Capítulo 06|Tua Sombra [Actualizado]

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— Então você vai embora!? — Yzel estava inexpressiva, encarando um ponto imaginário mais adiante no corredor.

— Tá com medo de nunca mais ver essa maravilha humanizada, é? — Veller sorriu convencido, olhando para a Yzel de relance, curvando um pouco a sua cabeça.

— Olha só você sendo convencido outra vez. 

— O quê mais eu posso fazer, se eu sou lindo de matar. — Veller alargou ainda mais o seu sorriso, com o rosto todo virado para a Yzel.

— Você não me respondeu. — disse Yzel, se voltando novamente para o fim do corredor, logo após fitar o rosto do Veller, que tinha algumas madeixas caindo sobre as laterais do seu rosto, bloqueando a visão das orelhas para quem o olhava de frente, e caindo por sobre o peito.

— Essas são as regras. — disse parando de mover as pernas, nisso, Yzel, já alguns passos a frente, também parou e se virou para o Veller. — Mas não te preocupes, talvez eu retorne para proteger a filha de alguma prima tua e, além do mais, você ainda será agraciada pela minha presença pelos próximos cinco anos. — disse após se aproximar da Yzel, segurando o queixo dela, erguendo o rosto dela, fazendo seus olhos se cruzarem.

— Posso pedir algo? — depois de encarar os olhos cor de sangue do Veller por algum tempo, Yzel saiu daquilo que parecia um encanto, se distanciando dele.

— O quê você quiser.

— Não faça mais isso! — ela tornou a se virar para frente, ficando de costas para o Veller, na tentativa de esconder seu rosto que já aquecia e era tomado por um tom vermelho. — É constrangedor.

— Constrangedor? — ele andou alguns passos, antes de ficar de frente para a Yzel, que se mantinha no mesmo lugar. Ele novamente segurou o queixo da mulher, erguendo novamente a cabeça dela, o que fez os olhos dos dois se cruzarem novamente. — Será que você quis dizer "Apaixonante"?

— P-para com isso! — ordenou ela, empurrando ele com a força que conseguiu reunir naquele momento, escapando imediatamente daquele olhar que parecia encantado com alguma magia, garantindo assim que o Veller não visse seu rosto já vermelho.

Veller soltou risadas alegres, seguindo a Yzel que se apressava indo a frente toda envergonhada, "fugindo" dele.

•••

— No dia seguinte…

No seu grande quarto, Verhus, sentado em sua grande cama, encarando a pequena estatueta de ouro, esculpida á imagem da sua falecida esposa.

Ainda segurando a estatueta de ouro, Verhus se levantou, caminhou até o criado mudo onde pousou a estatueta antes de apoiar as mãos sobre o criado mudo e encarar o seu reflexo no grande espelho preso a parede, acima do criado mudo.

— Isto é sério? Um guardião? — indagou e abaixou a cabeça, encarando a estatueta da esposa. — Eu só queria saber o motivo de você nunca ter me contado essa história toda.

Verhus então respirou fundo e deu as costas ao espelho, antes de caminhar até a a janela, abrindo a cortina branca, antes de abrir a janela e encarar o sua cidade.

Ele já tinha setenta anos de idade, já estava cansado, mas continuava vivendo pois aquele que herdaria a responsabilidade da coroa, seu primogénito, Vergus, ainda não estava pronto para carregar tamanho peso.

— ISSO É SÉRIO PAI? — Verhus se virou para trás após escutar a porta do seu quarto ser aberta, encarando a parede morrom que separava a área de lazer com a área de descanso.

Ele então suspirou desanimado, já reconhecendo a voz de sua segunda filha. Caminhou até a porta, fitando a sua filha que andava de um lado para o outro ao lado da mesinha de madeira no centro do local, rodeada por quatro cadeiras estufadas.

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