Capítulo trinta e quatro.

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A viagem para Skye foi uma coisa, mas isso – viajar até o palácio com Enid por um fim de semana – é completamente diferente. Para começar, o transporte.

Um carro nos leva de Nevermore até Inverness, onde pegamos um trem, que não é qualquer trem.

A família Sinclair tem o seu próprio trem, adornado com o brasão da família por toda parte e com assentos que são mais confortáveis do que qualquer outro em que já me sentei.

Enid está ao meu lado, nossos dedos entrelaçados enquanto observamos a paisagem rural correr veloz, e estou animada, feliz e quase me mijando de tão nervosa ao mesmo tempo. Quando Enid e eu fomos para Skye, éramos apenas amigas. Agora, definitivamente somos mais do que isso, mas será cedo demais para ser assim tão… oficial?

Isso não é uma visita qualquer aos familiares, a final de contas. É uma festa para o casamento real que se aproxima. Eu irei ao casamento como par de Enid?

E, falando em casamentos, como será com Enid no futuro?

Quer dizer, é cedo demais para pensar em casamento, mas existe algum título para uma garota que se casa com uma princesa? Será que…

— Você está fazendo a sua Cara de Addams Pensativa.

Olho para o lado e Enid está encostada no descanso de braço e bem próxima a mim, seus lábios levemente franzidos e os olhos espremidos.

— Porque eu sou Addams e estou pensativa — respondo, mas, quando ela se inclina para me beijar, todos aqueles pensamentos são afugentados para longe.

Quando o trem chega à estação Waverly, um carro nos espera. Também nos espera um punhado de fotógrafos. Não o mar de flashes que eu estava imaginando, mas, ainda assim, eu me sinto muito consciente do fato de que estou vestindo jeans, um suéter e tênis, e que eu provavelmente deveria ter feito algo que não fosse um rabo de cavalo em meu cabelo.

Enid me empresta um par de óculos escuros e eles parecem grandes e ridículos demais no meu rosto, mas sou grata por eles enquanto nos acomodamos no banco de trás do carro.

— Ufa — digo assim que a porta se fecha atrás da gente e estamos avançando velozes por uma rua estreita, passando por um mar de lojas para turistas.

— Eu nunca me senti tão olhada.

— Como se atreve? Eles estavam olhando pra mim — Enid responde, sorrindo, e eu rio, afofando a franja e tentando ajeitar o cabelo.

— A gente vai ter uma chance de se arrumar melhor antes que eu conheça os outros integrantes da realeza, né? — pergunto, e Enid movimenta a cabeça positivamente, já digitando em seu celular.

— Glay é a responsável por isso tudo, então é provável que alguns cabeleireiros estejam nos esperando em Holyrood.

Ela está brincando. Pelo menos eu acho que ela está brincando. Mas não tenho tempo de perguntar nada porque de repente o carro está chegando ao palácio, atravessando grandes portões de ferro forjado, e preciso me conter para não amassar o nariz na janela enquanto Holyrood se avoluma à vista.

— Nossa — murmuro, absorvendo o visual das pedras de coloração quente sob a luz da tarde. — É tão…

— Sim — Enid diz com alegria, e, quando ela estende a mão para apertar a minha, eu sinto o mesmo misto de excitação e terror que está me acompanhando desde a viagem de trem.

Glay está nos aguardando na entrada, tão reluzente e polida como sempre, e percebo que Nicolr também nos aguarda, de pé, a alguns metros dela. Ela não está tão bem aprumada como sua mãe, mas está bem arrumada, vestindo uma camisa de botões e uma saia adorável.

— Oi de novo — digo a ela, acenando, e ela acena de volta antes de se aproximar. Enquanto Enid e Glay confabulam sobre algo, Nicolr chega perto de mim e diz:

— Isso vai ser muito mais intenso do que Skye, mas eu prometo que ninguém é tão assustador como parece.

— O que isso significa? — pergunto, mas ela só me dá um tapinha no ombro com um olhar complacente antes de voltar para o lado da mãe.

— Wednes — Glay diz, gesticulando para que eu me aproxime e estalando os dedos para um empregado que aguardava perto do carro. — Ralph vai conduzi-la aos seus aposentos — ela informa, antes de se inclinar e dizer ao empregado —, a Suíte Darnley. Se a mala de roupas não estiver lá, chame Reze e diga para ele que me ligue.

— Rezzes, madame — ele diz, e não sei se ele está querendo dizer que entendeu o que é para fazer ou se está corrigindo seu nome. De qualquer maneira, tudo parece mais com um código. Então Glay se dirige a mim.

— Celeste fará o seu cabelo às três, então Jusly entrará para fazer sua maquiagem às quatro. Quando você estiver vestida, enviarei alguém ao quarto com uma seleção de joias.

Engulo em seco.

— Joias?

A palavra falha em algum lugar, e minha mão vai ao pescoço, lembrando do colar de diamantes que Enid usou em Skye. Será que usarei algo desse tipo? Eu… não sei se me sinto segura usando algo assim. Passaria a noite inteira com a mão no pescoço, com medo de que um objeto que custa o mesmo que a casa do meu pai – se não custar mais – mergulhe na minha tigela de sopa.

Glay vê meu gesto e dá uma risada, sacudindo a cabeça.

— Apenas alguns brincos, nada muito valioso.

De qualquer forma eu imagino que Glay e eu não temos a mesma noção sobre o significado de “valioso”, mas estou aliviada o suficiente para acenar com a cabeça e dizer:

— Parece ótimo!

— Esmeraldas — Enid diz para Glay, que, movimentando a cabeça, faz uma anotação em seu iPad, sempre presente. — Vá em frente — Enid me diz, me empurrando de leve com a mão. — Descanse, e eu te encontro às cinco na sala de estar cor-de-rosa, onde servirão drinques.

Quando eu olho para ela sem reação, ela completa:

— Alguém vai te buscar, não se preocupe.

Com outro sorriso, ela vai embora com Glay e Nicole, e sou deixada para trás para seguir Reze-ou-talvez-Rezzes até meu quarto.

Não tenho muito tempo para ficar admirando os arredores, na verdade, subimos uma série de escadas e atravessamos vários corredores estreitos, virando para um lado e outro até chegarmos a um quarto que não é tão bonito quanto o quarto em Skye, mas ainda assim muito mais agradável do que qualquer coisa que já vi. E, claro, tem uma bolsa sobre a cama com roupas para mim.

Abrindo o zíper, eu dou de cara com o vestido que usei em Skye.

— Olá, você — digo, acariciando o tecido e me lembrando daquela dança com Enid na estufa.

Talvez esse vestido seja como um amuleto de boa sorte? Definitivamente, sinto que precisarei de um.


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Hey!

Sinto muito se estou meio ausente aqui. Eu já expliquei a minha situação no mural de avisos e obrigada a todos que compreenderam.

Amo vocês<3

𝙎𝙪𝙖 𝙖𝙡𝙩𝙚𝙯𝙖 𝙧𝙚𝙖𝙡 * 𝑊𝑒𝑛𝑐𝑙𝑎𝑖𝑟 (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora