XVIII - BEM-VINDO, AO INFERNO.

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  Theo não entendeu porque acordou em pastos verdes, já devia ter escapado dali. Estava girando em círculos naquele maldito labirinto, mas o "inferno" não tinha fim.

— Já chega! – ele gritou, assim que se sentou, já cansado de lutar — Eu não vou jogar seu jogo!

  As plantas foram  cobertas pela camada parda, de gelo, consumidas pelo cinza congelante. Tudo se esfriou pouco a pouco, porque a temperatura baixa vinha como uma onda, e passou pelo Feiticeiro como um vento.

  — Theo Raeken – as vozes sussurraram tão calmas, seduzindo o homem para direção delas — Você está indo para um caminho sem volta... – foi como um aviso.

— Quem é você? – o Raeken questionou. Seu primeiro pisar, lançou estalos no chão, porque cada pequena planta congelada, era rompida — Quem está aí? – ele continuou a caminhar, lento.

— As portas não estão abertas para pessoas como você – avisaram, e Theo se assustou quando o barulho veio de outra direção, ele arrastou os olhos para trás, virando o corpo também.

— Pessoas como eu?

— Você, ao exato. Seu sangue foi banido desse mundo, e o preço de adentrar ele, é deixar uma alma para trás, na volta – agora as vozes percorriam todos os lugares — Terá que ser mais forte do que foi, ao gritar com nosso labirinto, se não irá ceder, e perderá mais do que deve.

— Onde está os meus amigos? – Theo questionou, não sabendo em que direção falar.

— Nos palácios do inferno, buscando o que você devia estar buscando agora.

— Não posso ir com eles?

— Pode, claro que pode. Mas a com a condição que eu disse. Deixará uma alma para trás.

— Eu não vou deixar nada para trás!

— Então ainda irá caminhar pelos nossos becos – a voz roncou, antes que todo o lugar tremesse, mudando a sequência das paredes do labirinto.

   Theo voltou a correr, contra o tempo, e contra o mestre daquele lugar. Algo na mente dele, dizia que ele devia chegar aos amigos o mais rápido possível, era como a certeza de que sem ele lá, estariam em uma dimensão perdida.

[...]

   Brett realmente nunca pensou que existiria luxo, em meio a floresta nebulosas, e almas sedentas, que formava o inferno. Quando ele passou pelo maldito portal, ativado pelo Shadowhunter, tudo que a mente dele conseguia pensar era no perigo de ele estar alí.

  O lobisomem ainda estava em uma intensa luta sobre o que aconteceria com ele e o amigo, dali para frente. E reconhecia isso, Brett era bom em reconhecer as próprias fragilidades, e inteligente o suficiente para saber que a mágoa dele colocaria tudo aquilo em uma corda bamba. Mas estar ciente sobre o perigo de se questionar, se Theo valia a pena, não mudava o fato dele ter a dúvida.

Demônios são ardilosos, ele provocam seus desejos, te atraem usando de duas incertezas. Se existisse qualquer teste de fidelidade perante aquele grupo, não somente Brett, como também os outros, estavam propícios a fraquejar.

  O local era montado da pura cerâmica, e pedras de mármore. O corredor é erguido por pilares, quais formavam um teto preto, que havia de ter começado a despejar um líquido vermelho, como uma cortina, no lugar do que devia ser paredes.

— É sangue – Nolan explicou, sem nem precisar olhar para os Lobisomens, para ver a confusão talhada neles — Vamos logo, a sala do trono fica no final do corredor – ditou, dando o primeiro passo na direção apontada por ele mesmo.

Thiam - Ink Wings Boy Onde histórias criam vida. Descubra agora