Um Vampiro Entra em um bar

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P.O.V. Hope.

Peguei o turno da noite e vou trabalhar ao lado da adorável fada Sookie Stackhouse, cara como eu a odeio. Essa fada é uma daquelas protagonistas burras que se mete em encrenca só pelo prazer de fazê-lo, que está sempre tomando decisões estúpidas e deixando os outros pagarem o pato. Será que eu sou assim? De qualquer maneira preciso terminar de me arrumar, vesti a camiseta do uniforme, um shorts jeans que me deixa muito desconfortável, eu não gosto de mostrar as pernas, mas é um emprego e preciso parar de reclamar tanto. Eu queria um recomeço e o consegui, então não estrague tudo Hope. Pensei amarrando meu cabelo castanho escuro num rabo de cavalo médio.

Então depois de estar oficialmente pronta inclusive de maquiagem eu sai para atender aos clientes. O início do turno foi calmo, servi as mesas e infelizmente como sou novata nessa coisa de garçonete troquei alguns pedidos o que gerou reclamações. Me desculpei, arrumei a bagunça e fora dois pedidos trocados estou indo bem. Mas, de repente o Xerife Northman entra pela porta. É estranho vê-los todos aqui vivendo, existindo. Estou com a bandeja na mão e o loiro parado no meio do caminho entre eu e a mesa.

Pigarrei. E ele olhou para mim.

-Se importa?- Indaguei sem ser sutil.

Felizmente ele saiu do caminho e eu coloquei o prato na mesa, sorrindo para o cliente.

-Bom apetite.- Desejei.

E o homem me agradeceu, ser gentil compensa. Eu sai em direção á mesa de onde outros clientes haviam acabado de levantar, recolhi os pratos levei para a cozinha e trouxe um pano com álcool que usei para limpar a mesa.

P.O.V. Eric.

Enquanto todos os outros humanos e até mesmo vampiros pararam para me encarar, ela não. Simplesmente continuou trabalhando, limpando as mesas, o balcão, me ignorou completamente. E de repente ela começou a cantar, mas não estava cantando para mim ou para mais ninguém, simplesmente começou a cantar por cantar. A garota estava indo em direção á cozinha quando eu a interceptei.

-Quem é você?- Perguntei.

-Quem diabos é você?- Essa ai é corajosa ou burra.

-Eu perguntei primeiro.- Retruquei, então ela apontou para o crachá.

-Hope. Que fofo.- Falei zombando.

A garota não respondeu só revirou os olhos.

-Deixe a garota em paz Eric.- Disse Sookie.

E naquele exato segundo, a garota se virou para encarar a humana de Bill, o jeito como a cabeça dela virou foi... bem devagar e os olhos queimavam de ódio.

-Eu pedi para você me defender? Não. Eu não pedi. Não preciso que me defenda, a donzela em perigo aqui não sou eu. Sookie.- Retrucou a garota dando uma patada na loira.

Sookie fez uma careta.

-Ei, quem você pensa que é?- Reclamou a loira.

-É, eu não faço drama adolescente.  Se não gosta vai reclamar com o Sam, com licença.- Pediu a morena passando por nós e ignorando Sookie completamente.

P.O.V. Hope.

Eu realmente não faço drama adolescente e nem tenho paciência para tal. E eu tenho dezesseis anos, bom tecnicamente dezoito. Mas, a Sookie? Quantos anos ela tem? Vinte? Acho ridículo este escarcéu todo que ela está fazendo. Está gritando tentando chamar minha atenção.

-Ei! Estou falando com você!- Disse a fada, senti a mão dela no meu ombro.

-Tira a mão de mim.- Exigi olhando para ela com o meu olhar de fúria. Sem alterar a voz, meu pai me ensinou isso, se alterar não ajuda ao contrário. Se quiser que seu inimigo te tema mantenha-se calmo, frio e impassível, mesmo que por dentro esteja queimando.

A fadinha percebeu e deu para ver o medinho nos olhos dela, tanto que ela tirou a mão. E eu fui até a cozinha pegar outro pedido e servi ao cliente. Mas, a loira é o ó.

-Não vai me responder?- Perguntou a Sookie.

Me virei para encará-la com meu melhor olhar de ai me dê paciência, cruzei os braços e respondi.

-E o que você quer que eu diga? Oh, sinto muito Sookie por ter ferido seu ego tão frágil, por favor me perdoe eu te amo. Esqueça, não vai rolar. Se quer mesmo saber eu acho que já passou da hora de você crescer e deixar de ser mimada.- Falei.

Comuniquei que iria fazer uma pausa e saí do bar antes que perdesse a pouca calma que eu ainda tinha. Sookie Stackhouse realmente me tira do sério. O que será que ela tem para me ensinar? Porque se o fato dela ser mimada me incomoda significa que eu faço isso em alguma forma ou grau. Será que sou como ela? Mimada? Tá, essa foi retórica. Claro que sou mimada, sou filha única, praticamente ninguém na minha família é capaz de ter filhos então... ambos os meus pais me superprotegeram porque foram abandonados e abusados quando crianças, minha tia Freya era como uma segunda mãe, via em mim o filho que nunca conseguiu criar, a tia Rebekah via em mim o filho que sempre quis, mas nunca conseguiu ter então... eu sempre conseguia tudo o que eu queria, especialmente do meu pai.

Respirei fundo o ar frio da noite e exalei, uma, duas, três vezes. Posso sentir o cheiro de tudo em um raio de pelo menos uns mil quilômetros alguns bons outros ruins. Depois de vários minutos, eu voltei para dentro e o chefe me chamou. Ops. Espero que eu não esteja encrencada. Fomos para a sala dele e estou morrendo de medo de ser demitida.

P.O.V. Sam.

Sei que ela está nervosa, está esfregando as mãos uma na outra, passando a mão no cabelo. E tal.

-Estou encrencada? Olha se isso é sobre o que aconteceu entre eu e a...- Eu não deixei que ela terminasse.

-Não. Não é sobre isso, mas que fique registrado que eu não admitirei brigas no meu bar.- Avisei.

A garota assentiu com a cabeça. Ela é tímida, quieta e reservada.

-Eu estou pensando em fazer noites de música ao vivo aqui no bar e ouvi você cantar hoje. Então, tem interesse num emprego de cantora? Você ainda trabalharia como garçonete e ganharia um extra o que acha?- Indaguei.

-Ahm, eu não sei se fico confortável com a ideia de cantar em público.- Disse a garota meio encabulada.

-Mas, você cantou. E parecia muito confortável.- Respondi.

-Isso é diferente, eu nem notei que estava cantando e não tinha... plateia. A primeira e única vez que cantei diante de uma plateia foi numa peça da escola e eu era a substituta.- Alegou a garota.

-Ok, façamos assim não precisa responder agora pode pensar á respeito. Tem até segunda feira para responder.- Ofereci.

E ela assentiu com a cabeça, pedi para que se retirasse e ela obedeceu. É uma figura interessante essa dai.

P.O.V. Eric.

Ela saiu do escritório do humano e continuou trabalhando sem parar. Estava incrivelmente motivada. Não são muitas as pessoas que tem a coragem de me ignorar, muito menos de me enfrentar e eu gostei disso nela.

-Foi um prazer conhecê-la, Hope.- Falei.

-Igualmente.- Respondeu a garota.

Fiquei tão curioso que contratei um detetive particular para investigá-la e o que ele encontrou só me deixou mais curioso. Porque ele não encontrou absolutamente nada, nem sobrenome ela não tem. E apesar de eu ser vampiro não acredito em fantasmas.

Uma Tribrida em True BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora