Capítulo 1: "Sinto Muito, Léo"

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Sabe quando você luta para chegar a um lugar, faz o possível e além de passar pelas etapas de frustração e ansiedade, até mesmo perguntar-se, de fato, todo esse esforço vale a pena?

É torturante, no meio do caminho você se compara com quem já conquistou o que você deseja, como se enquanto as águas do sucesso não passam dos seus pés, nos outros, já alcançaram acima de suas cabeças. Não são todos que aceitam a pressão e são pacientes para aguentar o processo até a linha de chegada.

Bem, eu passei por tudo isso, afinal, nem mesmo tive apoio familiar e amigos não eram bem uma opção.

Para falar a verdade, grande parte disso também é minha culpa, eu não tinha um objetivo definido, sabia apenas que cantar e dançar eram as coisas que permitiam as minhas asas encontrarem a liberdade do vento, me fazia sentir livre.

Contudo, nem mesmo as plantas sem o apoio da água conseguem sobreviver ao sol escaldante por muito tempo, elas murcham.

Isso aconteceu comigo.

Me foi forçado a faculdade de administração, mas eu, usando a parte teimosa do meu sangue, o brasileiro, fiz a de dança ao mesmo tempo. Pena que esta teimosia não durou muito e deixei meus passos de dança somente para o quarto e a voz para os banhos de chuveiro.

Bem, decidi que queria ajudar aqueles que se sentiam como eu, felizes e livres ao mover seus corpos em sintonia da música que estronda por todo o local acústico. Que possuíam mais coragem para enfrentar todo esse processo. A coragem que eu não tive.

E cá estou eu, Leonie Venturi, brasileira/norte-americana, nascida de uma noite de reunião entre dois CEO, uma garrafa de álcool e uma péssima decisão há quase vinte e cinco anos atrás, faço parte da staff de um grupo de Kpop: Bangtan Boys há aproximadamente quatro anos.

Como vim parar aqui é irrelevante já que o show da Coreia acabara há três minutos e os garotos entram no camarim, já encontrando toda staff posicionada.

Os primeiros a passarem pela porta são os Kim's: RM, V e Seokjin.

Suas roupas grudam nos corpos esbeltos assim como os cabelos na testa graças ao suor expelido por culpa dos movimentos de dança que tanto me deixam sem fôlego ao vislumbrar.

Todos os parabenizam em um breve aplauso pelo show de sucesso e logo um grupo vai até eles com toalhas e garrafas d'água prontas para saciá-los e ajudá-los da melhor forma possível.

Logo é a vez das duas pessoas mais opostas que já conheci: Suga e J-Hope, os dois são como o sol e a lua, ainda assim, funcionam tão bem em palco quanto fora dele. Uma amizade genuína.

J-Hope entra com sua familiar aura de alegria, entusiasmo e energia em direção ao banheiro — não sem antes piscar para mim com um sorriso encantador, trazendo um próprio aos meus lábios —, enquanto vejo Min Yoongi com sua feição neutra já caçando com os olhos em um lugar a qual possa deitar.

Como eu disse: opostos.

Outra equipe logo os recepciona com os mesmos cuidados e eu espero por aquele a qual sou responsável.

Os garotos têm crescido de forma excepcional dentro da indústria, é possível sentir só pela presença forte que emitem mesmo dentro do camarim. Apenas cinco deles aqui e já parecem sugar todo o ar ao redor, fico orgulhosa por poder estar presenciando este amadurecimento.

E logo vem os dois que mal se desgrudam: Jimin e Jungkook, rindo, enquanto o maknae dá um leve empurrão no outro.

O saudamos e logo um dos responsáveis tem que puxar Jungkook até nós para realizarmos o habitual procedimento.

Broken SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora