Capítulo 07| Pilha de corpos [Actualizado]

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— Já de noite…

— Sério… Por que você ficou tão zangada? — Veller indagou quando finalmente conseguiu que a Yzel o deixasse entrar de volta no quarto.

— Você me chamou de fêmea. — ela respondeu após um suspiro. Ela não pretendia responder inicialmente, mas mudou de ideia ao notar uma mistura de confusão e inocência estampados no homem diante de si.

— E daí? — indagou Veller, ainda sem entender aonde ela queria chegar.

— Como assim "E daí?"? — ela questionou se sentando na cama. — Isso é como se você estivesse me comparando a um animal.

— E daí? — ele voltou a perguntar, ainda mais confuso. — No fim das contas não somos todos animais?

— Bem, s-sim… — ela desistiu de explicar. — Só não volte a chamar uma mulher assim.

— Mas uma vez eu chamei um soldado de "Macho" e não teve toda essa confusão.

— Os homens são diferentes, Veller. — ela já está deitada sobre a cama, sob um cobertor branco.

— Ceeerto… — ele se levantou, caminhou até a cama e depositou um beijo na testa dela. — Boa noite.

Assim, ele então retornou a poltrona, se espreguiçando antes de se jogar nele.

— O que você está fazendo? — Yzel indagou, erguendo a parte superior do seu corpo, encarando o Veller que já estava com os olhos fechados.

— Tentando dormir. — disse ainda com os olhos fechados, com a cabeça jogada sobre o encosto da poltrona. — Essa beleza toda não se mantém sozinha não, pequena.

— Uow, Uow… Uow. Você pode ir manter a tua beleza em outro lugar. — ela já estava com os pés tocando o chão, sentada na beirada da cama, de frente para ele. — O papai não te deu um quarto?

— Sei lá. — respondeu mostrando indiferença ao assunto. — Se ele deu vai ter que desdar, eu vou dormir aqui. Não se sabe o que pode acontecer a noite então, acostume-se, pequena.

— Pode ir esquecendo, você não vai dormir aqui.

— E eu posso saber os teus motivos, pequena? — ele finalmente abriu os olhos e encarou-a.

— Primeiro, pare de me chamar "pequena".

— Pode deixar, pequena. — ele sorriu maliciosamente, fazendo ela suspirar e preferir deixar aquilo de lado. — Sabia que não resistiria ao meu sorriso, ninguém resiste. — voltou a tombar a cabeça sobre o encosto da poltrona.

— Você acabou de chegar e acredite, eu já estou me cansando. — ele realmente tinha um sorriso incrivelmente lindo, mas ela não iria admitir isso para ele. — Agora é sério, você não pode dormir aqui.

— É só me dizer os motivos, pequena. — ele voltou a encará-la, com os cotovelos sobre os braços da poltrona, com o corpo curvado para frente.

— É só que… — ela por um momento se perdeu naqueles olhos vermelhos que a fitavam com firmeza. Ela então desviou o olhar e conseguiu escapar daquilo que parecia ser um encanto. — Quer mais motivos para além de você ser um estranho e um homem?

— Resolvido. — Yzel foi tomada pelo espanto, quando ergueu a cabeça e se deparou com o impensável.

Aquele ser que até segundos atrás era um homem robusto que até suas roupas estavam se rasgando de tão grande que era, agora tinha seios no seu peito, seu músculos robustos tinha se convertido para curvas sensuais e suas roupas estavam fielmente desenhando o seu corpo.

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