Capítulo 11| Serva pessoal [Actualizado]

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O desespero tomou conta da Yzel, ver o Veller ali diante dela, com uma espada a centímetros de decapitar a sua cabeça fez ela congelar.

Vários pensamentos passaram por sua mente ao mesmo tempo, tudo parecia estar acontecendo muito, muito lento, ao ponto de ela poder observar a expressão brava do Veller e notar que a lâmina que ia até o pescoço dela era o braço transformado do Veller.

Será que a Miryam estava certa? Será que ela cometeu um erro confiando nele? Será que ele estava bravo pelo que aconteceu mais cedo? Ou será que ele apenas esteve fingindo esse tempo todo?

Apenas surgiam questões na mente da Yzel, e nada de respostas e parecia que aquele seria seu último suspiro de vida.

Com o coração batucando freneticamente em seu peito, Yzel sentiu o vento empurado pelo braço do Veller bater contra o seu rosto, soprando seus cabelos para trás, ao mesmo tempo que ela fechou os olhos, sentindo em seguida a lâmina bater contra o seu pescoço, por onde ela sentiu um líquido escorrer no instante seguinte.

Ela já sentia o fedor mórbido da morte e já conseguia ter um vislumbre da sua cabeça rolando pelo chão, manchando todo o piso de sangue. Mas, naquele momento, enquanto ela estava tendo breves e inúmeros vislumbres alternativos de sua morte, Yzel conseguiu sentir algo aquecer o seu peito, era como se estivesse de frente para uma lareira, até o leve cheiro da lenha sendo queimada parecia presente ali.

— HOMENS!!! — com o grito alto do seu pai, Yzel então saiu de seus devaneios surpreendida por ainda estar viva, escutando um alto estrondo em seguida.

O ambiente pareceu esfriar do nada, uma leve brisa gélida atingiu o corpo da Yzel, originando um arrepio que percorreu todo o seu corpo, o que fez ela abrir os olhos lentamente.

Com a sua visão embaçada por tanto que apertou os olhos, por breves segundos, tudo o que ela conseguiu ver foram rachaduras na parede á direita da entrada, — pela sua perspectiva —. Olhando para o chão, Yzel notou que o chão estava bem mais próximo do que devia estar, ela só então se deu conta que estava caída no chão, sentada sobre suas próprias pernas.

Suas mãos pousadas por sobre o chão de pedra tremiam frenéticas e seu coração continuava acelerado, como se fosse arrombar o seu peito.

Ela ergueu seus olhos novamente, vendo então com clareza o rombo enorme na parede, com várias rachaduras que iam até o teto. Fragmentos de pedra estavam caídos por toda aquela área e, encostado na parede quebrada estava Veller, sentado no chão com as pernas estendidas, seu semblante estava abatido, sua coluna curvada e parecia que seu pescoço se quebraria a qualquer momento e sua cabeça rolaria pelo chão.

Correntes de fogo se enroscavam em seu braço direito, que assim como o outro estava sobre sua perna.

Yzel seguiu o trajeto das correntes que pareciam ter saído de uma fornalha naquele exato momento, se deparando então com a Dalim, que estava parada com o corpo curvado, de frente para o Veller, o encarando com atenção e com a guarda redobrada, arfando.

— Sério mesmo que você me arremessou? — Yzel pôde ver os olhos da Dalim se arregalando, com uma faísca de fúria cintilando em seus olhos, quando a voz do Veller ecoou pela sala do trono, abafada por uma gargalhada que rasgou a sua garganta. 

— CERQUEM ELE!!! — os soldados que outrora estavam dispostos pela sala do trono, agora formavam um meio círculo ao redor do Veller, apontando suas lanças enquanto se cobriam com seus escudos.

— Me mostre mais! — o coração da Dalim falhou uma batida quando notou os olhos sanguinários e cheios de maldade do Veller sobre ela.

— EU SABIA, ELE NUNCA FOI UM GUARDIÃO!!! — gritou Miryam com determinação, deixando a Yzel ainda mais confusa.

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