Depois das férias - wenclair +18 CONCLUÍDO ✔️

capítulo nove

A noite foi passando e eu fui ficando impaciente, estava embolada no edredom e olhando pro teto, até que...

- Wandinha?

- que?

- vamos admirar as estrelas?

- quem faz isso hoje em dia?

- eu, e vc! - escutei barulhos da sua cama.

- Enid?

- buuhh!!! - gritou pulando do escuro pra claridade da luz batendo na metade da minha janela.

- se isso foi um ato de susto, vc falhou.

- credo Wandinha.

Te olhei e no escuro dei um sorriso. Senti ela se sentar ao meu lado, eu só via a cor de sua roupa, colorida.

- o que vc tá fazendo? - ela foi me empurrando para o canto.

- já que não vai ver as estrelas eu vou ficar aqui do seu lado, conversando!

- ah...o que? Conversando Enid? Eu tenho sono regulado, e tal hora eu acordo!

- desregulado no caso? Vc levanta a noite toda Wandinha, e cada dia acorda num horário diferente, tá mentindo pra mim por que?

- estou de TPM.

- sua TPM foi semana passada, ainda não acabou? - falou tão perto do meu ouvido, que, meu coração parou no primeiro arrepio da minha pele.

Fiquei em silêncio.

Ficou de lado, e eu já estava, ficamos uma de frente para a outra, eu sentia seu pequeno nariz, quase encostar ao meu, o ar quente que saia da boca dela, toda vez que ela falava, batia em meu rosto, com cheiro de menta, e me causava sorrisinhos rápidos e idiotas.

Ela tocou meu rosto, minha pele fria ficou quentinha.

- vc tá tão fria, parece que tá morta.

Continuei em silêncio.

- mas é tão macia... - eu percebia em cada palavra saída da sua boca, que ela tentava olhar pra mim.

MAS NÃO ME ENXERGAVA KKKKK.

Ela foi descendo levemente sua mão em meu rosto, passou no canto de minha boca, levou até minha nuca, aquilo foi me deixando com um friozinho na barriga. Desceu pelo meu pescoço, foi pelo meu ombro, posicionou sua mão firmemente na minha cintura. Eu senti um arrepio intenso e na emoção dei um impulso para frente ficando mais colada a ela.

Minha mão criou vida como a de mãozinha, com atos próprios, dos quais eu não pude controlar. Ela foi parar no rosto de Enid, alisou sua pele macia, e quentinha, e foi para trás de seu ouvido, entrando meus dedos em seus cabelos loiros.

- Enid... - saiu num fio de voz trêmula.

- xiii!! - ela fez esse som de silêncio.

Foi ficando mais perto, e mais perto, eu estava ficando paralisada. Meu Deus o que estava acontecendo? Pensei. E quando seus lábios iam tocar os meus, a porta se abriu.

- meninas?! - Xavier entrou no quarto.

- que merda Xavier! - Enid falou alto e grossa, se afastando um pouco de mim, e olhando para a entrada da cortina preta.

- que porra vcs estão fazendo aí?

- que palavriado hein Xavier - engoli saliva.

Não sei se Xavier entrou, pra salvar, ou se foi pra acabar com o que ainda não tinha começado.

- vim pedir ajuda a vcs, estamos nos reunindo no pátio - disse e se aproximou.

Acendi a luz de meu abajur e me sentei na cama, Enid continuou deitada.

Ele nos olhou com olhar de julgamento.

- o que de tão grave aconteceu?

- disseram que o Tyler, escapou de onde estava, matou os guardas de plantão, e mais dois adolescentes que estavam num encontro romântico na floresta, perto da caverna onde, basicamente era a moradia dele.

- e por que caralhos não reforçaram essa prisão ou sei lá onde ele estava sendo mantido? - levantei passando por cima de Enid.

- tentamos Wandinha, mas o Hyde é forte, ele sai pelas grades tão facilmente quanto um cachorro grande pura um muro pequeno - me olhou.

- e o que vai fazer agora? - Enid se sentou.

- procurar ele, depois de um tempo ele volta a sua versão humana, capturamos, cedamos ele, e depois a gente reforça a sela, com correntes, espetos nas paredes pra ele não quebrar nenhuma.

- continua... - me alonguei.

- espetos nas grades da sela, e outros guardas com mais cedativos.

- essa idéia de guardas com cedativos não está resolvendo nada, não tem como parar o Hyde?

- em que sentido Enid? - te olhei.

- ele é ativado por um trauma muito forte, e se tivesse como desativar, sei lá, curando o trauma?

- seria uma ótima idéia se não fosse tão difícil de resolver, quase não sabemos nada sobre ele, só que é ativado por um trauma - Xavier me olhou de uma forma...

- tudo bem então, a gente vai ajudar vcs, mas com uma condição! - Enid colocou a mão na cintura.

- qual?

- não vão separar eu e a Wandinha, é em grupos não é? - sorriu.

Fiquei surpresa com a proposta.

- de tal forma não íamos separar vcs, e sim, são três grupos, dividimos na mesma força, e qualquer coisa todos estarão com os celulares, é só dar um toque, caso encontrem ele.

- não sei se sabe, mas na floresta o sinal de celular é péssimo! - Enid foi até sua metade, e pegou um casaco.

- vamos seguir o plano tá? - falou e saiu caminhando.

Olhei pra Enid e segurei uma gargalhada.