XIII - TE FAÇO MEU

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    O colchão se afundando com precisão na beirada, fazendo o rapaz deitado ser levado minimamente para o vão, de forma quase imperceptível.

  Entretanto, o lobisomem parecia ter se despertado nos mínimos sinais de movimento, parte da mente dele, passou tempo somente lutando para acreditar que a porta abrindo seria quartos ao lado.

Liam tirou as mãos de baixo do travesseiro branco, em qual pousava a cabeça. Os braços se movendo com lentidão, enquanto olhos azuis ainda tentavam compreender o rapaz sentado de costas em sua frente.

Um cachecol lilás assombrando ombros largos, se que viravam em direção ao licantropo, afim de poder olhar o lobo, e permanecer com o restante do corpo posto em uma direção reta. A situação mudando, assim que Theo elevou um dos joelhos até os lençóis branco da cama, sentandosse de lado.

— Eu perdi a hora? – Prata perguntou, com a voz dormente vibrando as cordas vocais e saído de forma nada natural. Ele forçou uma tosse, como se estivesse ajeitando a potência da voz.

  Theo enrugando os lábios no canto, em sua espécie estranha de sorriso, antes de mover a cabeça negativamente.

— Tudo bem? – ele parecia pronto para erguer o corpo, fazendo mãos apalparem a região próxima a clavícula dele, como se indicasse que não existia pressa, nem necessidade, dele fazer aquilo.

  Janelas voltando a vasculhar o amante, como se buscasse indicativos da razão para ele está alí sentado.

Normalmente, não precisava existir uma razão, Theo sempre espiava os sonos de Liam, da mesma forma como o outro homem fazia com ele. Era quase uma lance deles, acordarem e encontrarem olhares carinhosos antenados na direção dele, como se fossem uma obra divina.

  Mas depois de tudo dito por Liam, e nada dito por Theo, não existia maturidade neles, que pudesse fazer ignorar a confusão, somente para voltarem com a tradição de se espiar. Pelo menos não existia, ao ponto de um não acabar ficando assustado, acreditando em possíveis tragédias, porque sabe que, na situação atual, nunca que a tradição ocorreria, ou simplesmente ele não seria capaz de pensar nela depois da "briga".

— Só... – Theo decidiu se pronunciar, deixando o ar escapar pelas narinas de forma apreensiva, exatamente quando Liam voltava a tombar o corpo na espuma — Precisamos conversar, não? – ele afastou as mãos de Prata, trazendo para cima da própria perna, deixando os próprios dedos se apertarem um no outro, por nervosismo.

  Liam parou por alguns segundos, mas por fim reconheceu o momento, e apenas se  aconchegou mais. O queixo se contraindo para o pescoço, fazendo a cara que ele próprio já tinha chamado de “polegar deprimido”.  Theo abriu a boca para falar, mas definitivamente a posição do Eugene o incomodou.

— Você não quer? – decidiu questionar, estreitando os olhos para o homem que ergueu sobrancelhas com a pergunta.

— Bem, eu meio que já falei tudo que tinha que falar – Liam explicou, tirando uma longa respirar do companheiro — Mas vou me esforçar para ser cooperativ-

Theo esticou a mão até a mais próxima que encontrou de Liam. Ele apertou o polegar, contra a palma quente do lobisomem, fazendo garras rapidamente se estenderem das unhas de Prata.

  Antes que o Dunbar lutasse sobre aquilo, o Raeken estava inclinando a nuca na direção dele, e enfiando os dedos de Liam contra a própria pele do local.

[...]

  Brett girou em volta da metamorfo, que apenas gargalhou para a performance do lobisomem de roupas dentro da máquina de lavar.

  O ômega respirou orgulhoso, havia sido difícil fazer a mulher sorrir, mas acabou sendo muito satisfatório quando arrancou uma longa risada, no lugar de um simples sorriso.

Thiam - Ink Wings Boy Onde histórias criam vida. Descubra agora