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Algumas noites nos consomem, algumas lembranças nos perseguem para sempre, mas o que você faz quando não sabe o que foi real e o que foi sua mente te torturando?

A mesma sala escura, com a mesma mesa no centro e um único bico de luz iluminando a face da pessoa sentada à mesa, era seu alvo, o mesmo do pesadelo anterior.

- Soldado! - o general que comandava a equipe falou no canto da sala, onde a luz não o alcançava - Atire!

Bucky sentiu seu corpo obedecer ao comando se aproximando da vítima e apontando a arma na frente do rosto dela, com o dedo no gatilho ele hesitou.

- Atire soldado! É uma ordem! - o homem falou com uma voz calma, mas firme.

Seu corpo queria obedecer, mas sua mente o impedia lhe obrigando a encarar os olhos da pessoa na sua mira. Eles não apresentavam medo algum, não existia nenhum traço de desespero naquelas duas orbes azuis a sua frente. Ela estava calma, não estava amarrada à cadeira e nem tinha nada a segurando ali, podia simplesmente tentar fugir, o que seria completamente inútil, mas poderia tentar, poderia barganhar sua vida ou ao menos chorar, nada. A mulher a sua frente não apresentava nenhum tipo de reação, parecia já ter aceito seu destino.

- Faça James. - ela falou calmamente fechando os olhos.

Ele apertou o gatilho e acordou, ofegante e suado, seu peito subia e descia rápidamente em busca de oxigênio, parecia tão real que Bucky demorou a se situar e perceber que estava na verdade em seu apartamento.

Era a terceira vez na semana que sonhava com Eliza.
               
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- E então? Que tal você me falar como tem sido esses dias de licença em casa? 

- Tem sido ótimo, mas já estou pronta para voltar a trabalhar. - ela fala impaciente naquele sofá.

- Entendo, deve estar sendo difícil para você essa virada na rotina. Mas você pode aproveitar esse tempo para tentar se reconectar com seus familiares, seus amigos. - ele faz uma pausa e serve um copo de água da mesinha ao seu lado - Sabe, você foi uma das profissionais que mais passou tempo aqui no hospital durante e depois do Blip, você esteve praticamente morando aqui Eliza.

- Alguém tem que fazer o trabalho Dr.

- É claro. - ele sorri simpático - Mas acho que nós dois sabemos que não era apenas pelo trabalho que você ficava direto aqui. O que você me diz sobre seu relacionamento com o Dr. Collins?

- Não existe nenhum relacionamento, somos apenas profissionais que trabalham no mesmo lugar. 

- Mas existiu algum relacionamento, não existiu?

- Dr. eu não sei o que falaram para você, mas eu sou muito profissional.

- Você não respondeu minha pergunta Eliza.

- Sim! - ela fecha os olhos em arrependimento de ter dito isso e logo se retrata - Mas foi vago e sem nenhum tipo de futuro, no meio de uma crise aonde ninguém sabia direito o que fazer. Aconteceu e acabou assim que a mulher dele voltou. 

- E como se sente sobre isso?

- Extremamente cansada dos olhares e suposições de todo mundo. - ela fala com certo tom de irritação - Se o Dr. Collins acha que o mundo gira em torno dele, ele é quem deveria estar sentado aqui hoje.

- Compreendo, você está incomodada com a situação que se tornou.

Eliza rolou os olhos achando aquela sessão ridícula e as suposições do psicólogo mais ridículas ainda.

Deriva - Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora