Capítulo um.

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Antes de tudo,esse "relacionamento" vai ser importante pra história.

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— Olha, tem um unicórnio aqui.

Abrindo um sorriso, pego a carta das mãos de tyler e me recosto no ninho de sacos de dormir e travesseiros que arrumamos dentro da pequena barraca laranja que montei no quintal.

O sol se pôs há uma hora, e o único foco de luz é o da minha lanterna Coleman, que está presa em um pequeno gancho no teto da barraca. Desde o sexto ano não fazíamos um acampamento no quintal, mas é verão
e estávamos entediados, então montar a barraca pareceu ser algo divertido a fazer.

— Está vendo agora por que eu queria estudar lá? — pergunto enquanto guardo a carta de volta no envelope. — Qualquer lugar que usa um unicórnio na correspondência oficial é um bom lugar pra mim.

— Obviamente — tyler reforça, se recostando também. Seu cabelo castanho e, conforme ele se ajeita nos sacos de dormir, aquelas mechas castanhas e brilhantes encostam no meu braço, acelerando meu batimento cardíaco e soltando uma revoada de borboletas no meu estômago.

Apoiando-se nos cotovelos, tyler olha para mim, as sardas em seu nariz se sobressaindo sob a luz da lanterna.

— E você entrou!

Concordando com a cabeça, eu olho para o envelope de Nevermore,um colégio interno sofisticado nas terras altas da Escócia,me segurando para não pegar a carta e reler o cabeçalho.

Cara senhorita Wednesday Addams:

Temos o prazer de oferecer uma vaga em nevermore...

A carta está guardada na minha bolsa há mais de um mês. Ainda nem contei para meu pai. E não tinha planejado falar disso com Tyler também, mas ele a achou quando estava procurando um hidratante labial.

— Então por que você não vai? — ele pergunta, e eu dou de ombros, pegando a carta e guardando de volta no bolso da frente da bolsa surrada que eu carrego comigo para todo canto.

Uma leve brisa sacode o náilon da barraca, trazendo o cheiro das noites de verão texanas – grama recém-cortada e o aroma defumado de alguém fazendo churrasco.

— Wednesday, você fala desse colégio o
tempo todo já tem, tipo, um ano — Tyler insiste, me empurrando com a mão livre. — E agora você foi aceita e não vai?

E Dou de ombros de novo enquanto suspiro e mexo com o cabelo.

— É supercaro — digo, o que é verdade. — Então eu precisaria conseguir uma bolsa. E é bem longe.

O que também é verdade. Apesar disso não ter me impedido de sonhar em ir para lá o ano passado inteiro.

Nevermore está no pico nas Terras Altas da Escócia, rodeado de montanhas e lagos – quer dizer, lochs –, além de todas as amostras de rochas que uma doida por geologia que nem eu poderia querer.

Mas as coisas eram diferentes com Tyler no ano passado. Somos amigos desde os nove anos, e eu tenho uma queda por ele desde os treze.

E minha queda pelo Tyler tinha tanta chance de ser correspondida quanto a paixonite que eu tinha por uma garota ruiva de um filme de bruxos.

Agora ele se aproxima de mim sobre o saco de dormir estampado com margaridas que tem desde o primeiro acampamento do sexto ano.

𝙎𝙪𝙖 𝙖𝙡𝙩𝙚𝙯𝙖 𝙧𝙚𝙖𝙡 * 𝑊𝑒𝑛𝑐𝑙𝑎𝑖𝑟 (AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora