Capítulo 3 🎼

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Em 1897 o Sr. William Green fundou uma empresa, um grande visionário. Acreditava fielmente que seria o primeiro milionário de sua família, sua concepção sobre sua futura realidade nunca esteve tão correta.

Negócios judiciais eram tratados para si na época e seus serviços foram viajando a diferentes países, contratações, mercados criados, agências de advocacia...

O criador de toda a herança atual da Família Green, foi a bisavó de Louis Green, o homem cuja história está ligada à de Aurora de forma inevitável. Compartilhava com o irmão Thomas, o fruto de serem da terceira geração de uma das mais ricas famílias aristocratas de toda a Inglaterra.

Thomas carregava esse título com orgulho maior do que deveria, Louis não ligava para assuntos de grandes empresas que seu pai tomava conta, mas os demais familiares viviam por isso, sedentos em busca de mais fortunas mesmo que inconscientemente, como uma droga, pelo qual não conseguiam parar o vício.

Desnecessário. Era essa a palavra que Louis encontrava para definir o esnobismo sem tamanho dentre os seus, mas se mantinha calado sobre sua opinião, acreditava que a forma com a qual se portava já era o suficiente para dizer que não compactuava com tudo que faziam em busca de riquezas. Seu pai, Nicholas Green havia sido sempre ausente, no período da infância e adolescência foram raros os momentos em que ambos estiveram próximos, e em sua fase adulta quase todas as conversas que tinham era sobre cargos que Louis teria de assumir em algum momento da vida. "Continue esta dinastia filho, não deixe que ela se encerre, está chegando sua hora de ser grande na família"

Escutou isso não sabia quantas vezes, sempre acompanhado do mesmo discurso entre o jurídico e empresarial, as coisas eram ainda piores pra ele do que Thomas, este era o caçula, não tomaria conta de todas as causas e mesmo que fosse o mais velho, Nicholas não o deixaria em nenhum cargo principal de monitoramento. Confiava em Louis, e via o segundo filho de forma ainda imatura demais, seus gastos sem a devida proporção e a empolgação incontida confirmava que não seria bom em momento algum para gerenciar finanças e se as controlasse levaria a família a falência em pouco tempo.

Afazeres. Tudo dentre a família Green se resumia a afazeres.

Louis Green veio ao mundo pela madrugada em 1971, haviam tantas estrelas no céu no dia de seu nascimento que até mesmo Nicholas ficou surpreso, sua imensa casa de campo na Itália sempre deu uma vista maravilhosa das constelações, mas naquele 27 de junho o homem sorriu pra elas esbanjando felicidade, enquanto sua mulher gritava de dor em seu quarto de casal e um médico e uma enfermeira a amparavam da melhor forma que conseguiam.

O senhor Green apenas subiu as escadas até seu melhor aposento quando os gritos cessaram e o médico o encontrou na sala, lhe deu um aperto de mãos e disse que havia ocorrido tudo bem, ele tinha ganhado um garoto, foi a segunda vez que derramou lágrimas depois de crescido em toda sua vida, a primeira foi quando se casou com o que era em sua concepção a mulher de seus sonhos.

Encontrou Sarah ainda com a testa suada e os cabelos levemente desgrenhados com seu filho nos braços na extensa cama de madeira pura, assim que subiu e abriu a pesada porta de madeira, contemplou a cena por alguns segundos e adentrou o quarto, se sentou na cama, deu um beijo na esposa e com olhos marejados assim como os dela disse:

- Ele é lindo. Obrigado, muito obrigado.

O pequeno ser estava alheio a toda a felicidade que o cercava, os olhinhos fechados, os pequenos dedinhos trancados, formando um punho delicado, mas tinha um sorriso minúsculo e adorável nos lábios. Gentil. Não deveria haver alguém tão gentil desde o nascimento como Louis.

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