Capítulo 08| Teste: parte 1 [Actualizado]

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— Será que alguém pode me explicar o que raios aconteceu aqui? — Verhus decidiu ignorar o Veller e caminhou de volta até ficar de frente para a cama da Yzel, massageando a sua testa com os dedos, tentando expulsar o estresse que se acumulava.

— Isso não tá meio óbvio não? — murmurou Veller, continuava deitado e com os olhos fechados, mesmo já sem sono.

— Você está falando com sua majestade, demostre respeito! — os soldados exigiram, apontando suas lanças contra o Veller, com uma expressão de poucos amigos.

— Quietinhos aí rapazes! — Veller finalmente abriu os olhos, já notando que não mais conseguiria dormir. — Isto é uma conversa de rei para rei.

— O que você está querendo dizer? — Verhus abaixou a mão que usava para massagear a testa, tendo sua atenção atraída pela palavras do Veller.

— Bem… É como eu disse. — Veller se levantou e se espreguiçou, ainda sentindo seu corpo pesado pela noite mal dormida, mas seu sorriso já se fazia presente em seu rosto. — Os feiticeiros atacaram e eu apenas protegi a minha protegida… Eu até podia me livrar dos corpos nas né, eles são humanos.

— E isso rendeu uma nova decoração aos aposentos da minha filha. — Verhus suspirou, deixando uma onda de calmaria invadir seu corpo. Mesmo ainda intrigado com o que Veller tinha falado, ele decidiu ficar no que era importante naquele momento. 

— Não pude evitar, eram dez contra um e a mobília só atrapalhava. — murmurou durante um bocejo que logo transformou da expressão sorridente numa abatida, sonolenta. — Estou com tanto sono. — murmurou curvando o corpo, deixando seus braços caídos e moles, como se estivessem tão pesados que não conseguia mais controlá-los.

— O que eu quero saber agora é COMO TUDO ISSO… aconteceu sem nenhum de vocês notarem? — os soldados caíram de joelhos com a cabeça curvada, Verhus fitava-os com repreensão e fúria, fazendo todo o peso de sua presença recair sobre os soldados.

— Peço perdão majestade… — suplicou um dos soldados, seu coração martelava tanto que parecia que ia explodir e atravessar o seu peito a qualquer momento, ele sentia que se escolhesse as palavras erradas, ele acabaria morrendo ali mesmo. — É que, nós chegamos no turno da manhã.

— Quero as orelhas daqueles que estiveram aqui na noite anterior cortadas, talvez assim eles escutem melhor. — Verhus então dissipou a sua fúria, encarando a cama antes de se voltar para o Veller. — Você que levantou a barreira?

Veller sequer abriu a boca e apenas balançou a cabeça positivamente, antes de jogar seu corpo no chão, se esvorando na parede , com sono.

— Sério? — ele reclamou escutando leves gemidos vindo da cama, desanimado. — Você tinha que acordar justo agora?

Yzel se remexeu em sua cama, antes de abrir os olhos. Ela ainda estava sonolenta então nem notou o sangue no teto.

— Ah…? — ela ergueu a parte superior do corpo, sentando-se, e se deparando com seu pai, os soldados e a serva dentro do quarto, para além do Veller. Não tardou para a integração se formar em seu rosto. — o que vocês estão fazendo no meu quarto?

— Gotinha de mel… — preocupado, Verhus por um momento se esqueceu da existência da barreira, se aproximando mais uma vez da cama, sendo mais uma vez repelido. — Você está bem?

— Ela não te escuta. — Veller se levantou, murmurando enquanto se espreguiçava mais uma vez, contorcendo o seu corpo, antes de novamente abrir um sorriso. — Agora sim estou pronto. — Sua barriga roncou.

— Espera… — confusa, Yzel empurou o cobertos para longe, sentindo o cheiro forte de sangue, olhando para todo canto do quarto, se deparando com sangue e mais sangue, com a zona em que seu quarto tinha se transformado. — Onde estamos? O que aconteceu aqui? Isso tudo é sangue?

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