AUGUSTO MANCINI.
Eu me flagrei pensando em você Em tudo que eu queria te dizer Numa noite especialmente boa
Não há nada mais que a gente possa fazer
Charlie Brown Jr.
– Proibida Pra Mim-Eu sabia exatamente como uma mulher ficava quando estava com tesão. Sabia como as pupilas aumentavam, a atenção mudava, a respiração se tornava mais ofegante e as pernas se fechavam quase imediatamente.
Era por isso que sabia que Malu estava com tesão conforme olhava para mim no aniversário da irmã. E, normalmente, eu nem ligaria para isso. Precisava ser sincero e admitir que era normal ter mulheres querendo foder.
Era normal, mas nenhuma tinha sido ela.
E nenhuma, repetindo, absolutamente nenhuma já havia me deixado de pau duro apenas com um olhar. Porra, eu não era mais adolescente e controlava meu corpo muito bem. Mas o simples pensamento de foder aquela garota me tirou um pouco do foco.
O que mais me espantou foi querer. Foi imaginar milhares de vezes entrar com ela no quarto de hóspedes, arrancar aquele vestido florido e chupar seus peitos com força enquanto fodia sua boceta com meus dedos, deixando-os melados e com o cheiro dela.
Cheiro que eu quis conhecer e quis que ficasse impregnado em mim.
Passei minhas mãos pelo meu rosto, tentando mais uma vez controlar meus pensamentos. Aquilo não era certo. Nada disso era certo.
De todas as mulheres do mundo, Maria Luiza era uma das únicas que estava completamente fora do meu alcance. Foder com ela era a mesma coisa que foder com a esposa do meu melhore amigo.
Para ser sincero, era até pior.
Foder a filha era bem pior do que foder a esposa.
Eu estou ficando louco, é isso. Só pode ser isso.
— Esse terreno que vocês compraram não é muito bom para um prédio com essa proposta. — Malu disse, mordendo a pontinha do lápis, um tanto pensativa.
— Reclame com seu pai. Quem comprou esse terreno foi ele. — Mantive meus olhos no computador.
— Já reclamei — afirmou, tranquila e alheia a qualquer martírio que estava me fazendo passar. — Meu avô disse que assistirá à minha apresentação... Como se não bastasse toda a pressão, o presidente da empresa assistirá à minha apresentação.
— Ele assistiu a de todos nós, é algo normal — resmunguei.
— Mas vocês não tiveram que fazer um arranha-céu — rebateu, batendo a testa na mesa. — Eu odeio você.
— Maria Luiza...
— Eu odeio esse projeto.
— Maria Luiza... — Firmei minha voz, meu sangue já fervendo nas
veias.
— Eu odeio esse trabalho.
— Maria Luiza...! — rugi.
— O que é?! — Levantou a cabeça, me olhando com uma cara de
poucos amigos.
— Por que está desabafando comigo como se fôssemos amigos? —
Não tinha nada de amigável em meus pensamentos naquela manhã. — Não somos. Sou seu chefe, caso tenha se esquecido.
— Você precisa relaxar, Augusto. Toda hora é Maria Luiza isso, Maria Luiza aquilo. Vai ter um infarto antes dos quarenta desse jeito!
Naquele dia, ela estava pior do que nos outros ou era impressão minha?
— É uma questão de respeito.
— E, por acaso, você não se sente respeitado por mim? Parece que eu vou te desobedecer de alguma forma? Faço tudo o que você pede. A única coisa errada que eu fiz até agora foi um acidente. — A pequena cretina sorriu. — Só relaxa.
— O que deu em você hoje? — perguntei, confuso. — Sempre se caga de medo quando eu chego nos ambientes, foge de mim como o diabo foge da cruz.— Você mentiu por mim — justificou simplesmente, com aqueles olhos que muito me lembravam de seu pai.
Será que era tão iludida quanto ele?
— Isso não me torna seu amigo.
E muito menos um cara bom, pensei.
— Você não é tão ruim quanto gosta de parecer. — Eu sou exatamente o que mostro.
Ela riu.
Aquela garota...
— Por que está rindo? — Cruzei meus braços sobre o peito, girando
minha cadeira em sua direção.
— Nunca tinha reparado que você é engraçado. Todo rabugento e
desconfortável.
Foi a primeira vez que notei que Malu tinha covinhas.
Covinhas que eu amaria morder, para ser sincero.
Pare de ser um cretino, caralho!
Eu estava tentando, Dante. Ela que não estava me ajudando.
— Nossa troca de olhares de ontem te desconcertou?
— Nossa troca de olhares te iludiu? — rebati, erguendo as
sobrancelhas.
— Sabe, na noite passada, fiquei refletindo sobre nosso momento
constrangedor e parei para pensar... — Não sairia boa coisa daquela conversa. Continuei mesmo assim, porém. — Você não teria interesse em me ensinar a conquistar garotos?
— Pera aí, o quê?! — Eu esperava qualquer coisa, menos aquilo.
— Pelo que eu saiba, você é bem galinha e tem qualquer mulher aos seus pés. Uma encarada em seus olhos e eu já tive que trocar de calcinha. Quero provocar isso nas pessoas.
— Você teve que trocar de calcinha? — repeti devagar, em tom de pergunta.
Caralho. Caralho. Caralho.
— Você escutou o que eu te disse?
— Você bebeu? Se drogou? Está passando bem?
Até então, aquela fedelha nem mesmo gostava de mim. Agora, já
queria minha ajuda.
Uma ajuda que eu, inclusive, nem poderia usufruir.
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Nossas primeiras últimas vezes....
FanfictionSINOPSE. Ela era tudo o que eu jamais poderia querer. Quinze anos mais nova. Minha estagiária. Filha do meu melhor amigo. Maria Luiza Bittencourt era apenas uma menina quando entrou no avião rumo a Crownford para fazer faculdade de arquitetura. Doi...