O Guardião - [Saga Da Eternidade]

00| Prólogo [Actualizado]

Tudo começou naquele fatídico dia, o dia em que eu conheci ele: o meu guardião, meu grande amor.

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-Quinze anos atrás

Depois de um ano de visita no reino dos seus avôs, Yzel, a terceira princesa de Liraxel, retornava ao seu reino.

Pelas terras áridas e já em estado de desertificação, de Higbeth, sua carruagem passava sem pressa alguma, sendo escoltada por mais de dez soldados em seus cavalos.

Ao olhar para o alto, para além do vasto céu azul e o sol, os soldados também viam alguns abutres sobrevoando acima deles, aos círculos, a espera de carniça para se alimentar.

Mesmo estando montados nos cavalos, as armaduras metálicas de cor vermelho escarlate ainda faziam barulho a cada passo dos cavalos.

A viagem já durava dois dias e se continuassem no mesmo ritmo, eles chegariam em Liraxel ao amanhecer.

- Se aconchegue, estamos chegando na floresta negra! - a mulher de cabelos ruivos até os ombros disse quando o clima quente já ficava para trás, e o frio tomava o espaço.

Ao adentrar a floresta, os soldados já logo desceram dos seus cavalos, segurando as rédeas para guiá-los.

O dia virou noite dentro daquela gélida e densa floresta, contudo, ao olhar para trás, os soldados podiam notar que fora da floresta, o sol ainda reinava.

Seus pés afundavam na neve escurecida pela noite, que cobria todo o chão da floresta. Tinha árvore para tudo que é lado, as árvores eram enormes, ao ponto de terem volumosos e compridos troncos, e ser impossível ver o seu pico do chão. A floresta em si tinha um tom sombrio, criado pela névoa, que mesmo não sendo densa, obscurecia a floresta, o ar gélido, criado pelo eterno inverno que reinava por ali, a cantoria dos grilos e os uivos dos lobos que obrigavam todos a ficarem alerta, porém, as árvores eram cheias de vida, como nenhuma outra árvore fora dali, mesmo estando expostas ao inverno todo santo dia.

A carruagem seria descartada ali, se não fosse pela estrada de terra que atravessava a floresta.

- Tou com frio. - a criança dentro da carruagem, reclamou encarando a mulher de cabelos vermelhos, essa era Yzel, tendo apenas cinco anos de idade.

- Vem cá, vem! - colocando a princesa sentada sobre suas pernas, Mara, a mulher de cabelos vermelhos, abraçou-a, o que fez a princesa sorrir já aquecida. Ela tinha um calor natural, talvez por ser uma maga do fogo.

Mara soltou sua dócil voz, seus lindos olhos também vermelhos, brilhavam de alegria quando ela olhava para a princesa, cantando a suave canção de ninar que a princesa tanto adorava.

- Dorme bem pequena... - sussurrou ela, ainda com a princesa no colo, abrindo um sorriso em seguida. - Logo logo estaremos em casa.

Uma batida...

A roda da carruagem tinha batido contra uma raiz, lançando o corpo da Mara para cima, despertando a princesa.

- Está tudo bem, alteza... pode voltar a dormir. - afirmou voltando a aconchegar a princesa no seu colo.

- CUIDADO!!! - com aquele grito de alerta, a princesa não mais conseguiu adormecer, seu corpo começou a tremer de imediato e ela agarrou a Mara com força, procurando segurança naquele abraço induzido pelo medo.

- O-o que tá acontecendo? - a princesa indagou em meio àquela tremedeira frenética do seu corpo.

- Não precisa se preocupar... os soldados vão resolver, não importa o que sej... - foi quando a carruagem foi arrastada, antes de quase capotar, sendo segurada por uma árvore, fazendo o corpo da Mara bater contra a porta que se abriu, jogando as duas para fora da carruagem.