Cap. 8: "Por que você se importa?"

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Samantha

É segunda-feira, dia de voltar à rotina. E mesmo que eu tenha tido um dia inteiro para curar minha ressaca, ela ainda não sarou completamente. A prova disso é que...

- Samantha. - Leonardo chama - Você tá me ouvindo?

- O quê? - pergunto, sem entender muita coisa.

- O trabalho. - relembra - Eu disse que olhei o material que me enviou, e tive algumas ideias.

- Ideias... - sussurro, tentando concordar - Claro, ideias. Ideias são boas.

Pisco forte, no intuito de ficar acordada, e ele me encara de uma forma peculiar.

- Samantha. - Começa - Tá tudo bem?

- Tudo ótimo. - respondo às pressas, pegando minha garrafa d-água - Melhor ir se sentar, já já o professor chega.

Além de estarmos estudando o filo Porifera e Cnidaria, também estamos vendo Botânica I com outra professora. Ficaremos nesse assunto por duas semanas, e depois prova. Assim como o Marcelo.

Bebo um gole, sentindo mais alívio. Mas Leo ainda está parado na minha frente.

- Que foi, porra? - questiono.

Ele tira algo do bolso e me entrega.

- Toma um desses. - é uma cartela de remédios. - É bom pra ressaca.

Tento negar que estou de ressaca, mas é em vão, já que ele foi pra sua cadeira.

Penso em entregar o remédio de volta, mas não é hora para orgulho.

Que se foda.

Pego a pílula e bebo com água, deixando que ela faça efeito.

Marcelo entra, pergunta sobre o trabalho e nós descobrimos que o prazo é até quarta. Ou seja, de ressaca, tenho apenas três dias para organizar tudo.

A matéria de Porifera e Cnidaria acaba, e agora iremos para o grupo de Platelmintos e Nematelmintos. Ele explica sobre as evoluções, sobre todos os tipos de estruturas, sua anatomia, e eu só sou capaz de copiar tudo. Minha mente está um caco.

                               (...)

- Por hoje é só. Podem ir.

Graças a Deus.

Hoje não liguei pra Jéssica, já que não respondi suas mensagens ou ligações. Preciso tentar me lembrar do que aconteceu primeiro.

Ela perguntou se hoje iríamos ao Carioca almoçar, mas eu disse que comeria sozinha.

Eu sei, não posso fugir dela para sempre. Mas o que mais posso fazer? Sou a mesma menina que foi carregada bêbada pra casa por alguém que nem ao menos me lembro.

Aliás...ainda preciso perguntar isso à Jessi. Quem é o amigo dela que me trouxe em casa??

Guardo minhas coisas devagar e depois levanto com dificuldade.

Após já estar de pé, vejo que Leonardo ainda está na sala Apenas pego a bolsa e vou embora.

Depois de um tempo, me incomodo com o vulto de sombra atrás de mim.

- O que você quer? - pergunto. Minha voz está grossa.

O mesmo agora está caminhando ao meu lado.

- Preciso falar com você sobre o trabalho.

- Estamos em horário de almoço.

- E o prazo é pra quarta. - desta vez ele para na minha frente. - Você já falou com os meninos sobre a maquete?

1000 motivos para eu (não) amar vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora