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Ouvi meu celular despertar e acordei assustada, sentando-me na cama e desligando aquele barulho irritante. Me espreguicei, ouvindo todos os meus musculos estalarem e olhei pelo quarto, suspirando.

Hoje era dia de voltar para Los Angeles e eu estava com medo. Medo de encarar Pietro e medo de tudo em minha boa relação com Claire mudar. Não saber o que me espera em Los Angeles é uma droga.

Me levantei e fui direto para o banheiro, fazendo toda a minha higiene e tomando um bom banho. Noite passada foi incrivel e a festa de casamento da Anna durou até as 06:00 da manhã e incrivelmente todos ficaram até o final. 

Claire e eu quase morremos de tanto dançar ontem e bem, conforme íamos bebendo, mais “atrevida” nossa dança ia ficando e como todas as vezes em que dançamos, acabamos de corpos colados e bocas quase se grudando. Era como se um campo magnetico existisse entre mim e Claire, porque nós sempre acabavamos da mesma forma.

Eu sentia uma tensão sempre que as mãos de Annesley vinham de encontro ao meu corpo e parecia que eu iria implodir com o desejo que meu corpo e minha mente estavam acumulando por ela. E novamente eu cheguei a conclusão de que eu estava enlouquecendo.

Arrumei minha mala e ajeitei o quarto, o deixando do mesmo jeito de quando eu cheguei. Desci para o andar inferior e como de costume risadas invadiram meus ouvidos, me arrancando um instantâneo sorriso. 

— Não, pai. Vocês sabem que ela namora com um carinha ai, e bem mal educado por sinal 

— E o que tem? Ela namorar com alguém não significa que ela está feliz. Fora que agora que vocês estão mais proximas existe essa possibilidade

Era impressão minha ou falavam sobre mim? 

— Não coloque coisas em minha cabeça, pai. Ter meu coração destruido outra vez não está em meus planos.

— Você não pode afirmar que seria decepcionada, querida – Flora quem falou dessa vez – E se você não tenta algo, nunca saberá o final que isso levaria 

— Bom dia pessoal 

Decidi parar de ouvir a conversa da familia e sai para a area externa onde a mesa estava posta.

— Bom dia 

Os tres falaram juntos de uma forma animada. Claire colocou seus olhos em mim e notei-a suspirar, logo se levantando e puxando a cadeira ao seu lado. 

— Sente-se, Belmonte 

Me sentei e logo ela me serviu de uma caneca de café, deixando-me agradece-la com um sutil toque em sua mão.

— Olha Sofia, você vai ter que me dar algumas aulinhas de dança depois – Flora brincou e logo eu soltei uma risada nervosa – Você tem um belo rebolado 

— Tem mesmo – Claire comentou antes mesmo que eu falasse algo

— Eu não sei dançar direito não – Senti minhas bochechas esquentarem quando olhei a mulher ao meu lado – Como você parece estar tão bem depois de beber tanto e dormir pouco? 

Mudei de assunto ao pergunta-la e ela soltou um riso ao perceber o que eu fazia. 

— É o costume, querida. Claire bebe tanto que a ressaca não faz nem cócegas mais  

— Pai!

Soltei uma alta risada ao ouvir Carl que caiu na risada tambem. Claire cerrou os olhos em minha direção fingindo irritação. 

— Desculpe Claire, mas seu pai não mentiu – Flora provocou-a ainda mais e ela fez cara feia, cruzando os braços abaixo dos seios 

— Isso não vale. São tres contra um aqui e eu não tenho ninguém pra me defender 

Cartas para BelmonteOnde histórias criam vida. Descubra agora