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𝟎𝟏𝟐

Filipa Nielson, 20.08.2018

Ao contrário de todos os outros dias hoje era uma espécie de folga para mim, mas ainda assim fui assistir ao treino das águias.

Cheguei ao relvado e dirigi-me para as arquibancadas onde acabei por me sentar numa zona á sombra.

Os encarnados logo entraram em campo, alguns até acenaram para mim e vi Félix fazer uma rasteira a Rafa quando o mesmo se meteu á frente dele.

- Que crianças... - Murmurei para mim mesma ao ver aquela dupla inseparável.

Ouvi alguns passos nas arquibancadas e olhei para o fundo vendo uma mulher na casa dos 25-30 anos, loira e com um vestido preto comprido.

Não demorou a vir até perto de mim onde baixou os óculos de sol para poder encarar me melhor.

Naquele ponto eu já estava era sem entender nada da situação.

- Filipa certo? - Perguntou.

- Certíssimo. - Dei um sorriso fechado.

- Ai que ótimo! Sou a Maria de Barros, mulher do Pizzi. - Sentou se ao meu lado iniciando uma conversa super amigável. - Estava com medo de não seres tu Filipa. Pelos vistos os rapazes andam doidos com a tua entrada na equipa técnica.

Sorri olhando para os rapazes a treinar, Félix neste momento estava deitado no chão de barriga para baixo com os braços e pernas afastados, provavelmente o cansaço já se estava a manifestar, ou então era só a preguiça para treinar.

- Mas conta me de ti Filipa! Sabes homens nunca são muito bons a explicar sobre mulheres. - Revirou os olhos enquanto limpava as lentes dos óculos de sol para os puder guardar. - Quero sair daqui a sentir me a tua melhor amiga! - Sorriu para mim.

- Sendo assim não sei ao certo por onde começar... mas bem nasci na cidade de Aveiro, contando que a minha mãe nasceu e cresceu lá também. - Olheipara ela que parecia bastante interessada no que eu dizia. - Tenho um irmão com 15 anos, o Diego, que joga na equipa B e que esteve recentemente a fazer um estágio no Barcelona, mas acho que ele foi para lá só mais para curtir as festas... - Sorri para ela que riu da situação. @ E quanto a mim tenho 18 anos... - Parei um pouco para pensar o que mais poderia dizer. - Ah as minhas amigas mais próximas são a Laura Dutra, a Beatriz Frazão, a Sara Carreira e as irmãs Natalie e Alyvia Lind.

- E quanto ao teu pai? Não falaste muito sobre ele... aconteceu algo?

- Não propriamente... ele chama-se Aleksander. - Ela pareceu surpresa pelo nome. - Ele é norueguês. - Expliquei. - No momento ele e a minha mãe estão a passar por um processo de divórcio.

- Sinto muito querida... mudando então o assunto da conversa. - Ela sorriu. - Como conseguiste o estágio aqui na equipa? Surgiu a oportunidade ou como foi? - Cruzou as pernas deixando a mala no assento do lado.

- Tive algumas facilidades na colocação derivado ao meu tio, por parte da mãe, ser o treinador, mas foi muito derivado ao meu currículo de estágio, e claro como é um estágio não recebo tanto e após 6 meses eles podem meter me daqui para fora, então creio que tudo isto foi uma junção do útil ao agradável para eles. Mas e tu? O que fazes?

- Olha querida... comecei por tirar ciências, algo ligado á engenharia civil, mas com o passar dos anos cada vez mais o gosto pela moda tem vindo a crescer dentro de mim, á muito tempo que andava a querer desenvolver a minha própria marca, mas nunca sentia que fosse a altura certa. - Olhou também para o relvado onde Pizzi acenou para ela que levantou também a mão. - Acontece que em Março deste ano decidi colocar um ponto final nas inseguranças e com o apoio do Luís lancei a minha linha mais voltada para um calçado confortável, sabes sentia que investir em roupa ia ser básico, afinal já vemos de tudo nas montras e iria ser difícil criar algo completamente novo.

- O que te inspirou ao certo a lançares a marca Maria?

- Honestamente após ser mãe reparei em imensas lacunas que os sapatos de salto alto tinham, e com base nisso decidi criar algo confortável, mas ao mesmo tempo chique e com cores mais voltadas para o neutro. - Explicou calmamente tendo total experiência no que dizia. - O meu filho, o Afonso, é um bebé bastante irrequieto que requer imensa atenção, mas enquanto mulher aprecio puder usar um salto alto, então tentei juntar ao máximo o conforto que as mulheres precisam com os maiores afazeres do dia a dia, como o exemplo de ser mãe e mulher 24 sob 24 horas por dia.

Fiquei estupefacta.

Aquilo sim era uma mulher com conhecimento na área na qual trabalhava e adorava.

Olhei para as barreiras que separavam as arquibancadas do relvado quando vi Pizzi e João a saltar as mesmas como se fosse algo comum de fazer.

Talvez para eles fosse.

- Olá amor... - Pizzi disse ofegante dando um beijo á mulher. - Como estás Filipa?

- Ótima, na companhia de uma mulher incrível Pizzi tenho te já a dizer! - Respondi sem mais demoras e Maria colocou uma das suas mãos sobre a minha dando um sorriso em agradecimento.

- Nós temos de ir Filipa, mas foi um gosto enorme conhecer te e falar contigo! Espero encontrar te por aqui mais vezes. - Levantou se e fiz o mesmo para abraçar a mais velha.

- À partida será todas as segundas por volta desta hora.

- Que bom saber! - Sorriu dando depois um aceno com a mão quando se afastou junto com Pizzi.

- E então o menino como está? - Virei me para trás onde estava João deitado nós bancos.

- MORTO!

- Calma jogador...! - Ri do mesmo que suave como gente grande. (N/A: expressão amores)

- Mas basicamente vim até aqui só para te avisar de que o Diego está na minha casa com o meu irmão. - Disse assim que recompôs as energias e sentou se no banco.

- E aquela peste nem teve a lata de me avisar!

- Era só para não ficares assustada quando não o visses em casa.

- Obrigada por avisares João... - Sorri e peguei na minha mala que estava num dos bancos. - Bem tenho de ir andando que o dia de amanhã é longo. - Passei a minha mão pelo cabelo suado do moreno o despenteando mais ainda. - Até amanhã!

♡♡

• Uhh 🙄 sou rendida pela pequena comunicação e mini "trocas de afeto" desses dois.

• Aliás quem gostou da Maria? Porque eu adorei apresentá-la a vocês!!

• Beijos & stay safe 😊🤍