08- BALADA .

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AUGUSTO MANCINI.

Gosto de ser imaturo com você Gosto de me entregar e me perder Quero poder implicar com todas suas maneiras Jão
– Imaturo-

A garota era mesmo uma pedra no meu sapato. Mas sabia que essas pequenas agonias, depois de um tempo, seriam facilmente toleráveis. E aquela ali era bem mais do que tolerável.
Minha pedra era também desejável.
Usando um vestido preto agarrado em seu corpo pequeno e nada voluptuoso e seu antigo All Star vermelho surrado, ela bebia seu drink de canudinho, observando as pessoas na pista de dança e alheia a todos os homens que a observavam.
Aquele era o problema de Maria Luiza: ela não chamava atenção para si mesma. Muito pelo contrário, fazia qualquer coisa para desaparecer na multidão. Dentro do nosso camarote, havia mulheres de todos os tipos, jeitos e tamanhos. A diferença delas para a garota à minha frente era apenas na postura.
Todas ali estavam querendo foder. E buscavam isso. Fosse no olhar, no sorriso ou na forma como bebiam seus drinks.
Elas queriam foder.
O que você quer, Malu?
— Quem é a gostosinha? — Marcos Paulo, um advogado criminal renomado e meu amigo de balada, perguntou.
— Uma amiga.
Maria Luiza era a herdeira Bittencourt que poucos conheciam. Era mais reclusa do que as irmãs mais novas e a única da família que não tinha redes sociais e nem aprovava que postassem fotos dela.

— Está comendo? Ela não parece fazer seu tipo. — Ele fedia a bebida e alguma porra a mais. Provavelmente, uma boceta qualquer que tinha comido no banheiro há poucos minutos.
— Faz o seu? — perguntei, calmo e centrado.
Aquele era meu estado de humor normal. Não era conhecido por ser explosivo, apenas sem paciência.
— Não. Muito tímida. Essas demoram muito para dar a boceta. E mal tem peitos ou bunda, não vale muito o sacrifício.
Não sabia o porquê aquele comentário havia me irritado tanto.
Homens julgavam as mulheres que iriam comer. E aqueles que diziam que não, estavam mentindo. O sorriso importava. A bunda importava. A boca importava. Éramos seres visuais e o que agradava aos olhos, também agradava ao pau.
Eu sabia disso.
Mas, mesmo sabendo, quis esmurrá-lo.
— Ela é minha — afirmei alto e bom som. — Só para deixar claro.
Ele pareceu surpreso, mas não tirou o sorriso dos lábios.
— A boceta da novinha deve ser realmente muito boa. — Marcos
bateu em meu ombro direito. Em seguida, levantou-se, cambaleante. — Vou avisar a todos que ela é sua, não se preocupe.
Não respondi. Levantei-me também e andei pelo camarote, até parar em frente à Maria Luiza, que fechou a cara e não falou nada até terminar seu drink.
— Você está bebendo vodca como se estivesse bebendo um milkshake. A sem senso me deu seu copo. E eu lá tinha cara de babá ou garçom? — É igualmente gostoso — rebateu, com os olhos já mais pesados do
que antes.
Um drink parecia ser o limite dela.
— A ressaca de amanhã não vai ser nada gostosa. Confie em mim.
Ela suspirou.
— Augusto... — chamou-me, com aqueles olhos pedintes.
— O que você quer agora?
Qual vai ser a próxima enrascada que você vai me meter?
— Por que nenhum dos seus amigos chegaram em mim? Eu tinha até
gostado do Juliano. — Ela não parecia triste, apenas conformada. Eu a apresentei a todos na chegada e dei liberdade para que ficasse à vontade. Mas nada aconteceu. Ela não ficou à vontade. E eles não a quiseram. Eles.

Porque eu estava sustentando uma ereção desde o momento em que ela colocou aquele maldito canudinho rosa na boca. — Pode ser sincero.
— Eles são uns idiotas.
— Por favor... Nunca vou aprender desse jeito. Ágata sempre diz a mesma coisa que você, mas sei que é por pena. Te escolhi justamente porque não sente pena de mim. Acho que não sente nem mesmo remorso.
Não sentia remorso? Ela realmente não sabia o que eu sentia quando me pegava desejando-a mais do que qualquer outra mulher ali naquela balada.
Ela não sabia de nada.
Uma fedelha mesmo.
— Você não parece estar querendo nada com ninguém — confessei,
dando a ela o que queria.
— Como assim? Eu quero estar aqui.
— Você sempre parece alheia a todos. Ora parece que está com medo,
ora parece que está desdenhando e julgando todo mundo. Resumindo, você nunca parece aberta para foder com alguém. É um pouco intimidante para o ego masculino esse tipo de postura.
Até pensei que minha sinceridade a faria chorar, mas ela parecia resignada, como se eu tivesse falado exatamente o que ela pensava.
— E o que eu tenho que fazer para ser mais aberta? Preciso ser mais simpática? Mais sexy? Usar roupas melhores? — Ela olhou para baixo, fazendo uma careta. — Talvez, colocar um silicone, já que vim ao mundo sem peitos.
Ela tinha peitos perfeitos, eu diria. Eram pequenos, gostosos e provavelmente seriam uma delícia de chupar até que ela gozasse apenas com minha língua os provocando.
— Você é perfeita — falei, puxando seu queixo para cima com as pontas dos dedos. — Já te falei para parar com essa merda de querer mudar para que os homens gostem de você.
— Fala isso porque fode desde que tinha quinze anos e tem a mulher que quer aos seus pés — rebateu.
— Por que não enfrenta os outros caras assim? — Acariciei seu maxilar com o polegar.
— Eles não me irritam como você. Acho que, em uma coisa, você tem razão. Eu sou alheia a eles e, bem..., a você, eu não sou. — Ela parecia

Nossas primeiras últimas vezes....Where stories live. Discover now