União por conveniência, eles disseram, o que era só outro nome para casamento arranjado. O meu amado marido?
Draco Malfoy.
Sim, o loiro, herdeiro, gostoso.
Acredite em mim, sei de tudo isso. Mas ainda é um casamento arranjado e para piorar, meu esposo não segura o pinto dentro das calças. Não que eu tivesse qualquer intenção de satisfazer seus desejos, mas ele nem se importava em esconder as traições.
Eu estava chateada, carente e fazendo o melhor que eu podia para manter a classe, só não contava com aquele novo atendente na Floreios e Borrões, com um belo par de olhos escuros e cabelo cacheado que realizou a minha fantasia mais secreta de transar em um dos corredores da livraria.
Na ocasião, me lembro de ter sido mais rápido e confuso do que eu gostaria, ainda assim, era sexo, uma coisa que eu não tinha há muito tempo.
Voltei para casa me sentindo mais solitária do que quando saí, a noite passou como todas as outras, veio o dia seguinte e uma forte batida na porta do meu banheiro atrapalhou meu banho de banheira matinal.
- Sim? – me ajeitei levando a espuma para cima, me garantindo que ninguém veria nada demais.
Draco se sentiu no direito de entrar, mesmo que aquela suíte não pertencesse a nós dois.
- Qual o problema?
- Isso – ele abriu o jornal na coluna de fofocas – esposa do herdeiro da família Malfoy e um possível amante?
- Hum, não se preocupe, ninguém leva Rita Skelter a sério, logo ninguém estará falando nisso.
- E daí? Você é minha esposa e fica transando com outro cara por aí?
- Como se você fizesse diferente.
- Eu não tenho escolha. Sabe, acho engraçado que você tenha se casado comigo, não dorme na minha cama, não me diz um bom dia no café da manhã. Agora sei que se diverte com outros caras, mas comigo você não transa – ele andava de um lado para o outro no banheiro.
- Nossa união é por conveniência, não é um casamento de verdade – respondi calmamente ainda brincando com a espuma da banheira.
- Não muda nada.
- Além disso, você vive transando com outras mulheres e faz questão de me deixar saber.
- Já pensou que talvez eu esteja tentando chamar sua atenção?
- E acha que vou acreditar nisso?
- E por que não? Você é minha esposa, a natureza da nossa relação não anula isso.
Ele parou, olhando para mim, eu sabia, no fundo, que ele não gostava daquela situação tanto quanto eu e apesar disso, se mantinha firme e sempre preocupado em me dar o melhor.
- Se eu ceder e ficar com você vez ou outra, promete parar de trazer mulheres para o seu quarto?
- Vai transar comigo só por isso?
- Nosso casamento é um acordo, por que o sexo não pode ser?
- Não parece certo.
- Sinceramente, não sei o que você quer.
- Que sejamos parceiros nisso, quero te conhecer, quero que me conheça. Sei que está com raiva e sozinha, mas eu também estou. Podemos fazer isso juntos ou viver infeliz.
Confesso que as palavras dele mexeram comigo, eu não sabia o que responder então fiquei quieta, com os braços apoiados na lateral da banheira e a cabeça sobre eles, Draco se aproximou, suspirou e se sentou na borda. Senti as pontas de seus dedos acariciando minha nuca com sutileza.
- Eu não aguento mais isso. Vou escrever uma carta a nossa família informando nosso rompimento.
- Não – levantei o rosto de uma vez, parecendo mais assustada que pretendia – acho que podemos tentar, antes de uma atitude drástica assim.
Ele sorriu e apertou meu nariz em uma brincadeira boba.
- Quer que eu lave seu cabelo?
- Não, mas se quiser esfregar minhas costas, a esponja está ali.
Draco se abaixou para enrolar as barras da calça, tive uma ideia louca e repentina, segurei sua mão para chamar sua atenção.
- Na verdade, pode entrar aqui comigo.
Com calma ele começou a se despir, camisa, botão a botão, depois calça e finalmente a cueca, sem se importar em ser visto nu e com o pênis relaxado. Ele entrou na banheira ficando de frente para mim, nossas pernas se intercalaram para se acomodar.
- Agora sei por que toma banho de manhã, isso relaxa tanto.
- Eu acho que revitaliza.
- Não, com certeza relaxa.
- Vamos concordar em discordar.
Vitor tocou meu tornozelo devagar, com carinhos longos e lentos sob a água. Era delicado, de um jeito que eu não esperava que fosse, me inclinei para frente oferecendo um beijo que ele teve prazer em conceder, assim como o seu carinho, o beijo foi suave.
Sua mão subiu aos poucos pela minha perna, tão lentamente que eu só percebi que estava avançando ao passar do joelho, intensifiquei o beijo de forma involuntária, como seu meu desejo por ele tivesse vontade própria.
Ele se desinibiu, avançando mais rapidamente até minha cintura, senti sua força pressionar a carne e fui levada para seu colo, ainda era inocente, mas bastou um breve gemido meu para sentir sua ereção inflar.
O abracei em meio a espuma, mas nossa excitação não nos deixava ficar parados, rebolei para frente e para trás e a cada vez que eu gemia, Vitor trocava o lado do beijo segurando meu lábio inferior com os dentes.
Me senti idiota por ter me distanciado dele tanto tempo.
Suas mãos exploravam cada centímetro de pele minha, desde a nica até as coxas, sempre usando a espuma para escorregar mais facilmente. Eu tentei fazer o mesmo com ele, ainda que ficar agarrada apertado em seus ombros fosse tudo o que eu queria.
- Você quer? – ele perguntou me empurrando para baixo, me fazendo sentir o quanto ele também queria.
- Quero.
- Consegue encaixar?
Eu rebolei, mas só consegui com a ajuda da mão, mesmo assim doeu, Draco era grande e a água diminuía muito a lubrificação, insisti e uma vez dentro ficou mais fácil e gostoso.
- Está confortável?
Respondi sua pergunta sentando com mais força, ainda que ele fosse sutil, eu não sabia fazer um sexo morno, Draco jogou a cabeça para trás, rodando os olhos nas orbitas, ele apoiou os pés na cerâmica, nos fazendo ter mais contato.
Minhas coxas já estavam queimando sem que eu conseguisse parar, Draco apalpava meu corpo, sempre demorando mais em meus seios e bunda, o que só me fazia sentar com mais força, sem me incomodar com quanta água estávamos espalhando pelo banheiro.
Eu estava cansada, parei de pular e comecei a rebolar em círculos, Draco me pressionava para baixo, deixando tudo dentro, ele me abraçou mais forte e tentou forçar o quadril para cima, havia tanto sangue correndo para baixo que sentia minha boceta esquentar.
Ansiosa por fazê-lo gozar, contrai meu interior e aumentei outra vez a velocidade. Draco franziu a testa, mordeu o lábio com força e negou com a cabeça, mas ele não conseguia controlar a explosão de leite que saía de seu pau.
Parei respirando com dificuldade e me virei lentamente ficando de costas para ele, eu estava acabada, me deitei em seu peito e fechei os olhos.
- Isso foi perfeito.
- Para um acordo – brinquei.
Draco me abraçou apertado, dando beijos em meu ombro, ele era carinhoso ao extremo, eu podia com isso.
Naquela banheira, sob a água quente, eu não conseguia ter noção de como isso mudava tudo. Algumas horas antes eu estava condenada a viver um casamento vazio e solitário, mas agora estava me apaixonando pelo meu marido arranjado.
Eu poderia pensar nisso depois, naquele momento, eu só precisava descansar.