1000 motivos para eu (não) amar você

Cap. 13: "Está se importando demais para alguém que não gosta dela".

Leonardo

Isso é esquisito.

Nunca pensei que me sentiria tão mal com uma situação antes, principalmente uma que envolvesse Samantha Souza.

O Leo de 15 anos estaria 100% feliz comigo agora, e eu desejo socá-lo no meio do estômago.

Eu fiz merda. Uma grande merda.

E não sei como consertar, já que Samantha jamais abaixará a guarda novamente.

Deus, por que eu não deixei aquilo para lá?

Fiquei tão chateado pelo o que ela falou no carro naquele dia que perdi a cabeça. Tudo o que eu queria era magoá-la, e nunca havia me sentido daquele jeito antes. Na escola, quando brigávamos, era justamente o contrário. Se ela quisesse se afastar era o mais puro lucro.

Mas...depois de tudo o que aconteceu, de eu ter cuidado dela tão vulnerável, me apeguei a qualquer tipo de resposta dela. E eu sabia que não teria, já que ela não se lembrava de nada.

Então ouvir aquilo foi péssimo. Me senti um otário por ter tentado ser legal.

Antes eu ficasse me sentindo um otário do que ter feito o que eu fiz.

- Toc, toc, toc.

- Entra! - permito.

É a minha mãe. Seu semblante parece preocupado.

- Oi, filho.

- Oi. - 1,2, 1,2, 1,2.

- Você já comeu hoje?

- Só de manhã.

- Só de manhã... certo. - repete - Ham... - hesita - O que houve, meu filho?

- Como assim? - indago, ofegante - Não houve nada.

- Leonardo, está trancado nesse quarto fazendo flexões há horas. - me diz - Desde que voltou da casa da sua colega.

Rio com deboche.

- Acho que não somos nem colegas. Ela nunca mais vai olhar na minha cara. - explico.

- Hum. - exclama- Então você gosta dela?

- Não. - respondo. - É só que... - finalmente paro de fazer flexão - Eu e ela vivíamos brigando. Muito, muito mesmo. E eu a detestava. - faço uma pausa - Mas recentemente...

- Você estava começando a gostar dela? - minha mãe pergunta.

Ajeito os cabelos.

- Não amorosamente, eu passei a simpatizar com ela. -explico - Eu queria que nós nos déssemos bem, que parássemos de brigar...porém ela continuou sendo grossa comigo.

- Entendo. - minha mãe fala - Então é por isso que está frustrado?

- Quem me dera. - exclamo. - Fiquei tão irritado com ela que acabei fazendo uma besteira.

Desta vez sua expressão está séria.

- Leonardo Duarte Ramalho, o que foi que você fez??

Coço a cabeça, desconfortável.

- Ela era a líder do nosso grupo de trabalho. - conto - Conversei com as outras pessoas da equipe e os convenci a retirá-la do poder.

- Ah, Leo... - ela suspira - Meu filho, não deveria ter feito isso.

- Eu sei. - admito - Sei que fui um babaca. Ela descobriu justamente quando estávamos começando a nos entender.

Deito no chão, já que estou suado demais para fazer isso na cama.