Cinco: Lírio Vermelho

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16 anos

O segundo ano do ensino médio era ainda mais tentador do que o primeiro ano.

Santana obrigou-se a aparecer como uma adolescente de verdade depois do verão, o que a fez ter certeza de que estaria pronta para enfrentar as regras de sua família.

Seu primeiro passo fora colocar brincos — algo que sua avó nunca aprovaria em sua vida. Em sua visão, os brincos eram apenas para prostitutas —, o que quase a rendeu uma inflamação em suas orelhas, se Quinn Fabray não soubesse o que estava fazendo. Seu segundo passo, fora ir com Brittany e Quinn para o acampamento de líderes de torcida, o que rendeu à Santana seu primeiro beijo com uma garota — não era Brittany, e não era um beijo bom.

Seu terceiro passo fora aproveitar a viagem anual de seus pais para Porto Rico, e pedir para que Noah Puckerman pedisse ao namorado de sua mãe — que, por uma pura coincidência era cirurgião plástico —, para que conseguisse à Santana um aumento de peitos. Seu quarto, e último passo, fora desafiar a religião de seus pais, e fazer uma tatuagem em seu pulso direito — grande o suficiente para que Santana se sentisse uma adolescente, mas, pequena o suficiente para que seus pais não reparassem.

Santana Lopez já não era mais aquela Santana Lopez.

Os garotos a seguiam por todos os lugares, e Santana se sentia grande por chamar a atenção dos garotos com seus peitos. Era estranho observá-los no espelho, de tal forma, que era raro Santana se admirar. Seus olhos não viam seu corpo como os garotos viam. Santana não se sentia como as garotas mais velhas.

Santana sentia os olhos de Brittany nos seus nas noites de festa. Brittany se distanciava com Sam, aproveitando as bebidas alcoólicas com ele, enquanto Santana se aventurava nos quartos com outros garotos, enquanto colocava sua dor e frustração no que deveria ser uma boa noite.

Santana já não era mais virgem.

Sua primeira vez fora com Noah Puckerman. Santana confiava em Noah, confiava na sua amizade — exagerada —, confiava na calmaria e calor que ele iria transmitir. Era complicado confiar em Noah Puckerman, principalmente por Santana não o amar como amava Brittany, mas Santana apenas o deixou conduzi-la.

Santana se lembra de estar sentada com ele — no computador do quarterback do último ano —, assistindo vídeos de mulheres bonitas com homens em uma cama grande. Puckerman apenas disse à Santana que deixaria seu corpo o mais tranquilo o suficiente para que não a machucasse.

Santana sentiu dor de qualquer forma, mas, por algo que ela não sabia explicar bem o que era, ela não conseguia parar de sussurrar ou gemer.

Santana se lembrava das noites em que colocava seus fones e ouvia Brittany falar, enquanto tocava em sua vagina distraidamente, seus sons eram estranhos, gemidos prazerosos, e Santana desejava Brittany cada vez mais. Santana ofegava de prazer, Santana mordia os lábios para não gemer tão alto. Quando estava imaginando Brittany, o prazer era diferente do que era quando estava com Puckerman.

Santana se recordava das palavras que ouvia nas fitas de Shelby:

"Quando Maureen e eu nos deitamos na cama de hotel, eu senti o meu corpo esquentar. A frieza do vento — que entrava pela janela — não era nada prazerosa, em comparação ao calor verdadeiro de suas unhas grandes, que percorriam todo o meu corpo. Seu torso dourado, com curvas espetaculares, tocavam em minha pele pálida e jovem. Maureen Jones tocava seus lábios no meu pescoço, seus dedos em minha vagina. Naquela noite, Maureen Jones e eu, nós veríamos pela última vez".

Santana imaginava a tristeza das palavras da Srta. Corcoran em sua cabeça, enquanto desejava que visse Noah Puckerman pela última vez naquele dia. O prazer, rendeu pouco menos de vinte segundos. Santana não se sentia justa o suficiente com Noah Puckerman daquele jeito, ou sequer se sentia segura com a sua irritação no momento seguinte.

Lírios - Brittana Onde histórias criam vida. Descubra agora