Santana sentiu a tensão em seu peito quando a carta da faculdade de Arte e Ciências de Nova York chegou em seu correio na manhã de sábado. Faltavam horas para as Nacionais, e Santana estava animada com seus novos projetos e obras.Sua carta de aplicação estava pronta para que ela fosse aceita, e Santana sentia-se grandiosa com a nova mudança. Ela se preocupava com as flores presas na floricultura, sozinhas e indefesas, famintas, precisando de seu brilho de volta.
Sua cabeça sentia-se tonta às vezes, principalmente quando Santana se lembrava de que estava crescendo. O mundo parecia parar de repente, e nada estava... comum.
A mudança, repentina, causou grandes pontos de ansiedade ao longo de sua vida. Santana chorava quando precisava ficar no jardim de infância com outras crianças, sozinha, ao invés de estar em sua casa com seus pais. Ela não entendia o motivo de a cada ano mudar para uma sala diferente, quando ela ainda estava se acostumando com os desenhos da sala antiga. Santana temia jogar coisas foras e deixar as memórias para trás, a mudança psicológica era algo que causava dores fortes em sua cabeça.
Mudar-se para longe, enquanto tentava se acostumar com o tráfego de Nova York, era algo tentador, porém nauseante. Seus olhos se mantinham abertos por muitas noites. Às vezes Santana se levantava para beber leite quente, ou ensaiar as coreografias das Nacionais, até que seu corpo ficasse cansado, e a música estivesse em sua cabeça.
Assim que o envelope estava entre seus dedos, Santana sentiu-se suar. Era diferente segurar um envelope de aceitação e um envelope com uma carta qualquer. Se o seu futuro estivesse sendo declarado naquelas letras, Santana preferia que fossem notícias boas.
Seus dedos traçaram a linha do envelope, enquanto sua testa suava. Ela ajeitou o envelope branco no balcão, e remexeu os ombros, nervosa.
— Mija — seu Papi chamou. Santana sorriu em sua direção, e estendeu o sorriso quando o viu segurar os ombros de sua Mami com ternura.
— Não precisa ter medo, cariño. — Ela assentiu quando sua Mami se aproximou para beijar sua testa. — Seu Papi e eu vamos te abraçar independente das notícias.
— Além de que você pode tentar outra vez ano que vem, e ir para Nova York se quiser.
— Existem outras Universidades, San...
Santana assentiu, determinada. Seu coração estava confiante quando ela rasgou a ponta do envelope. Seu coração errou uma batida, e sua pressão pareceu deixá-la enjoada. Ela puxou a outra ponta. Apertou a carta em sua mão, e respirou fundo, aconchegando-se nos braços de seus pais antes de abri-la. Santana sentiu o perfume acolhedor de flores em seus pais, e sorriu, um pouco mais forte.
Prezada Santana Marie Lopez,
Sua redação foi impressionante. A senhorita possui uma escrita fluída e pontos favoráveis para estar em uma Universidade como a nossa. Sua forma fluída de utilizar as palavras, demonstra como sua criatividade e aplicação de fórmulas são verdadeiramente sérias. Suas palavras nos impressionaram quando lemos sobre seus conhecimentos artísticos e musicais.
Sua aplicação, como cantora e artista, além do seu conhecimento em outros programas extracurriculares, nos deixa saber que a senhorita é uma grande líder na arte.
Estamos ansiosos para conhecê-la. Parabéns! Bem-vinda à Universidade de Arte e Ciências de Nova York!
Santana apertou as mãos, paralisada, em sua carta. As letras impressas ficaram embaçadas, e ela não ouvia os gritos animados de seus pais. Santana sorriu, deixando que as lágrimas começassem a escorrer antes que ela abraçasse seus pais com toda a força que seus braços podiam ter.
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Lírios - Brittana
Roman d'amourSantana Lopez entendia de flores. Santana Lopez conhecia cada uma como se fosse especialista. Brittany Pierce não entendia de flores. Brittany Pierce gostava das flores que recebia de sua melhor amiga todos os dias.