Capítulo 12 🗨

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Aurora manteve com sua rotina depois do recital, chegou como sempre com alguns minutos de antecipação e teve Liza logo em seguida em sua sala, a menina estava somente empolgações e a pianista a recebeu com um abraço.

- Deve me contar tudo, nem liguei porque queria explicações pessoalmente. – Foram essas as primeiras palavras da menina, que fizeram Aurora soltar uma risada com tanto imediatismo.

- Eu te contarei, prometo. Talvez lá no café?

Eliza balançou a cabeça freneticamente e Aurora pegou seu pequeno telefone pesado que somente aceitava chamadas e ligações e discou o número de Julia, pedindo que a menina após a aula fosse consigo até Dolores.

Os demais alunos chegaram minutos depois e então elas se concentraram na aula e nos novos ensinamentos do dia até que a hora da saída chegasse.

- Vamos, vamos! – A garotinha pediu, ainda curiosa e empolgada a Aurora, que como sempre, a cada final de aula guardava seus pertences na bolsa de couro marrom.

Seguiram caminho para o local proposto de mãos dadas e sorridentes e logo quando a cigana abriu a porta esverdeada Eliza passou correndo e escolheu a mesa, sempre preferia as que estavam próximas a janela.

A mulher mais velha deixou que ela ficasse sentada no lugar de sua escolha e foi cumprimentar a mãe que estava atrás do balcão.

- Ei! Não sabia que viria pra cá.

- Aparentemente eu tenho conversas pra tratar com aquela loirinha agitada sentada ali.

- Bem... já sirvo vocês, o de sempre?

- Café com leite e chá gelado. E ah, o café mais fraco e doce.

- O de sempre. – Disse com um sorriso e se pôs a ir fazer as bebidas pedidas.

- Espere, que horas vai sair daqui hoje?

- Pode deixar, eu levo Eliza pra casa e vamos juntas, não demoro muito.

Aurora assentiu e se sentou junto da garota.

- Quero que me conte tudo agora, tudo.

Kalitch passou cerca de 10 minutos a contando detalhadamente quase tudo, omitiu as partes que envolviam Louis, mas todo o restante foi dito, desde o quanto acordara nervosa no dia da apresentação até o contentamento que teve quando se viu aos aplausos finais que a audiência concedia para si.

- Deve ter sido lindo.

"E como foi... de longe um dos melhores dias da minha vida"

- Agora conte-me da exposição de sua mãe, estou empolgada pra ver como tudo vai estar.

- Ela anda nervosa, parece que só corre de um lado para o outro.

- Tem as razões dela, não é fácil organizar eventos assim, especialmente quando tem a própria arte envolvida.

- Você sabe quais são os meus dois quadros preferidos, não é?

Aurora a olhou divertidamente, esboçando um sorriso de igual forma.

- Sei sim. – Afirmou a piscando o olho.

Olhou para o ambiente que só tinha mais cliente além de ambas. Um senhor que mantinha a bengala ao seu lado e que tomava café enquanto comia bolinhos doces pacientemente. A cigana o observou, ele esbanjava a estranha calma sábia que as pessoas mais velhas naturalmente mostram ter depois de tanto tempo de vida.

Estavam todas as três mulheres esperando que ele saísse para poderem ir embora também, mas ele não sabia, nem notava esse fator, continuava comendo como se só isso fosse importante.

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