CAPÍTULO 12

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Mais um dia de consulta com o Dr Arthur!
Como sempre, alguém da enfermagem,o acompanhava no atendimento aos pacientes.
Nesse dia,era Mel.
Então,ela começou a por seu plano e de Laura em ação.

- Por favor, traga um pouco de água para mim! Pediu o médico.
- Vou buscar! Respondeu Mel.
A jovem saiu rapidamente da sala de consulta,e seguiu em direção a cozinha, pegou um copo de água fresca,do pote de barro,e levou para o doutor.
- Muito bem! Disse o médico, tomando até a última gota. Naquele dia, fazia muito calor,e Arthur,bebia água mais que o de costume.
Após atender vários internos, chegou a vez de Laura.
- Olá dona Laura! Está mais calma hoje? Perguntou o médico, desatando o nó da gravata, parecia sentir calor demais.
- Bizuuuuu,para de falar besouro! Repetia Laura, alheia às perguntas do doutor.
- É.....parece que os novos medicamentos que passei a ela, não são suficientes, terei que aumentar a dose. Disse o médico, enquanto preenchia outra receita.
Mel não dizia nada, afinal,o médico era ele!
De repente,as mãos de Arthur, começaram a tremer, ele respirava com dificuldade,e gritava feito um louco!
- FORA! FORA DAQUI SEUS ANIMAIS!
- Doutor! Pelo amor de Deus,me diga o que está acontecendo com o senhor! Dizia Mel.
Enquanto mais funcionários iam chegando,para ver o que seria aquele berro do médico.
- O que foi Mel? Perguntou Paulo, já segurando o médico, que se contorcia e gemia, como se estivesse com medo de alguma coisa.
- Eu não sei! Disse Mel apavorada, enquanto esperavam a enfermeira chefe chegar. De repente, ele começou a passar mal,e não falou nada com nada, feito louco,e ficou assim! Concluiu a enfermeira.
Quando a chefe da enfermagem chegou, não cria no que via.
- Olá pessoal! Vou dar um sedativo nele,e por essa noite, ele terá que ficar aqui, até que se recupere. Não sabemos exatamente o que aconteceu com ele...... pobre Arthur! Disse Clotilde,a chefe geral da equipe.
E assim foi feito!
Tiveram que amarrar o médico a cama, pois ele se debatia e gritava sem parar.
Após a sedação, ele dormiu feito uma criança.
Todos ficaram horrorizados com aquele episódio.
Cada um achava uma coisa, discutiam sobre o que poderia ter havido com o médico, que há pouco, estava tão bem.
Ele dormiu a noite inteira.
Clotilde deixou Lúcia, responsável por ele naquela noite.
E assim foi feito!
De repente, ouvia-se  um grito, vindo de um dos quartos!
- NÃOOOOOOO! NÃO PODE SER! Era Paulo, sua mãe, havia tido um infarto fulminante,e estava morta, quando ele chegou para ver se ela estava bem.
-Deem água com açúcar pra ele! Disse Mel, abraçando o amigo e tentando conforta-lo.
- Calma Paulo,ela descansou!Você precisa ser forte meu amigo. Disse Mel.
O rapaz chorava copiosamente,se agarrou a Mel e chorava.
Passaram a noite, preparando o corpo da senhora,e enquanto isso,o médico continuou dormindo.
O dia amanheceu,e sepultaram a mãe de Paulo, não havia razão para mais nada,foi lá mesmo,no cemitério do sanatório o sepultamento. Todos ficaram muito tristes,mas a vida tem que continuar.
Ao meio dia, Arthur acordou,e Mel deu o almoço, mais umas pírulas que a chefe ordenou.
- Bom dia Dr Arthur, como está se sentindo? Perguntou Mel.
- O que aconteceu comigo? Perguntou desesperado!
-Calma! Ontem na hora das consultas,o senhor passou muito mal,e a chefe da enfermagem, o medicou, parece que agora o senhor está bem! Disse Mel.
- Eu não tenho nenhuma doença! Disse Arthur.
- Sim, nós sabemos disso! Mas daqui a pouco, Clotilde virá vê-lo,e vcs conversam melhor, fique calmo. Disse a enfermeira, enquanto olhava ele almoçar,o que ela mesma servia, já que ele estava com as mãos -amarradas.
- Olá doutor,eu preciso saber o que ocorreu com o senhor ontem! Disse Clotilde, chegando de repente.
- Eu não me lembro de nada, só de sentir uma tontura. Respondeu Arthur.
- Já te aconteceu isso antes? O senhor tem família na cidade? Questionou a chefe da enfermagem.
- Nunca! Jamais fiquei assim,e não, não tenho família.
