VII - Eu não me importo com as suas intenções

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— O que aconteceu? — Lena acordou, sentindo muita dor.

— Você sofreu uma ameaça de aborto, mas felizmente meu pai se alterou com a discussão e o médico chegou a tempo para ajuda-la.

— O QUÊ? — Ela se levantou rapidamente.

— Não se esforce, por favor, isso pode fazer mal ao bebê.

— Eu não posso acreditar que isso esteja acontecendo. — Ela parecia desesperada.

— Pois acredite: você será mãe dentro de alguns meses.

— Eu não serei. Seu pai me matará quando se der conta.

— Ele não saberá.

— E o médico?

— Eu e você já tivemos relações. Meu pai jamais faria algo, sabendo que existe a possibilidade de ser meu filho.

— Não há como saber?

— Não. Somente nós dois saberemos desse segredo, e não diremos nada a ninguém.

­—Por que se empenha em me ajudar? Digo, esse bebê é filho de sua esposa e outro homem, o esperado seria que você o rejeitasse ou me castigasse pelo que houve.

— Prefere que eu o faça?

— N... Não. — Ela se assustou.

— Esse bebê não tem culpa, e cabe a mim, como seu marido, cuidar muito bem dele, pra que nada de mal aconteça daqui em diante. — Ele pegou a mão de Lena e os dois tocaram a barriga da garota.

— Eu te agradeço muito e espero de verdade poder confiar em você. Eu fui enganada por algumas das pessoas nas quais mais acreditava, e tenho dificuldade em confiar novamente em alguém, ainda mais sendo um homem quase desconhecido.

— Tenha a certeza de que sou confiável e de que nunca farei nada de mal com essa criança, ou com você. — Ele segurou firme a mão da garota — Eu lhe prometo. — Então seus olhares se cruzaram novamente.

...

— Estou muito feliz que a sua nora e a criança já estejam bem, senhor. — Virgínia falou, ao adentrar o escritório do patrão, concentrado em alguns papéis que logo foram escondidos.

— Que baboseiras você fala, garota? Qual bebê?

— O seu neto. — Ela sorriu — Que rápidos são, mal se casaram e o herdeiro já está a caminho.

— Pedro me assegurou que a conversa que tiveram era apenas por uma possibilidade remota de a garota engravidar.

— Será que entendi errado? Peço perdão senhor, não quis incomodá-lo com minhas bobagens, apenas felicita-lo.

— Não se incomode com isso, sua intenção foi a melhor. Ainda que eu não lhe dê abertura para se dirigir mim como igual e comentar sobre esse tipo de assunto.

— Novamente peço perdão. — Ela abaixou a cabeça.

— Agora faça o favor de chamar o Pedro até aqui, vou tratar de aclarar esse assunto para que não haja mal entendidos.

— Senhor, por favor não conte a ele que fui eu a responsável por lhe contar sobre o bebê.

— Você não é ninguém para me exigir nada. Agora saia e chame meu filho para a minha sala.

— Sim senhor. —Ela se dirigiu à porta.

— E mais uma coisa. — Ele pegou uma sacola pequena, com ervas, e a entregou para Virgínia — Faça um chá com isso e leve para a Milena.

O Destino de LenaOnde histórias criam vida. Descubra agora