Cap. 26: "A pessoa que eu queria aqui comigo hoje era ela."

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Leonardo

- Ainda não entendi por que estamos indo para lá.

- Quer parar de reclamar? Vai ser legal.

Como eu disse antes, arcamos com nossas próprias escolhas. Escolhas estas, que eventualmente nos geram consequências.

"Ação tem uma reação", já dizia meu querido amigo Newton.

E é claro, para um cientista ter conseguido formular uma das três leis da Física, com certeza deve ter lido e aprendido muito.

Infelizmente, para mim...

- Realmente não sei por que te escutei. Isso tudo é uma perda de tempo.

Aprendizado social parece estar um pouco distante.

Principalmente quando se trata dela.

- Samantha, vai ficar tudo bem. Já recebemos as nossas notas e tiramos um cinco no trabalho.

- Pois é, pode me agradecer por isso depois. - seu tom é mal-humorado - Não muda o fato de que temos coisas a estudar e estamos indo a uma feira estúpida.

- Epa, epa, epa. Não venha ofender a feira. - repreendo- Primeiramente, a feira tem nome, e segundamente, terão várias coisas pra gente fazer.

- Por que não levou sua amiga?? - Samantha pergunta- Sei que tem uma. Tânia, Thais...?

- Thatiana. - a corrijo. - Ela estava ocupada. E além disso, não curte muito feiras de centros culturais.

- E o que te faz pensar que eu curto?? - questiona, levantando a voz.

Suspiro.

- Ah, Samantha. Doce Samantha... - ela me encara de forma séria. - Você esquece que infelizmente eu te conheço.

- Acha que conhece.

- Tenho certeza absoluta, eu te conheço. - reafirmo- E eu sei que você gosta de centros culturais.

- Não tem como saber.

- Você adorou o centro cultural da escola sobre o Rio Grande do Sul.

- É, e eu também adorava refrigerante. - me encara de maneira sarcástica - Não significa que quero ir para uma fábrica de coca-cola.

Puta que pariu, mas que porra de menina.

- Vai por mim Samantha, se eu pudesse dar meia-volta agora e te tirar deste carro eu faria isso. - abro um sorriso.

Ela me dá o dedo médio.

- ...Mas infelizmente já estamos na metade do caminho, então não há nada a ser feito. Pelo amor de Zeus, quer parar de reclamar?

Penso que ela irá me xingar, mas...

- É sério?

Ela ri. Digo, realmente ri.

- Hãm... - hesito - É, é sério sim.

Segura a gargalhada.

Depois mais um pouco. Mas eventualmente, é inevitável.

- HA HA HA HA HA HA.

  A encaro, confuso.

- Qual é a graça?

Me encara sorrindo.

- Você, Leo. - exclama- Nunca percebi como te ver irritado era engraçado.

Desta vez fico simplesmente puto.

- Desde quando meus chiliques são engraçados?

- Desde que eu parei de querer sua cabeça em um tronco de árvore. - afirma - Ou pelo menos algo assim.

1000 motivos para eu (não) amar vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora