XXVI - PARTE 2 - FINAL: YOUR MAGIC

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  Theo jurou de alguma forma que nunca voltaria para casa.
  
   Ele teve asas, as perdeu, entretanto ainda segurava a liberdade, e sua mãe deixou claro que só devia retornar se esse fosse seu desejo, e não era seu desejo, porém era necessário.

   Para qualquer um que já foi ferido em seu próprio lar,  você vai ter que voltar para uma segunda batalha, tenha certeza. Fugir não é a cura, e encarar talvez seja algo difícil por muito tempo, mas se fará necessário, e será cumprido.

  — Hey – Theo sussurrou, para acordar Liam , de uma forma que não o fizesse levar um tapa por assustar o noivo, qual ainda se curava.

   Suas janelas mantiveram nas curvaturas do rosto do amado, vendo os pequenos sinais de que ele despertava de um sono, completamente cansado e ainda lutando para se curar. Todavia, Liam sorria fraco, um sorriso um pouco dolorido, começando a presenciar a sombra de Theo em meio a neblina que pousava em seus olhos.

   — Eu... Preciso ir, Liam – sussurrou, se abaixando mais, e buscando a mão quente do outro, lentamente agarrava os dedos caídos na cama — Ficará seguro, aqui. O Stiles me garantiu – ele fez o de olhos azuis resmungar, e apertar as mãos em contato. Theo se moveu para aquilo, por um bom tempinho, tentando entender o que era a forma como Liam parecia segurar firme a palma dele, no entanto expressando algum incentivo — Eu não queria deixá-lo, mas ainda tenho mais algo a ser feito. E o Stiles vai comigo, não se preocupe – explicou ao lobo, voltando a olhá-lo nas janelas para alma, algo revirava dentro dos dois, ao ponto da mente de Theo latejar.

— Para onde vai? – sussurrou, a voz seca, como quem ainda estivesse lidando com a dor, mesmo que na verdade tivesse tendo boas ajudas de remédios.

— Para casa – respondeu, sua feição agora que parecia a dolorida — Preciso tirar minha história a limpo, entende? – Ele viu Liam mover a cabeça lentamente, assentindo, então sorriu.

   Theo o olhou por um bom tempo, até que finalmente suspirou, e decidiu que já era a hora. Seus pés deram um passo para trás, apenas para ver que ainda era segurado, e que agora Liam o olhava com a cara de quem queria bater nele, a famosa cara de “Por que homens são tão burros?” mesmo que ele também fosse homem.

— Eu sei que eu fui atropelado, humilhado, mordido e cuspido, literalmente. Mas não vai nem me dar um beijo antes de ir? – questionou, assim que viu que o outro não entenderia o que fez de errado no momento. Uma luz de esclarecimento pareceu descer em Theo, ele avançou lento para mais perto do amado, até que se inclinou a altura do seu rosto — Quero dois, só pra ter certeza que você ainda me ama.

  E foi por isso que Theo riu, enquanto encostava seus lábios no do licantropo. Uma selagem demorada, parecia pousada por conta de movimentos tão terrivelmente lentos, quase como se ambos estivesse prestes a cair no sono, mas na verdade apenas queria fazer aquele momento durar mais um pouco, porque era um dos momentos em que a presença do outro assemelhava-se a choques. Dava a sensação de vida, e de queda. Agoniante e seguro. Isso era eles, a segurança nas coisas mais perturbadoras que você pode pensar.

  Logo Theo afastará seus lábios do de Liam, apenas para desce-lo de novo, em um segundo beijo, que seria mais breve, e tão elétrico contra o outro.

— Faça o que for necessário, mas volta, okay? – buscou a promessa, com seus rostos ainda próximos, porque em algum momento havia de ter descido sua mão livre para nuca do feiticeiro, como se quisesse que o beijo fosse mais profundo, ou mais firme. Theo varreu seu olhar preocupado, e sorriu, o deixando com mais um selinho nos lábios meio ressecados.

— Sempre, meu Prata – pode se afastar, agora tendo menos preocupação em dar um passo para trás, e ver que o outro não passou a olhá-lo torto.

  Seus dedos continuaram ligados, de forma que as mãos se estiraram entre os corpos, e demorou para o contato romper, demorou tanto que Theo ainda pode beijar os dedos de Liam, em um “Até logo” belo e carinhoso, que haveria de ser cortado, quando ele chegasse na porta e ouvisse o amado questionar:

Thiam - Ink Wings Boy Onde histórias criam vida. Descubra agora