Quatro: Lírio Azul

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Aviso: Ansiedade e alusões à abuso

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Santana Lopez sentia-se castigada ao precisar trabalhar ao invés de estar com Brittany e Quinn.

Estar na floricultura era uma ótima diversão para Santana, mas quando ela era obrigada a estar ali, ela se sentia torturada.

Seu pai ficara bravo quando descobrira que Santana rompera seu walkman, mas além de tudo, ele estava totalmente decepcionado que ela havia bebido.

Santana havia aprendido a não apreciar a bebida alcoólica quando se tem dor. Seus lábios ficaram ressecados por dias. Suas mãos tremiam de nervoso. Seu cérebro mal pensava na hora da aula.

Santana não conseguia fazer nada além de tremer e ter crises, consecutivas, de ansiedade. Seu coração acelerava muito mais rápido do que quando ela tinha suas crises quando mais nova. Santana já não tinha mais seus sons calmos para relaxar, e, nem mesmo, onde pudesse ouvir suas fitas.

As regras foram bem claras: "Vení a casa cuando termine tus clases, Santana Marie Lopez!". Seu pai repetira isso tantas vezes, que Santana temeu sua própria vida. Ela não ousou a desobedecer em nenhum dos dias sucessores ao seu acidente.

Santana já não se concentrava como antes. Seus olhos ficavam distantes. Seu coração batia menos. Sua respiração acelerava. Suas pernas tremiam com rapidez. Seu peito doía quando Santana respirava.

Santana tentara tomar suas pílulas para se acalmar, e quase desmaiara, outra vez.

Santana nem mesmo pensava em Brittany ou se importava com todos do Coral tendo que sentar-se perto dela. Santana Lopez apenas conseguia ficar olhando para baixo, enquanto desenhava seus lírios, e segurar a mão pequena e fina de Rachel Berry.

Santana sentia-se um pouco melhor.

Brittany estava ocupada segurando a mão de Samuel.

Santana mal falava. Santana apenas respondia as pessoas com um aceno de cabeça. Sua testa sentia dores fortes quando Santana se esforçava, mais do que deveria, ao falar.

Sua presença fantasma tornou-se medíocre.

Santana Lopez apenas conseguia fechar seus ouvidos com força quando falavam muito alto e ao mesmo tempo.

Santana Lopez já não cantava mais no Coral, apenas ficava sentada, enquanto dormia.

Santana Lopez não relaxava. Nunca.

Seus pais se preocupavam cada vez mais. Era óbvio que Santana precisava de algo mais forte do que apenas os conselhos da orientadora escolar. O problema era que: Alma Lopez não acreditava em psicólogos, e preferia que Santana estivesse sendo curada na igreja, e por um padre.

Como sua avó sempre cuidava de Santana, seus pais acharam justo que Alma decidisse o que deveria fazer com sua filha.

Santana Lopez odiava a igreja que era obrigada a ir.

As missas eram paradas. O padre falava devagar. O padre tocava a testa de Santana sem sua permissão. Sua avó segurava seus braços com força — enquanto Santana se debatia e implorava para ir embora —, para que o padre pudesse tocar em seu corpo e tirar o demônio da ansiedade dele, trazendo assim, a paz de espírito que Santana precisava de volta.

Santana Lopez chorou para sua avó enquanto dizia como aqueles toques machucavam. Sua avó apenas rezou mais alto, e disse à Santana, que os padres não podem machucá-la.

Santana Lopez não se sentia segura.

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O refeitório do McKinley High era o pior refeitório do mundo.

Lírios - Brittana Onde histórias criam vida. Descubra agora