— Trabalhar na lavanderia?
Eu rio, me acomodando em minha cama enquanto ajeito o notebook para ver Parker melhor.
— O.k., você diz isso como se fosse a pior punição que alguém pudesse ter.
Na tela, Parker tira o cabelo dos olhos.
— É só bizarro — ela diz. — Você consegue imaginar se meter em confusão no Pecos e eles te mandarem, tipo, lavar os uniformes de educação física? Eles nunca ouviram falar em detenção na Escócia?
— Não é tão ruim, eu acho — digo a ela, e fico surpresa ao perceber que isso é verdade.
Não é que eu tenha amado botar a roupa de todo mundo para lavar durante as últimas semanas, mas ficar esse tempo com a Enid tem sido surpreendentemente não terrível. Seja o que for que derreteu entre a gente lá em cima das colinas permaneceu descongelado e, mesmo que eu ainda pense em Enid como uma Agente do Caos Elegante, tem sido até legal passar o tempo juntas, só nós duas.
— Hum, que cara é essa?
Pisco distraída para a tela.
— Quê?
— Você acabou de fazer uma cara — Parker diz, sorrindo. — Uma cara sonhadora. Pegou um highlander, Wed?
— Cala a boca — digo, revirando os olhos, mas Parker apenas ri de novo, sacudindo a cabeça.
— Não, eu conheço bem a cara de Wednesday Addams quando tem um crush ou uma crush e você fez essa cara. Eu já vi isso antes, eu conheço esse seu coração misterioso.
— Não fiz. E, não, você não conhece — respondo, mas meu coração está batendo um pouco mais rápido, e agora estou ficando corada, vermelha igual um tomate.
Consigo ver isso no pequeno retângulo no canto inferior da tela. A porta se abre e Enid entra saltitando, seu cabelo dourado balançando.
— Ai, graças a Deus! — ela diz com entusiasmo, caindo em sua cama com uma distinta falta de graça real e, no meu notebook, Parker começa a berrar:
— Quem é? É a sua colega de quarto? Quero ver ela!
— Tá bom, tenho que ir, te amo, te amo, tchau! — digo apressada antes de fechar o notebook num gesto brusco.
Eu não falei de Enid para a Parker ou, melhor dizendo, não contei a ele que minha colega de quarto é também uma princesa, e algo me diz que, assim que ela a vir, ela vai saber.
Não que exista algo para saber, porque não tem. Eu não tenho uma crush.
— Com quem você estava falando? — ela me pergunta, apoiando o queixo na mão e segurando um envelope pesado entre os dedos.
— Meu pai — minto, e então aponto para o envelope. — O que é isso? — pergunto a ela, observando enquanto ela desliza um dedo pela aba e em seguida ouço o som do papel grosso rasgando.
— Isso, queridíssima Addams, é a liberdade — ela diz, e tento ignorar aquele “queridíssima” e como meu peito fica agitado ao ouvir isso.
É apenas o Idioma Enid. Todo mundo é “querido”, “amado”, “meu amor”. Às vezes acho que é porque ela não consegue se lembrar do nome da maioria das pessoas.
— Olha — ela diz, jogando o cartão pesado que veio no envelope para mim.
O cartão tem tantos selos e brasões em relevo e a caligra a é tão intrincada que eu mal consigo ler, então seguro o cartão a distância, espremendo os olhos.
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𝙎𝙪𝙖 𝙖𝙡𝙩𝙚𝙯𝙖 𝙧𝙚𝙖𝙡 * 𝑊𝑒𝑛𝑐𝑙𝑎𝑖𝑟 (AU)
RomanceWednesday fica arrasada quando descobre que seu meio-que-melhor-amigo/meio-que-namorado tem beijado outra pessoa. De coração partido e pronta para mudar de vida, ela decide levar adiante o sonho de estudar em terras escocesas. O único problema é su...