15

2.3K 398 26
                                    

Pov Wednesday

- Wendy? -o chamado curioso quebrou a quietude e eu murmurei, sem muita vontade, para que ela prosseguisse- posso lhe fazer uma pergunta -pediu com expectativa.

- Se eu disser que não, você vai fazer de qualquer forma -retruquei, lhe arrumando em minhas costas.

Sinclair, como a oportunista que era, me fez de seu transporte, agarrando-me pelos ombros e cruzando suas pernas em minha cintura. Sua alegação se baseava em preguiça de andar.

- O que teria acontecido se eu continuasse a ser um bebê? -sua questão me pegou desprevenida e eu precisei de algum tempo para pensar sobre.

- Na mais provável das hipóteses, eu fugiria com você e aceitaria te manter sob minha proteção, estando junto de si conforme estivesse crescendo -respondi sem muita importância, enquanto ela me apertava um pouco mais forte.

- Não iria sentir medo se, depois de anos, eu somente lhe enxergasse como uma figura materna e me apaixonasse por outro alguém? -seu tom era doloso e eu engoli a seco, soltando um baixo suspiro.

- Muito! Mas seu bem-estar e felicidade são o que eu mais prezo, então, iria aceitar sua decisão -murmurei baixo, não gostando de cogitar aquele cenário.

- Você me deixaria mesmo ir? -sua voz soou emotiva e, sinceramente, eu não compreendia a razão de suas dúvidas.

- Se você, verdadeiramente, ama uma pessoa, deixe-a livre. Se ela voltar, significa que pertence a você, caso o contrário, nunca foi sua -citei com pesar, inconscientemente, agradecendo por não precisar passar por aquilo.

Houve alguns instantes em silêncio, onde eu pude escutar a respiração chorosa de minha namorada contra o meu ombro.

- Eu te amo Wendy -choramingou me abraçando de modo sufocante e eu me preocupei.

Deixei-a sob o chão e acariciei seu rosto, secando as bochechas rosadas.

- Eu sei que isso parece estúpido ao seu ver e me desculpe, eu estou no meu período, então, consequentemente minha sensibilidade aumenta -explicou afobada, se aconchegando em meu peito, e eu beijei seus lábios com carinho.

- Nada do que você diz é estúpido meu amor -pontuei com firmeza- com exceção de suas explicações sobre bandas coreanas, aquilo soa meio estúpido para mim -brinquei, passando meu nariz com delicadeza pelo seu e recebendo sua expressão divertida, um tanto tediosa.

- Não os ofenda assim! -resmungou com manha e eu ri baixo, acatando.

Dei as costas para si e me abaixei, lhe fitando sobre os ombros.

- Vamos comprar alguns doces e ir para casa -sugeri com um sorriso ladino, que foi retribuído.

A maior obedeceu e eu voltei a percorrer nosso caminho, recebendo beijos preguiçosos em minha têmpora.

- Wendy? -sua voz soou baixa ao pé do meu ouvido e eu voltei a assentir- não quero desmerecer o que disse, mas você nunca me deixaria de fato livre, você é muito ciumenta -alegou com humor e eu bufei.

- Eu sei disso! Todavia, este seria um problema, o qual, eu resolveria com um excelente vinho e a companhia irritante de Bianca -conclui ouvindo sua risada gostoso e contagiante- Enid? -sussurrei obtendo toda a sua atenção.

- Sim? -retrucou curiosa.

- Eu te amo -sentenciei, sendo presenteada com mais um dos seus entorpecentes beijos.

Minha pequena Enid era a coisa mais importante da minha vida, independente de sua idade física ou mental, e naquele momento, a única coisa que eu ansiava, era faze-la feliz com alguns doces e seguir para nossa casa.

Just the Little EnidOnde histórias criam vida. Descubra agora