I - A DIFERENÇA QUE HÁ EM VOCÊ É LINDA

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“Tattoo vem de tatau, ‘fazer marca, ou desenho”

  Jonathan olhou seu filho completamente encolhido na cesta de trançados. O garoto com olhos atentos, verdes puros, agarrando os panos vermelho de cetim com os dedos minúsculos.

   O bebê parecia confortável, na manta que foi de seu pai, mas que antes foi de seu avô, e que um dia seria do seu  filho.

  Tão pequeno, frágil... Nunca saberia o que estava por vim. Ele nunca saberia o que a falta de pares ouriçados de penas e carne preta esquelética, causava nele.

  As velas balançaram suas chamas, quando Queen adentrou a caverna, jogando vento por todo lado, com suas asas. Ela segurava firme um homem meramente tonto, qual tinha um blazer grosso e cinza jogado em cima dos ombros.

  A mulher usou as próprias penas escuras para cobrir o corpo nu, em meio segundo, tudo virou um longo vestido perolado preto. Ela mirou o marido próximo ao filho, e foi deixando sua postura desmontar.

— Passarinho, agora vai me soltar? – Noah sacudiu os ombros, tentando afastar a enjôo que veio com o vôo. Seu remexer, fazendo uma neblina de purpurina rosa exalar de forma rala ao seus redor.

  Queen soltou o feiticeiro, observando como parecia mais orientado depois do próprio encanto.

  Jonathan se ergueu, deixando seu filho de olhos curiosos para trás, com o que parecia ser lágrimas nos próprios olhos. Ele virou para o convocado, vendo Queen rastejar para perto do pequeno filhote ali.

— Raeken – Noah chamou, de forma estendida, passando o olhar brevemente na esposa do homem, mas retornando para o mesmo. Ambos pareciam perdidos na situação, tantos anos sem se verem, e agora estavam alí — Vem cá, qual é o problema de vocês com roupas? Tudo bem o lance de morar nas montanhas, é prático. Mas uma calça seria legal, sabe? – o harpia torcendo os lábios para direita, vendo que o outro homem nunca perdeu seu jeito, mesmo depois de tudo que ocorreu entre eles.

— É bom vê-lo novamente, Stilinski – a voz saindo sincera, porém grave, ecoando a caverna de forma duplicada. Era um hábito falar com sua voz animal, juntamente a humana, ainda mais quando estava alarmado, e Noah sabia bastante disso, conhecia Jonathan das curvas da tempora até as garras de águia, que substituiam pés.

— Sem cerimônia, por favor, é péssimo nisso – os sardento falou, movendo seus olhos cinza pelo local. Ele mirou os brinquedos infantis, meios rústicos, e as fraudas empilhadas no canto. Noah passou os dedos pelo próprio topete baixo, escovando os fios escuro — Bem, onde está o garoto?

  Jonathan se virou em direção ao filho, vendo a esposa agachada ao lado do cesto. Ele esperou o feiticeiro tomar passos até o garotinho, para se aproximar também.

As botas de couro do Stilinski batendo no chão de rochas da caverna, e ele já procurando coisas em seu blazer.

— Preciso que entendam algo – seu olhar varrendo as costas limpa da criança, que ele tinha carregado — Ele não nasceu defeituoso.

— O que? – Queen olhou  para o feiticeiro, que mirou ela por segundos.

— Ele não é uma harpia – decretou — Não tenho certeza que ele seja sobrenatural...

— Como assim não é sobrenatural? – Jonathan levou suas mão até o ombro do antigo amigo, suas garras pálidas já mostradas, apertando a camada de tecido.

  O feiticeiro continuou olhando para o garotinho, analisando, erguendo o pequenino que olhava para ele. Sua cabelo preto como o da mãe, e sobrancelhas marcadas como o do pai, mesmo que tivessem poucos fios pela sua idade. Noah estreitando os olhos pro garoto, que segurava por baixo dos bracinhos, estendendo o filhote no ar, como se fosse um objeto estranho para ele. Todavia, ele sentiu certo afeto pelo garoto, assim que o nascido ousou dar um riso banguela para ele, como se estivesse sentindo graça da forma patética que o mágico estudava ele.

Thiam - Ink Wings Boy Onde histórias criam vida. Descubra agora