De repente, o homem teve mais uma crise ,berrava,se encolhia na cama, chegava a babar.
- Vamos ter que medicar novamente esse homem! Vou mandar um funcionário buscar um outro médico,para atender Arthur. Isso me parece loucura! Disse Clotilde, dando outra injeção de calmante no médico, que caiu num sono profundo novamente.
Enquanto isso,os trabalhos continuaram normalmente.
Foi enviado um mensageiro,para buscar um médico,para examinar o Dr Arthur.
Mas isso sempre demorava pelo menos uns quatro dias.
A tarde caiu! Os trabalhadores se recolheram para descansar. Mel e Laura, foram para fora conversar um pouco.
- Você viu,o porque eu parecia louca?! Disse Laura espantada.
- Sim amiga,eu vi, Disse Mel, acariciando a mão da amiga. Mas agora, ele está tomando o próprio veneno! Concluiu Mel.
- Laura, precisaremos de muita gente,para concluir o nosso plano, como você sabe, ninguém faz nada de graça.  Disse Mel.
- Claro amiga, tudo o que você precisar, dará para fazer, como eu já te falei, tenho muito dinheiro, ouro,joias escondidas. Darei as chaves para você,e pode gastar o quanto for preciso,mas tenho que retomar a minha vida! Respondeu Laura.
- Ótimo, amanhã,o Luiz receberá uma visita! Disse Mel, sorrindo.
Elas não eram más, simplesmente, numa época,em que,os homens eram "donos" de suas coisas e esposas,elas nunca seriam ouvidas,ou acreditadas. Então, teria que ser feita a Justiça, com as próprias mãos. Mas sem que ninguém morresse.
Enquanto isso na cidade, alguém batia na porta da casa de Luiz.
O mordomo saiu.
- Bom dia! Disse João ao mordomo, preciso conversar com você meu amigo.
Então,o mordomo saiu,e os dois conversaram por horas, Luiz havia saído.
E João era um velho conhecido do mordomo.
- Combinado! Disse o mordomo.
- Tome as providências desde hoje! Falou João.
- Fica tranquilo João,por esse preço, começo agora mesmo! Respondeu o mordomo, enquanto fechava a porta do palácio.
Luiz chegou,foi entrando, quando viu um pássaro morto,na sala de estar.
- Meu Deus! O que é isso? Disse Luiz enojado.
O pássaro estava com a barriga aberta,e cheio de moscas.
- O que foi senhor Luiz? Perguntou o mordomo. O senhor parece agitado hoje! Concluiu.
- Agitado eu? Claro que não,mas o que isso está fazendo na minha sala? Não pago você,para cuidar das coisas por aqui? Questionou Luiz, virando se,e apontando a mão para o animal morto.
- Está falando de que senhor Luiz?
Quando o rapaz olhou novamente, não havia nada,nem sinal de pássaro morto.
- O QUE?! Berrou Luiz.
- Agora mesmo, havia um pássaro morto aqui, bem aqui! Apontava para o chão.
- O senhor deve estar muito cansado, não há nada aí, como pode ver! Respondeu o mordomo.
- Olha aqui,eu não sou louco,nem burro,sei o que vi,mas.....pode ser uma alucinação mesmo, você está certo.....tomei muito sol na cabeça hoje. Disse Luiz, enquanto subia para seu quarto.
Naquele dia, ficou por isso mesmo.
Horas depois, João retornou ao palácio,desta vez,para conversar com Luiz.
- Senhor, há uma visita para você! Disse o mordomo.
- Quem será a essas horas? Perguntou Luiz.
- É o senhor João! Disse o mordomo.
- Mande o entrar! Falou Luiz.
- Boa noite Luiz, estou aqui para dizer que,notei muito gado seu doente,e outros, arrombaram a cerca, e estão perambulando por aí.
- Doentes? Vou ver isso de perto! São todos muito bem cuidados João, que negócio é esse?  Disse Luiz.
Os dois saíram a cavalo pela fazenda, até chegar no local indicado por João.
E lá, haviam pelo menos,uns mil bois,amuados, deitados com a língua para fora,e babando.
-Meu Deus! O que pode ser isso? Amanhã mesmo, vou chamar o vaqueiro para me dizer o que aconteceu aqui.  Disse Luiz.
- Tá bom seu Luiz,eu só queria avisar. Disse João.
- Muito obrigado meu amigo! Amanhã bem cedo,os vaqueiros buscarão a boiada que fugiu,e veremos o que esse gado tem.
- Se precisar,pode contar comigo. Falou João, já indo embora para a sua casa.
Luiz voltou pra casa, muito aborrecido,no dia seguinte, teria muita coisa pra resolver.

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