Nᴀ̃ᴏ ᴇʀᴀ ᴜᴍ ᴅᴏs ᴅɪᴀs ᴍᴀɪs ʙᴏɴɪᴛᴏs ᴅᴀϙᴜᴇʟᴇ ᴠᴇʀᴀ̃ᴏ ᴇᴍ 2026, a chuva caía forte naquela manhã, as gotas batendo contra as janelas com uma insistência que parecia ecoar minha inquietação interior. Sentada ao piano na sala de música, deixei que meus dedos corressem pelas teclas, tentando encontrar algum consolo na melodia suave que tocava. O som do piano preenchia o ambiente, mas minha mente estava longe, perdida nos pensamentos sombrios sobre a reunião de emergência que Fleamont, meu bisavô, havia convocado na noite anterior.
Recebi a coruja real enquanto todos ainda dormiam. O selo dourado da realeza, inconfundível, deixava claro que não era uma mensagem qualquer. O medo se instalou em meu coração quando abri a carta. Fleamont me chamava para uma reunião urgente, e o pensamento de que Grindelwald, a Mão do Rei e meu outrora mentor, poderia estar lá me atormentava. Não tinha coragem de compartilhar esse medo com ninguém, nem mesmo com meus irmãos.
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Enquanto tocava, senti uma presença familiar se aproximando. Antes que pudesse reagir, mãos carinhosas cobriram meus olhos, e lábios suaves começaram a distribuir beijos leves pelo meu rosto.
─ Bom dia, minha princesa ─ a voz de Ray, doce e preocupada, soou perto de meu ouvido. Senti seu sorriso mesmo sem vê-lo, e a tensão em meus ombros começou a diminuir.
─ Bom dia, Ray ─ respondi, tentando manter a leveza em minha voz. ─ Como sabia que eu estava aqui?
Ele riu suavemente, tirando as mãos dos meus olhos e se inclinando para me dar mais um beijo, dessa vez na testa.
─ Você é a única pessoa da família que acorda seis da manhã para tocar piano.
Olhei para ele, os olhos refletindo a gratidão e o amor que sentia.
─ Você me conhece tão bem, Ray.
Ele se sentou ao meu lado no banco do piano, seus olhos azuis escuros observando meu rosto com uma preocupação que não podia esconder.
─ Recebeu a coruja real na noite passada, não foi? ─ perguntou, sua voz suave, mas carregada de seriedade.
Assenti, desviando o olhar para o teclado do piano.
─ Sim, Fleamont quer me ver. Uma reunião de emergência.
Ray suspirou, passando um braço ao redor dos meus ombros e me puxando para mais perto.
─ Estou preocupado com você, Lilly. Sabe que se pudesse, eu iria com você. Mas tenho que ir a Londres hoje, há assuntos importantes a tratar.
Inclinei-me contra ele, sentindo o calor e o conforto de seu corpo.