capítulo trinta e dois

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Acordei na hora do almoço. Pois quando abri os olhos, senti o cheiro de carne assada, vindo do refeitório, que na verdade era o pátio da escola. Olhei pra cama, Enid n estava, já deve estar almoçando. Me levantei numa preguiça, e relembrando algumas coisas, de horas passadas.

Peguei minha toalha preta fosca e fui pro banheiro, porta trancada, bati na porta, Enid falou algo, não entendi, foi algo tipo "in nhã glup dente".

Esperei escorada na porta, ela abriu, eu caí, fiz um roxo no cotovelo, ela me levantou.

— o que vc disse?

— que horas?

— quando bati na porta.

— ah, estou escovando os dentes.

Sorri e fechei a porta, poxa eu entendi tudo errado, ou será que foi ela que estava com a escova na boca.

Escovei os dentes, e liguei o chuveiro, entrei debaixo, fiquei uns dez minutos na água corrente, depois me lavei, fiquei cheirosinha, sequei meu cabelo com o secador (da Enid), e me enrolei na toalha.

Sai, apanhei o uniforme, ainda acho feio, mesmo o meu sendo cinza e preto, penteei meu cabelo, e hoje vou ficar de tranças, a muito tempo que não faço uma trança nesse meu cabelinho preto de defunto.

Passei meu perfume rosas mortas e calcei minha botinha, Enid ficou me olhando.

— algum problema Enid?

— não, só arrependimento! — pegou seu celular de cima da cômoda.

Ergui uma sobrancelha e me levantei.

Veio até mim.

— não é arrependimento na verdade, é vergonha mesmo, foi vergonhoso.

— isso é normal, muito normal, pelo o que eu saiba...

Saímos de mãos dadas, e eu nem tinha "percebido". Pegamos nosso almoço, e sim era carne assada, de porco, lembrei do porco morto, e não consegui comer, deixei a carne de lado, e fui na saladinha.

Enid comeu tanto, que eu pensei que ela estivesse a uma semana amarrada no pé da cama sem comer, Eugene foi a mesma coisa, fez um prato de pedreiro que meu Deus, pra onde foi tudo aquilo?

Comi a salada, tomei o suco de laranja, e belisquei um pouco do feijão no prato, estava uma delícia, terminamos de comer, e demorou hein, guardamos os pratos e ficamos no pátio conversando, todos passavam e nos olhavam.

— estão olhando pra nós.

— na verdade verdeira, é pra vc e a Enid.

Enid me olhou.

— é eu tô vendo.

— perderam o cu aqui? — gritei e eles pararam de olhar e começaram a cochichar.

— na verdade Wandinha todos estão surpresos com o relacionamento de vcs — Ajax apareceu com um prato de fatias de abacaxi.

— pois espero que isso passe, faz mal cuidar mais da vida dos outros, do que da nossa sabia?

— sério? — sorriu.

— poisé, a saúde fica frágil e vc nem percebe, pois fica bisbilhotando a vida alheia, se tropeçar em uma pedra e sofrer uma morte cerebral não é culpa minha.

Sorri e me levantei, Enid e Eugene tossiram e me seguiram, Enid dava risadas incomodantes, e Eugene batia palmas, quase fiz ele engolir os dedos.

Depois das férias - wenclair +18 CONCLUÍDO ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora