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- Fez um ótimo negócio, pode ter certeza disso Sr. Barnes! - o homem disse animado apertando a mão de Bucky.

- Espero que sim. - ele responde sem entusiasmo colocando a mão de volta dentro do bolso da jaqueta.

Bucky estava escorado no Jeep Cherokee preto do outro lado da rua encarando o prédio que ele tinha chamado de casa nos últimos 12 meses. O apartamento no quinto andar que Steve tinha deixado em seu nome no testamento além de um lar, tinha se tornado também um refúgio.

O apartamento que tinha o cheiro de Eliza impregnado nas paredes, as fotos ainda penduradas nas paredes e em cima da lareira. A cozinha em que tomavam café da manhã juntos, o sofá onde se beijaram, o quarto onde dormiam e a cama onde faziam amor, que agora não abrigava ninguém.

Eliza tinha partido, não somente do país. Tinha partido em mil pedaços ou mais, o pouco que ainda sobrava do que foi um homem a muitos anos atrás. Seu corpo ainda funcionava no entanto, seu coração ainda bombeava sangue, seus pulmões ainda absorviam oxigênio e os dias continuavam apesar da ardente ausência dela.

O latido do cachorro de dentro do carro fez Bucky sair dos pensamentos e encarar a realidade. Dando um último aceno para o Sr. Lee, ele entrou no carro que continha algumas caixas, além de Chester no banco da frente e Alpine na caixa de transporte. O rádio do carro tocava "American Pie" de Don McLean, a noite começava a cair em Nova York quando Bucky manobrou para sair da vaga em que estava estacionado, parando no semáforo da esquina ele pode ver pelo espelho retrovisor o apartamento uma última vez antes do sinal ficar verde.

A noite já tinha caído completamente quando Bucky deixou as luzes da grande e barulhenta Nova York para trás, os faróis ligados agora iluminavam a rodovia que o levaria até o lugar onde ele tinha esperança de um dia poder chamar de casa.

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Um ano e meio depois...

A bagagem rolava na esteira do aeroporto esperando ser pega, Eliza checava o celular com pouca bateria e não viu quando a bagagem passou por ela pela segunda vez. Enfiando o celular no bolso do casaco de qualquer jeito ela correu atrás da mochila e a pegou, transpassando a alça sobre seu corpo ela saiu dali atrás de um táxi que pudesse a levar para casa.

O aeroporto internacional Jonh Keneddy em Nova York era sempre movimentado e cercado de táxis amarelos, a chuva que caia sobre a cidade fazia as pessoas sairem correndo de dentro dos carros com suas bagagens e vice e versa, mas ela não quis correr.

Saindo da proteção da cobertura, Eliza deixou a chuva cair no seu rosto, molhar seus cabelos. Sentiu as palmas das mãos molhadas e sorriu, ser voluntária em um acampamento médico no meio do deserto por um ano e meio tinha a feito sentir saudade da chuva.

Assim que conseguiu um táxi ela pediu para ele dirigir direto para Manhattan, estava ansiosa em como seria voltar depois de tanto tempo. Voltar é sempre a parte mais difícil.

O prédio continuava do mesmo jeito que ela lembrava, as luzes dos apartamentos estavam ligadas iluminando a noite. Encharcada da chuva ela entrou no hall e se deparou com o Sr. Lee espantado ao vê-la ali depois de todo aquele tempo.

- Senhorita Rogers? - ele pergunta ainda sem acreditar.

- Boa noite Sr. lee! Eu sei que faz tempo, mas estou de volta. - ela diz um pouco animada demais - O senhor está bem?

- Sim, sim. Estou bem querida.

- Ótimo! Eu vou subir então... - ela diz andando de costas se encaminhando para os elevadores.

Deriva - Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora