Capítulo 6

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Algo que eu "aprendi" nesses últimos dias foi que, eu não devo ficar tão chocado quando algo ruim acontecer.

Ultimamente, meus dias estão sendo um clico esquisito. Pequenas doses de felicidades que logo depois são massacradas por acontecimentos horríveis.

Às vezes, parece que minha cabeça vai explodir, fico me perguntando várias e várias vezes: "Vale a pena continuar por esses pequenos momentos de felicidade? Do que adianta, se eu sempre acabo dormindo chorando? Do que adianta, se o vazio continua presente mesmo naqueles bons momentos?"

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"Por que eu não consigo ser legal? Odeio pensar pensar no dia que eu tive, todas as coisas que eu falo, 90% do tempo estou sendo agressivo. Qual é o meu problema?"

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S/n e Michael estão em constante crise existencial, ambos estão muito confusos, e é justo, vamos ter um pouco de empatia pela situação em que eles se encontram.

"Algo que eu aprendi." S/n não aprendeu nada.

"90% do tempo estou sendo agressivo." Seria seu mecanismo de defesa? Provavelmente.

Michael deveria pensar pelo lado positivo, ele realmente está evoluindo. Ambos fizeram algo certo, conversaram. Diálogo sempre é o primeiro passo para resolver algo!

Mas vamos deixar esses pensamentos de lado, pelo menos por enquanto.

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— Tchau, filho... Eu prometo que dessa vez eu volto para almoçar com você. —

— Não precisa se preocupar com isso, eu entendo que é difícil pra você. —

— É claro que eu preciso me preocupar, S/n. É difícil, mas não posso ficar o dia todo sem ver o meu filho. —

— Pai... Você já fica o dia todo sem ver o seu filho. — O silêncio se instaurou na casa, o arrependimento subiu pelo meu corpo. — Desculpa... Tchau, até mais tarde. —

Quando abri a porta, me deparei com Michael.

— Oi. —

— Michael! Bom dia. O que está fazendo aqui? —

— Eu costumava te acompanhar. Desculpa, você prefere ir sozinho? — Perguntou, envergonhado.

— Não, não! Obrigado por me esperar. Vamos? —

— Vamos. Ah, bom dia senhor. — Acenou, olhando para o meu pai, que estava logo atrás de mim.

— Bom dia, Michael. —

— Vamos! —

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Andamos até a escola em silêncio. Acho que o Michael percebeu o clima estranho.

"Merda... Por que eu disse aquilo?"

— Aconteceu alguma coisa, você está bem? —

— Estou, e você? —

— Não sei se acredito. —

Não respondi. Não quero mentir para ele, mas não quero conversar sobre isso.

Ele não insistiu, a gente só foi até a sala. Michael precisou voltar para a sua mesa porque Anna voltou.

Os períodos passaram normalmente. Acabei me distraindo uma hora ou outra, mas em geral, fui bem. No intervalo só fiquei dormindo na sala, Simon até me chamou para ir ficar com ele, mas disse que só ia dormir mesmo.

Depois isso, o resto dos períodos também passaram normalmente, na verdade, até saímos mais cedo porque uma professora faltou.

Percebi que Simon e Frederick estavam querendo arrastar o Michael para algum lugar, então só acenei para ele no final da aula, e fui embora sozinho.

Você me odeia? (Michael Afton x Male reader)Onde histórias criam vida. Descubra agora