Um: Lírio Branco

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12 Anos

Santana Lopez não gostava de Samuel Evans.

Sam Evans e Brittany Pierce andavam de mãos dadas até o balanço no recreio. Sam Evans fazia Brittany rir. Sam Evans imitava os personagens ridículos dos filmes estranhos que ele assistia. Sam Evans dava balas de morango para Brittany.

Antes que o verão acabasse, Santana Lopez sabia muito sobre Brittany Pierce.

Ela sabia sobre seu sorvete favorito, seu desenho favorito, sua comida favorita. Santana sabia sobre tudo que precisava saber sobre Brittany, e, desde então, a lealdade entre elas as fez melhores amigas, inseparáveis.

Brittany buscava Santana, todas as tardes, para irem ao parque, e, mesmo que a garota ansiosa não fizesse nada quando estivesse lá, Brittany estava feliz que Santana a estava ouvido. Santana estava ainda mais feliz por ouvi-la, enquanto ficava sentada na areia, com seu caderno de desenho, decorando os traços de Brittany e passando para seu papel.

Santana Lopez fizera seu melhor para saber tudo sobre Brittany.

Principalmente as coisas que ela repetia enquanto revirava os olhos, porque eram adoráveis.

Brittany dizia sobre Quinn Fabray, sua prima, meio segundo mais nova que ela. Dizia sobre como estava ansiosa para sentar-se com Santana durante as aulas. Dizia sobre seu gato, Lord Tubbington, que saía durante a noite para caçar tesouros e coisas secretas que ele escondia em sua caixa de areia.

Brittany, certo dia de verão — e apenas naquele dia de verão —, disse sobre sua avó, que estava em um hospital há muito tempo, e, por isso, quando iam visitá-la, levavam uma flor. Santana ousou questionar o porquê de escolherem o dia 16 de cada mês, e, com um encolher de ombros, Brittany disse que era o dia do aniversário da sua avó, e que sua mãe contava os meses, como se fossem seus mêsversários, para que ela saísse logo do hospital. Então, Santana se calou, deixou de desenhar, e secou as lágrimas dos olhos azuis e profundos de Brittany, a abraçando com cuidado.

Em certos dias, Santana sentava-se na areia do parque, observando Brittany balançar no balanço do meio — era o seu preferido, porque não era em nenhum dos extremos, e ninguém gostava dele por ser um mero "talvez" —, enquanto ela contava animada o que fazia com seu pai na Califórnia, e como ela se divertia nas aulas de dança, e esperava que em Lima ela pudesse dançar também.

Brittany e Santana, em certas noites, escapavam de casa, sentavam-se no telhado da floricultura e dividiam jujubas de morango enquanto esperavam o nascer do sol. Brittany nunca conseguia esperar, e acabava dormindo no colo confortável de Santana. Ela apenas colocava seus fones, ligava seu walkman e esperava os primeiros raios solares, observando atenta, para poder despertar Brittany quando os primeiros raios surgissem. A garota loira sempre bufava, virava para os olhos de Santana e exclamava: "por que você me deixou dormir?!" Santana não podia dizer nada, nem como apreciava a calmaria de Brittany quando a garota dormia.

Santana Lopez não dizia muito sobre si mesma para Brittany Pierce.

Em certo dia, Brittany sentou-se no banco ao seu lado, ao invés de ir brincar no balanço do meio, e questionou-lhe sobre sua vida. Santana apenas ergueu os ombros, e com a voz rouca e baixa, contara as coisas mais superficiais possíveis — o que, por um lado, era justo.

Santana contara sobre Rachel Berry, a garota de grito estridente, com dois pais gays e uma mãe que canta na Broadway. Santana dissera que ela e Rachel eram como irmãs — mesmo que Santana se gabasse por ter nascido quatro meses antes —, já que suas mães eram amigas, e Santana gostava de ir para a casa da mãe de Rachel, Shelby Corcoran, nas tardes de sexta-feira, para comer biscoitos de canela.

Lírios - Brittana Onde histórias criam vida. Descubra agora