Capítulo 02| O Guardião [Actualizado]

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A tensão estava nas alturas, e com a distração causada pelo homem que acabara de cair, Verhus até pensou em sacar a espada e avançar contra o encapuzado diante das carruagens, mas ele logo dispensou aquela ideia, afinal, seus filhos com certeza seriam atacados pelos outros quatro.

— Você pode me dizer o porquê dessa carranca? — Veller indagou com desânimo, vendo a expressão brava da Yzel, que estava mais parecendo uma criança em plena birra. — Não vai me dizer que é pelas Mil vezes que você foi me procurar?

— MIL…? — ela gritou ainda mais enraivecida e indignada.

— Tá tá… não esperava que você fosse boa em cálculo. — ele disse erguendo as mãos em rendição. — Foram 2737 dias… satisfeita agora?

— 38! — exclamou ela.

— Bem, vamos só deixar o passado onde está, Olha só, eu trouxe uma rosa para você…

— Como se isso compensasse pelos sete anos.

— Quem é ele? — indagou Verhus, intrigado com a certa intimidade entre sua filha e aquele desconhecido.

— Ele? Ele é o garoto que eu te falei, pai, aquele que disse ser o meu guardião…

— GUARDIÃO!!!? — ao escutar a resposta da Yzel, que ainda se mostrava brava, os encapuzados rapidamente apontaram seus cajados contra o Veller, que imerso na sua ingenuidade, olhava para os lados, querendo entender porque estavam todos paralisados.

— Peraí… porque está tão silencioso aqui? — ele encarou a Yzel, e por ser um homem tão grande, Yzel se impressionou com a sua expressão de uma confusão embuida com uma certa inocência. — Pensei que isso fosse a festa de maioridade de uma princesa… Cadê a carne ? Cadê a música? As danças? A alegria? A carne… — ele se baralhou um pouco ali na enumeração com os dedos. — A carne… pera, eu já disse isso… bem, cadê a festa?

— Você é o guardião dela? — Veller se virou para trás, encarando o encapuzado atrás de si.

— Quem é você? 

— Responda a minha questão primeiro! — o feiticeiro ordenou ainda apontando o cajado.

— Eles estão querendo matar o povo! — Yzel disse desesperada, ela não sabia o motivo mas, ela confiava e muito naquele homem.

— Ah, é só isso… — ele se virou para a Yzel, que soltou um "Quê?", pasma com o completo desinteresse por parte do Veller. — Desde que ninguém ouse tocar em você…

— Eles querem ela como moeda de troca… — Vergus quase gritou, mas imediatamente baixou a cabeça ao relembrar o que tinha acontecido com a Miryam que estava bem ao seu lado.

— Quê? — com aquele quase rugido do Veller, os olhos do rei se arregalaram, a Yzel e todos os seus irmãos se encolheram de medo, com a pressão que o Veller descarregava sobre todos. — Quem é o idiota que está tentando sequestrar a minha protegida?

— MATEM ELE!!! — a voz do encapuzado atrás do Veller saiu no automático, ele sentiu que se não agisse naquele momento, ele morreria.

Os encapuzados rapidamente acionaram suas magias, e de seus cajados de madeira, que tinham um formato de uma esfera deformada no topo, círculos mágicos negros se formaram, e deles foram lançados flechas negras, que mais pareciam fumaça negra densa, acumulada.

— VELLER!!! — Yzel gritou tomada pela preocupação, no mesmo instante, Verhus e seu primogénito estavam incrédulos com o que seus olhos viam, Veller tinha sido atingido pelas flechas mágicas dos encapuzados, enquanto ainda se encontrava imerso na sua ira.

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