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Sabe aquela sensação de estar caindo quando esta quase pegando no sono, uma sensação de queda livre que faz seu corpo dar um pulo involuntário. Isso são os músculos tendo espasmos involuntários, alguns estudos dizem que isso se deve ao cansaço extremo, seu corpo não está mais acostumado ao relaxamento muscular de simlplesmente adormecer, então ele não o deixa adormecer.

Bucky não dormia mais direito desde que tinha voltado a ir em missões, tinha voltado a ter pesadelos intensos, seu corpo tinha espasmos durante a noite e até mesmo febre alta em algumas delas.

Quando Eliza encostou a palma da mão sobre a testa dele naquela noite, viu que ele queimava em febre e estava banhado em suor enquanto tinha mais um de seus pesadelos, sem sucesso em tentar acordá-lo ela pegou o termômetro para monitorar a sua temperatura. 

Bucky passava dos 41°c de febre, uma temperatura perigosa até para um supersoldado. Antes que Eliza pudesse pensar em tentar acordá-lo novamente, o corpo dele entrou em colapso convulsionando sem parar em cima da cama. Puro pânico corria nas veias dela ao ver Bucky se dabatendo, ela sabia o que fazer afinal ela era uma enfermeira, mas não conseguia.

Eliza estava completamente travada no lugar, seu cérebro buscando por cada informação e medidas para agir, jogando todo o plano de ação no seu corpo que não obedecia.

Bucky para de se movimentar e agora ela pensa ser tarde demais, checando a pulsação no seu pescoço ela sente o coração dele a uma velocidade assustadora, ela o sacode e abre seus olhos tentando enxergar as suas púpilas. Em um ato desesperado ela o arrasta com muito esforço da cama até o box do banheiro, liga o chuveiro e puxa ele para dentro sentando-se no chão, ela apoia as próprias costas na parede gelada do box e tenta puxar Bucky para seu colo, fazendo com que a cabeça dele caísse sobre seu ombro, recebendo a água que caia do chuveiro direto no rosto.

Lentamente ele começa a abrir os olhos, recobrando os sentidos. Estava jogado no chão do box de cueca, Eliza o segurava firme e tinha uma mão sobre o rosto dele, ela estava com o pijama e os cabelos encharcados e os olhos arregalados olhando atentantamente para ele. Estavam muito perto de chegar no limite e sabiam disso.

No outro dia de manhã depois de uma madrugada turbulenta, Eliza tinha uma xícara de café na mão, encolhida sobre o pequeno sofá de bambu que tinha na varanda. Uma brisa leve batia sobre seus fios e ela observava o movimento na rua, sem dizer uma palavra Bucky surgiu a sua frente a pegando no colo e se acomodando no pequeno sofazinho. Eliza se aninhou ao seu colo e os dois ficaram por ali em silêncio por algum tempo. Tinham muito a dizer, mas lhes faltava coragem.

- Me desculpe por ontem. - Bucky finalmente fala com o rosto apoiado no topo da cabeça dela.

- Você me assustou...

- Eu sinto muito.

- Não quero que sinta muito, quero que pare Bucky. - ela larga a xícara na mesinha ao lado e se ajeita sobre o colo dele para olhar em seus olhos - Precisa procurar a Dra. Raynor novamente.

- Voltar para terapia não vai me fazer parar de ter pesadelos. 

- O que é que vai então? Parar de ir nas missões? Ótimo você pode parar imediatamente.

- Não é assim Eliza, essas coisas são importantes.

- Importantes para quem Bucky? - sem dar tempo de ele responder ela continua - Sabe o que é importante para mim? Você. - ela coloca o dedo indicador sobre o peito dele - E ontem eu tive que te arrastar até o banheiro porque você estava convulsionando. 

- Eu sei e eu sinto muito, tudo bem? - ele diz olhando fundo nos olhos dela levemente marejados - Mas por enquanto eles ainda precisam que eu vá, são um time novo e tem o Walker que precisa que alguém fique de olho nele em toda missão. Eles precisam de mim.

Deriva - Bucky BarnesOnde histórias criam vida. Descubra agora