XII - MINHAS PALAVRAS, VALEM SUA COMPANHIA

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  Sabe o que mais me incomoda nas pessoas?

É que elas sempre parecem olhar para você, e querer algo.

Compreensão... ajuda, pedidos de desculpas.

Eu amava Tracy, porque ela nunca, definitivamente nunca, me pediu nada que eu não pudesse dar. Ela era magnífica, e nunca olharia para mim, da forma como Alexander olha agora. Quero dizer... Talvez ela sorrisse de forma escandalosa, e sacudisse o cachecol lilás felpudo para os lados, justamente como o Xander fazia, mas nunca esperaria minha opinião sobre aquilo.

  Eu apenas mexi a cabeça positivamente para tudo que ele falava, e forçava o sorriso, quando via ele rir.

Cruzei meus braços, e lentamente movi meus olhos para o Shadowhunter.

  Ele disse que ajudaria, mas vai mesmo?

  Fica zanzando perto da porta, cutucando as mangas das roupas, de forma mais entediada que eu. Ele checa tudo como um inspetor que poderia dar ordem de fechar o local, somente por uma poeirinha no balcão.

  Nolan simplesmente esfregava os dedos, vendo a textura da sujeirinha que achou em uma bancada dali.

Okay, mais estranho que eu!

— Vamos fazer uma aposta? – voltei a me concentrar no Alec — Você vai usar isso aqui por um dia, se o Brett tentar dar em cima da Mail.

— Não – era mais que óbvio, que eu acabaria usando um cachecol horrível. O moreno fez um biquinho, justamente como o maldito irmão dele costuma fazer quando está concentrado em algo — O Brett vai tentar fazer até um jantar a luz de velas para eles, quando parar pra pensar que ela poderia se tornar na Vivan Gomez, ou na sua mãe.

— Na minha mãe?

Mudando de assunto antes de traumatizar um adolescente!

— Me dá isso aqui – puxei a bola de linha lilás. A zoada suave do tecido voando para longe das mãos de Alexander, enquanto eu grudava meus dedos nas dobras — Que tal assim... – girei o pano no meu pescoço, deixando caído nos meus ombros — Eu só retiro, quando ser grosso com o Shadowhunter.

— Eu preciso tratar ele bem?

— A ameaça de fazer ele entrar na tutela da alcatéia não vai durar eternamente – avisei. O menor era uma arquitetura complexo de empolgação, e sensatez, exatamente como Liam, também tinha uma feição expressiva.

Seus ombros relaxavam de forma exagerada, desmontando a postura animada. E seu antigo bico, se torceu para baixo, em decepção.

Legível demais!

Ergui minhas sobrancelhas, empurrando minha boca para o canto, em um sorriso, que posso dizer ser verdadeiro. Agarrei as duas pontas do meu cachecol, afim de não deixar meu dedos tremendo por aí.

— Hey, olha aquilo! – e ele parecia ter a bateria carregada. Fui puxado pelo meu cotovelo dobrado, até um manequim sem braços, normalmente usado para costuras?

  Tinha uma jaqueta largada no apoiador. Era uma perfeita faixa branca, cobrindo toda a ombreira e descendo até as mangas, por cima do azul-bebê, que era a cor predominantemente da roupa. Também tinha outras duas faixas, da cor preta, inclinas na altura do peito.

  Alexander levou uma das mãos, que não estava enroscada em mim, para o zíper cinza da jaqueta.

Por que ele está tão animado?

— Você quer? – questionei, ele apenas me olhou estranho, como se eu dissesse algo absurdo. Eu pude ver ele revirar os olhos, antes de voltar a examinar a roupa.

Thiam - Ink Wings Boy Onde histórias criam vida. Descubra agora