Capítulo 16 — Amigos
Na manhã seguinte, o Rei pediu para que preparassem tudo o que era necessário para uma nova viagem. Burly estava momentaneamente sem um rei e até que a viúva conseguisse contatar os próximos na linha de sucessão, o território ficaria vulnerável.
Stewart estava mandando uma parte de seu exército para a fronteira para assegurar a divisa entre os reinos e como um rei que também havia perdido sua esposa, sabia bem qual deveria ser o sentimento da rainha, então ficaria ao seu lado, o ajudando o máximo que pudesse para que ela conseguisse se reerguer.
Se despediu de seu filho, de Jungkook e do Infante e pediu que os três organizassem o quanto antes o baile de noivado, para que pudessem oficializar o compromisso entre os dois.
Jimin apenas concordou e por mais que naquela manhã estivesse especialmente inquieto, o rei não comentou sobre o fato de seu filho ter o cheiro do duque em seu corpo.
Não era estranho o alfa aromatizar seu filho, mesmo porque Jungkook sempre foi o responsável em prover calor para o ômega, mas naquela manhã algo parecia diferente.
— Um baile é muito arriscado. — Yoongi comentou assim que ficaram sozinhos, observando o ômega andando por entre as estantes de livros. — É um momento de distração, muitas coisas vão estar acontecendo ao mesmo tempo, vão ter estranhos no palácio e seria a oportunidade perfeita de alguém tentar algo contra sua vida.
— Odeio concordar com ele, mas realmente não é o melhor momento. — Jungkook concordou, recebendo um olhar divertido do lúpus.
— Tenho certeza de que o fato desse baile ser para oficializar nosso noivado não tem nada a ver com a sua opinião sobre ele. — Provocou.
— Eu acho que um baile é uma ótima ideia. — Jimin interrompeu antes que uma nova discussão começasse. — Seria bom para elevar a moral do reino e acalmar o povo. A fofoca de que duas pessoas sumiram logo irá se espalhar, precisamos abafar isso. Além do mais, poderíamos ficar de olho em qualquer situação estranha. É até uma chance de pegar o culpado.
— Você quer fazer uma armadilha? — Jungkook questionou ao notar a ideia do ômega. — Isso seria muito arriscado, Jimin. Não vamos colocar sua vida em risco.
— Não seria uma armadilha. Eu ficaria o tempo todo com vocês. — Defendeu. — Também estou pensando em convocar mais uma dama de companhia. Irei precisar delas durante a temporada de casamento e por mais que a senhora Wood seja eficiente, seria bom ter mais alguém para me ajudar.
— Como quem? Ninguém é confiável nesse momento. — O infante afirmou, não gostando da ideia.
— A senhorita Della é. Ela me contou tudo o que sabia sobre os crimes, seu pai é guarda e ela parecia gostar do príncipe.
— Ela poderia estar mentindo para não levantar suspeitas. — Jungkook interveio, mas Jimin negou.
— Ela parecia sincera e uma boa menina. Eu a convenci a fazer os bolos, ela estava com medo e disse que eu poderia ser expulso e que ela seria demitida, disse que se fossemos pegos iria colocar a culpa em mim, mas quando o chefe da cozinha a questionou, ela iria assumir a culpa. Uma pessoa ruim não faz isso. — Jimin explicou. — Confio nela.
— Irei a convocar. — Jungkook disse em desistência.
— Mas ficaremos de olho. — O Infante afirmou. — Um piso em falso e ela irá para a forca.
— Tudo bem. — Concordou apenas para não começar uma nova discussão e voltou a procurar pelo livro de poemas que queria.
Yoongi encarou de canto o outro alfa, que parecia momentaneamente distraído encarando o ômega e então riu fraco, chamando a atenção do Duque. Já havia sentido o cheiro do alfa preso no ômega e sabia pela atitude dos dois que algo deveria ter acontecido na noite anterior, já que ambos estavam inquietos e desconcertados perto um do outro.
— Então, iremos ignorar o que possivelmente aconteceu ontem. Ou irão me dizer a que conclusão chegaram?
— Não sei do que está falando. — Jimin resmungou sem desviar os olhos dos livros.
— Vocês não conversaram depois que eu saí? — Questionou incrédulo e Jungkook deu de ombros.
— Claro, sobre flores e poemas. — Provocou.
