15- SEGREDOS

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AUGUSTO MANCINI.

Faz carinha de santa despede do pai Ele nem imagina o que a filha é capaz Tem que ser censurado o trupé que ela faz Luan Santana
–sogrão -

Com um sorriso no rosto e uma falta de vergonha na cara, que já me era característica, entrei na cozinha dos Bittencourt como se aquela fosse minha casa. E não deixava de ser. Sempre tive liberdade na casa do meu melhor amigo, mesmo que sua mulher não fosse muito com a minha cara.
Melinda era uma boa pessoa, só que era controladora e rancorosa demais. Meu rápido envolvimento com a irmã dela já iria completar vinte anos e ela simplesmente não conseguia superar o assunto que até mesmo Isadora já tinha superado.
Isadora já era casada, tinha dois filhos e parecia muito mais confortável com minha presença do que a irmã mas, mesmo assim, a esposa do meu melhor amigo não largava a porra do osso. Era só me ver para a cara de cu aparecer com força.
— Bom dia, padrinho. — Malí foi a primeira a me receber. — Mamãe está brava porque a Malu não dormiu em casa.
— Será que ela, finalmente, arrumou um namorado? — Maria Julia perguntou, mas parecia que a pergunta tinha sido feita para mim. Aquilo me deixou meio tenso.
Namorado ela não tinha arrumado, mas problemas... Isso, com certeza.
— Ela não está na casa da Ágata? — questionei, me sentando à mesa e tentando parecer o mais tranquilo possível. Nunca me importei com Malu antes, então não poderia mostrar que me importava de repente.
— Dante ligou para lá agora, mas sabe como são essas meninas... Pode ser mentira. — A mamãe superchata respondeu.

— Maria Luiza não consegue mentir. — Eu esperava que ela conseguisse, sim, e muito bem. — E, qualquer coisa, você vai colocá-la de castigo, ela vai chorar e tudo ficará bem.
— Ela não pode sumir assim, Augusto.
Ela não sumiu, carma... Só estava na minha cama e gemendo horrores.
— Relaxa, amor. Ela estava com a Ágata. Disse que brigou com o ex e que precisava da Malu. Sabe como nossa filha é, não ficaria bem em não dar certo apoio à prima.
Ela ficaria arrasada, realmente.
Como aquela garota fez para ir até seu quarto sem emitir um único barulho, eu não sabia, mas achava que, se eu consegui ensiná-la a gozar em silêncio, conseguiria ensiná-la a ser um pouco articulada também.
— Padrinho, nós vamos ao cinema hoje? Só eu e você?
Era meu programa com aquela pequena. Pelo menos, uma vez por mês, saíamos juntos e tínhamos um programa só nosso.
— Hoje, vamos todos para a casa da vovó. — Melinda avisou. — É aniversário dela.
— Ah, não...
Desde pequena, Malí sempre foi mais respondona. Muito mais do que Malu ousava sonhar em ser. Se bem que, comigo, aquela peste não tinha papas na língua.
— Semana que vem, você sai com o tio Augusto. — Dante disse, amoroso como sempre. — Cara, amanhã, nós temos que rever aquele projeto que o Henrique disse estar dando merda.
— Eu já vi. Vou passá-lo para Maria Luiza. — Senti todos ficarem tensos na mesa. Até a pequena Malí. — Não vou fazê-la chorar. Do jeito que me olham, parece que eu sou um ogro.
— Você é. — Melinda não economizou na sinceridade. — Ela chorou por dias depois da palhaçada que você fez naquela reunião.
Mentirosa, ela ficou tranquila depois daquilo. Ao contrário da mimada da mãe dela, entendeu perfeitamente o que eu quis fazer e o porquê fiz. Percebi, com certa apreensão, que ela sempre me entendia, mesmo que não concordasse com meus termos.
— Não escuto ninguém encher seu saco por fazer seus estagiários de escravos.
Ela os mantinha sob uma carga horária e pressão quase avassaladoras.

Ninguém ali era santinho. Nem mesmo Dante, que sabia bem ser um demônio quando queria. Éramos todos duros, calculistas e frios. Não éramos os melhores à toa.
— Falando de trabalho no café da manhã de um domingo?
Só a sua voz doce fez meu estômago vibrar. Parecia algo como medo. Ou seria tesão... Ou sei lá que porra era aquela. Mas, de todas as opções, fiquei com o medo. Se aquela garota desse algum mínimo indício do que tínhamos feito, estaríamos os dois fodidos.
— Lavou o cabelo, minha filha? E passou maquiagem? Você odeia maquiagem. — Melinda parecia um gavião em cima da menina.
Mães sabiam quando algo não estava certo.
Bom, a minha não sabia, mas, geralmente, elas sabiam. E, tudo bem, Malu passando maquiagem era realmente estranho, mas eu deixei a porra de um hematoma no seu pescoço porque a mordi como maldito desgraçado que era e deixei uma marca que ainda não tinha entendido como ela conseguiu cobrir.
— Que pergunta é essa? — devolveu, se sentando ao meu lado, mas ignorando minha presença, como sempre fez.
— Ela acha que você não estava na casa da Ágata. — A boca frouxa da filha do meio de Dante disse.
Maria Luiza franziu o cenho diante do comentário de Majú.
— Mãe, por que eu iria mentir sobre isso?
Aos olhos dos pais, ali, ela parecia um anjo. Os óculos de grau, a roupa
comportada e até mesmo a vermelhidão das bochechas... Tudo nela dava a entender que era uma santa. Mas, agora, eu conhecia o outro lado daquela garota e poderia dizer que estava impressionado.
Malu aguentou bem ao estar na minha cama, e eu não tinha pegado nada leve com ela. A garota ainda era praticamente virgem, tinha horas que havia perdido aquele lacre, mas percebi que gostava de intensidade tanto quanto eu. Ela se entregou sem reservas e suportou os tapas e os xingamentos com um sorriso no rosto.
Ela adorou o que eu fiz com ela. E, só por causa disso, fiquei louco para fazer de novo.
Outro ponto que ficou na minha cabeça era como ela era inexperiente, porém nada ingênua. Conhecia bem as mulheres e sabia quando alguém estava se apaixonando, e não era o caso de Malu.

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⏰ Last updated: Feb 02, 2023 ⏰

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