VI - SIRVO A QUEM AMO - DISSE, ELIZ.

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— Theo, de algumas pessoas, será valioso o medo, que elas tenham medo de você. E de outras, você precisa ter a gratidão – Noah cantou, misturado os produtos na tigela. Stiles estava jogado ao lado do Raeken, curioso com o que podia ser aquilo, na mão do pai.

  O feiticeiro, sentia os olhos impressionados do garoto, via o amor do pequeno por si. Já o mais velho, parecia indiferente, estava escutando, mas talvez não sentindo o significado das palavras, não da forma que Stiles parecia sentir e guardar.

— Alguém que te ama, pode te desobedecer, pensando ser o certo. Todavia, alguém que sente medo, dificilmente fará – o Stilinski concluiu, puxando os fruto de visco da mesa de pedras, e jogando na tigela — Será um bruxo, se usar da natureza. Será um mago, se usar da sabedoria. Mas só será um feiticeiro, se causar medo até mesmo em quem te ama, para nunca, jamais, ser traído.

— Eu não posso ser feiticeiro, não tenho seu sangue – o Raeken se pronunciou. Sua voz infantil, sem a rouquidão da adulta. Ele parecia frágil, mas os gelos em seus olhos verdes, como se a alma fosse sugada para o vazio da mente, faria qualquer um pensar duas vezes antes de afirmar sobre a existência de uma fraqueza.

— Se você tivesse meu sangue, seria meu filho – falou, sua expressão brincando, sorrindo. E talvez fosse daí que Theo puxou seu jeito, de rir com palavras drásticas deixando as cordas vocais dele — E para filhos se dão amor, Raeken. Você? À você, eu dou poder. Porque é uma arma.

— Qual é o nome do demônio? – o filhote de harpias mudou a direção da conversa, depois de minutos em silêncio. Noah o mostrou os dentes, orgulhoso pela falta de uma reação sentimental.

— Se chama Eliz, ela tem uma pedra da metamorfose cravada dentro do coração.

Atualmente...

— Liam, não feche os olhos – Theo pediu, assim que o rapaz deixou de falar com ele — Liam!?

— Eu estou aqui – ele simplesmente separou as pálpebras, com delicadeza, não com agonia, como alguém que acabou de ser despertado. E aquilo demostrava muito de seu cansaço, a mente dele estava flutuando entre a sensação de fracasso em se manter alerta, e o conforto da queda de fechar os olhos por mais tempo — Onde está aqueles miseráveis? – questionou, as gotas estéreis saindo de sua pele, como se ele estivesse em uma sauna.

— Espero que estejam bolando um plano para tirar a gente daqui – foi o que Theo falou.

— O ômega atraiu um humano para cá – uma terceira voz rolando no ambiente. O Raeken arrastando as janelas em direção a Eliz, e seu corpo que se tornava uma perfeita versão de Liam — Vão quebrar a barreira, mas assim que fizerem, vão ser atacados pelos Híbridos – a voz masculina, familiar para os presos.

— Ah, aí está ela, a grande e fiel metamorfa – Theo riu, falso. Ele inclinou o rosto em direção ao espelho de seu companheiro. A conjurada, caminhou até ele, ainda na forma do Lobisomem amado — Onde estava quando te chamei?

— Estou de luto – respondeu, somente zanzando os rapazes, nem ousando tocar nas correntes — São espertos. Te enfeitaram de visco – analisou as sementes no chão, impedindo dela tocar os rapazes.

— Será que pode soltar a gente, antes que eles cheguem? – Theo proferiu, vendo Eliz erguer as sobrancelhas que ele conhecia como de Liam.

— Sabe o que visco faz comigo, tão bem quanto sabe o que acônito faz com lobos – disse, se agachando para olhar melhor a barreira.

— Já fez isso uma vez, faça de novo! – disse, apressado. Lembrava de sua infância, como a mulher deixou ser completamente coberta do veneno, para que ele pudesse entender não só o que aquilo causava em seres condenados, como também entender o significado de algo muito grande, mas que sua mente realmente nunca teve o trabalho de processar.

Thiam - Ink Wings Boy Onde histórias criam vida. Descubra agora