"Segredos... até onde eles são prejudiciais para nossos passos? Eu só soube quando cheguei ao limite. Quando as consequencias, enfim, me encontraram."
Há mais de quatro anos, Leônie Bianchi Venturi, uma garota de dupla nacionalidade, aos 24 anos - f...
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Esquecer.
Oito letras.
Segundo o dicionário, é ato de deixar escapar da memória. Como permitir que escrra pelos seus dedos algo que deve ser deixado pra trás.
De todos os atos, o mais custoso
Esquecer algo bom.
Esquecer algo ruim.
Esquecer um gesto.
Esquecer uma sensação.
Esquecer alguém.
Esquecer um sentimento.
Aquele sentimento.
Foi isso que atingiu Leônie assim que os seus olhos se prenderam aos do homem do outro lado da rua. Todas as sensações a qual tanto tentava correr para longe, a atingiram como um tufão em meio uma tempestade que ela insistia em ignorar.
Definitivamente ela não havia esquecido.
O homem poderia continuar se escondendo debaixo do sobretudo preto pelo resto da vida, mas nem mesmo passando mais de cinco anos sem vê-lo pessoalmente, ela poderia deixar de reconhecer aqueles olhos.
Os seus olhos.
Iris de um castanho tão claro quanto o primeiro carvalho da manhã, enfeitado com tímidas sementes de girassol.
Ele permaneceu parado, com as mãos dentro dos bolsos e o olhar que a instigava a se aproximar... a ir até ele.
Como um chamado silencioso.
Para recuar ou prosseguir até o homem, a staff travou no lugar quando uma mão grande e forte passeou até a sua e se entrelaçou aos seus dedos.
Bastou um leve inclinar para o lado e só o rosto de Jackson foi o bastante para que o ar a qual nem mesmo percebeu estar prendendo, escapar por seus lábios entreabertos.
O idol varreu o seu rosto, observando a forma com que sua respiração parecia tão dificultosa quanto a de alguém em uma escalada, a pele passou a ter um aspecto verdadeiramente pálido e os olhos... os olhos exuberantes perderam o brilho único de segundos atrás.
Os dois se encararam por breves segundos e foi o suficiente.
— Você decide ir lá ou não. — sussurrou, vendo-a engolir em seco.
A mão que segurava Emayaline pelos ombros trouxeram a filha para mais perto, como se precisasse protegê-la com o próprio corpo contra uma ameaça constante.
A menininha olhou para cima, observando as feições da mãe.
— Mamãe...?
— Está tudo bem, gatinha — Jackson tomou a frente, atraindo a atenção para si ao se agachar até ficar da sua altura — você pode fazer um favorzinho para mim?
