos.

Enid saiu do meu colo.

— a escola inteira vai saber.

Me assustei.

— ótimo, daí não preciso fazer cartas para todos os alunos anunciando isso, obrigada pelo favor que não te pedimos Xavier.

Ele nos olhos.

— aliás, vou amar as chacotas que vão fazer com vc, pela Wandinha ter negado um beijo seu, e não um meu, vai ser tipo "ele foi trocado por mulher", o que acha?

Ele me olhou enojado, e saiu batendo o livro nas paredes da árvore.

— que foi isso?

— um meio de fazer ele calar a boca, se ele abrir ela, com certeza vão zuar ele, e o Tyler, não podemos esquecer do Ajax.

— realmente... — cocei a nuca.

— não se preocupa, se alguém vazar isso, a gente desmente, fácil.

— desmentir uma verdade? Quem é vc Enid Sinclair?

— uma nova pessoa, Wandinha Addams.

Te olhei e suspirei.

Ela me abraçou, e saímos dali, voltando pra dentro da casa da árvore, pegamos nossas coisas e fomos pra escola, fiz uns deveres de casa, e quando eu ia escrever uma parte de um livro meu, chegou um e-mail, desconhecido.

"Eu sei que vc sabe..."

Ué, eu não entendi, respondi com uma "depende do que".

"A verdade por trás de uma morte..."

Pronto agora ficou pior, a Weems morreu, e a professora também, a verdade é que incobrimos a verde dos laudos, não falamos que uma foi assassinada pelo veneno de uma planta, e nem que a outra foi assassinada por abelhas, que Eugene fez atacar ela.

Então eu respondi, "qual delas?"

"Vc sabe...vc desconfia...vc acha".

Ótimo uma charada? Mulher ou homem de Deus, eu cansei dessa vida de detetive, eu quase fui expulsa, dessa vez eles não perdoa não, heim...