XXII - FUNÇÃO OCULTA

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   Esse é o capítulo da semana passada, que está saindo atrasado, me desculpa kssksk. Época de festa, eu tava foi me enchendo de comida e vivendo de forma louca, mas já volto a minha rotina.
(25/06/23)



     Algumas coisas servem para lembrar de outras coisas. Da mesma forma que algumas pessoas servem para lembrar de outras pessoas. Isso acontece bastante, quando somos magoados. Sabe, tudo pode magoar novamente, e ninguém é racional, enquanto está tentando evitar uma dor.

  — Você mentiu para gente, mentiu para mim – Alexander deu mais um empurrão no loiro, que havia de ter se calado há minutos.

  Ainda existia uma sombra repleta de mágoas e trovões voando o quarto, deixando os músculos dos jovens tensos, e a mente pesada. Eles com certeza não tinham ciência e domínio suficiente para se encurralarem naquela conversa, mas faziam, Alexander fazia... Ele estava magoado, mas não era somente isso, ele estava querendo magoar.

  Queria fazer mais do que nunca, alguém se sentir tão revirado quanto ele. Porque os outros pareciam não se importar, eles levantavam olhares decepcionados para cada citação do nome do Shadowhunter, mas ninguém parecia ter a fúria que podia fazer garras saírem de dedos, e olhos se perderem na devastação de um amarelo selvagem.

— Não devia estar aqui, Alexander – Nolan assoprou, com seus olhos azuis vazios tentando fugir da figura em sua frente, mas ele podia ouvir o barulho das unhas pontiagudas se preparando, estava ciente de toda ira presente no cacheado — Volte para seu quarto, antes que Lúcifer decida te colocar na prisão.

— Eu tenho certeza que te coloco em um caixão, bem antes disso – Alexander ameaçou, antes de suspender a mão para o loiro.

  Ao invés de recuar o Holloway apenas apertou os olhos, como se nunca fosse capaz de se defender de alguém que o salvou, e que foi traído por ele.

  Era como se ele quisesse concertar as coisas, e, se machucar ele fosse o que deixaria a pressão sair, Nolan deixaria o rapaz machucá-lo.

Era um alívio para ele, e para Alec.

   No entanto, os dedos do Dunbar nem deslizaram pelo lindo rosto do Nephilim. Ao invés disso, o Licantropo teve o pulso agarrado, fazendo ele parar ainda na atitude de se erguer contra o traidor.

— Ally – a voz de Brett parecia penetrar o manto grosso de descontrole. Mas os olhos dourados continuavam famintos, buscando mais que tudo por qualquer ato cruel, qual iria se arrepender minutos depois — O que você está fazendo? – o ômega questionou, a desilusão em ver que o garoto podia passar dos limites, de uma forma mais fácil do que ele pensava.

  Brett cuidou de Alexander, como cuidou de muitos outros. Tentou ensinar o autocontrole, ensinar a camuflar sentimentos, e cheiros. Mas foi inevitável aderir significados maiores ao Beta. Ele era, desde Liam e Theo, o primeiro real amigo do Talbot, o primeiro familiar de coração.

Thiam - Ink Wings Boy Onde histórias criam vida. Descubra agora