— Então você está o cortejando agora? — Devolve a provocação estreitando os olhos.
— O que quer dizer com isso? — Jimin questionou finalmente dando sua atenção ao Infante, que sorriu perverso.
— Eu e o Duque tivemos uma conversa interessante ontem. Ele me disse que se fosse te cortejar, lhe daria flores da estação e ouviria seus poemas favoritos. — Contou em uma tentativa de alfinetar Jungkook, mas Jimin apenas sorriu de lado, como se aquilo não fosse algo surpreendente.
— Jungkook me dá flores todos os meses. — Contou com a voz embargada em carinho.
— Jimin tem uma flor preferida por mês. — Jungkook continuou, encarando o Infante com um ar de superioridade. — Janeiro é o mês das margaridas. Fevereiro das boca de leão, Março da gipsófila. Abril das petúnias. Maio dos cravos. — Começou a listar de cabeça, deixando o infante perplexo com aquela informação.
O Duque não apenas conhecia o ômega como ninguém, como já o cortejava desde sempre.
— Junho tulipas. Julho orquídeas. Agosto crisântemos. Setembro girassóis. Outubro Lírios. Novembro gardênias e dezembro é o mês da lobélia. — Terminou sua lista e o ômega riu baixinho.
— Isso era um cortejo? — O ômega perguntou sorrindo e o alfa negou.
— Cortejos são algo com data de validade com a intenção de conquistar. Eu irei lhe dar flores pelo resto de minha vida. — Foi sincero. — Não considero isso um cortejo.
O Infante de boca aberta encarava a cena com surpresa e descrença. O sorriso doce do ômega em direção ao alfa que parecia mais sincero e claro sobre seus sentimentos e intenções, contava o que os dois não queriam contar.
— Deus, vocês finalmente conversaram, não conversaram? — Mais afirmou do que perguntou e Jimin apenas soltou um sorrisinho.
— Você é muito curioso. — Provocou. — Não deveria falar sobre isso com o meu futuro marido.
— Mas deveria com um amigo que quer ver sua felicidade. — Rebateu. — Vamos lá. Eu mereço saber.
— Sua proposta foi indecente, imoral e imprudente. — Jungkook rebateu.
— Mas? — Insistiu o Infante.
— Mas é a nossa melhor alternativa. — Jimin completou. — Conversamos ontem. Esclarecemos algo que já deveria ter sido dito a muito tempo, mas que faltava coragem. Se você realmente acha que isso pode dar certo...
— É claro que pode, Jimin. — O Infante assegurou. — Me sinto muito mais tranquilo sabendo que você não ficará sozinho. Além do mais, depois de casados, ninguém irá contestar a marca, sendo ela de quem for.
— Está falando sério? — Jimin perguntou sentindo as pernas bambas. — Achei que nessa situação eu não poderia ser marcado.
— Está brincando? Depois do casamento, todos vão esperar que você apareça marcado. Se Jungkook te marcar, ninguém irá questionar.
— Vão saber que não foi você quando eu não tiver o seu cheiro.
— Mas se eu não estou questionando sua fidelidade, porque outro iria?
— Você pensou em tudo? — Jungkook questionou ao ver que o plano do Infante não tinha tantos buracos quanto imaginou.
— Nem tudo. Eu ainda irei precisar de um herdeiro em algum momento e ainda não sei como resolver essa parte.
— Iremos dar um jeito. — Jimin respondeu sentindo o peito apertado. Queria mais do que tudo poder ser pai em algum momento, dar um herdeiro para o seu povo e um filho para o homem que ama, mas sabia que teria que achar outra solução para aquele problema.
— Não estou preocupado com isso agora. Teremos tempo, mas fico feliz que finalmente poderemos ser amigos, Senhor Jones. — Sorriu para o alfa, que mesmo revirando os olhos, sorriu para o Infante, que parecia realmente torcer para sua felicidade.
| O SEGREDO DO PRÍNCIPE |
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Segredo do Príncipe - Jikook | LIVRO 3 | MY ABO UNIVERSE
FanficREESCRITO LIVRO 3 | MY ABO UNIVERSE | UM NOVO AMANHÃ Jeon Jungkook tinha uma única missão: Proteger o Herdeiro do trono de Katar. Park Jimin era apenas uma criança mimada que queria a atenção do pai, pelo menos isso era o que todos pensavam. O prín...