SETE ANOS DEPOIS
Despertei de meu sono, sentindo minha cabeça latejar fortemente e meu corpo inteiramente dolorido. Abri os olhos e suspirei, coçando-os e olhando para o lado oposto da cama, vendo aquela mulher que eu nem me lembrava sequer do nome dormir serenamente.
Apertei os olhos fortemente um contra o outro, sentando-me e vendo aquele quarto estranho girar. Céus, como eu odiava ficar de ressaca.
Estalei meus músculos e tirei o lençol que cobria de minha cintura pra baixo, pegando o maço de cigarro no criado mudo ao lado e sentindo meu corpo relaxar quando eu coloquei um na boca e o acendi, tragando para meus pulmões.
Observei a fumaça se desfazer pelo quarto e cocei os olhos, levando um pequeno susto ao sentir a mão da moça em meus ombros, começando uma massagem ali.
— Bom dia, Sofia. – Senti um beijo molhado em minha nuca e traguei o cigarro mais uma vez, fechando os olhos e me deixando aproveitar a massagem que me era proporcionada
— Bom dia… – Deixei no ar e escutei a mulher soltar um riso
— Joane. Estava tão bêbada que nem se lembra do meu nome?
— Oh não me culpe – Me deixei rir e estalei o pescoço, sentindo as mãos de Joane escorregar para a frente de meu corpo desnudo, passeando ousadamente por ali
— O que acha de passarmos o dia inteiro dentro desse quarto, uh? – Indagou Joane e mordeu o lóbulo de minha orelha
Rapidamente levantei, saindo de seu toque e olhando as horas em meu celular, agradecendo por ainda ser bem cedo. Busquei por minhas roupas e comecei a me vestir enquanto ainda mantinha o cigarro entre os lábios.
— O que houve? Falei algo errado?
— Oh não, apenas tenho um dia muito corrido hoje
Traguei uma última vez e larguei aquele resto no cinzeiro, pegando minha blusa e colocando-a, sendo analisada arduamente pela mulher na cama a minha frente, o que me fez soltar um riso.
— O que foi? – Indaguei e abotoei a calça que vestia.
— Nada, é só que você tem um puta charme, sabia? – Deixei com que uma risada escapasse e logo neguei com a cabeça
— Bom, eu tenho que ir – Sorri e estendi a mão na direção de Joane que me olhou curiosa, apertando-a firme – Muito obrigada pela noite.
— Você é muito sei lá, diferente – Mordeu o lábio inferior e eu peguei meu celular e minhas chaves que estavam ao lado também – Deixa o seu número anotado aí pra que eu possa te conhecer melhor depois.
— Oh não. Eu não faço isso – Fechei os lábios em linha reta e respirei fundo, pegando meu coturno que estava largado pelo chão – Bom, a gente se esbarra por aí.
Não esperei que ela falasse mais alguma coisa, apenas saí daquele quarto o mais rápido possível e olhei curiosa para aquela casa desconhecida por mim. Esbarrei com uma moça na cozinha e ela sorriu enquanto tomava café.
— Bom dia – Disse gentil e eu encarei-a tentando me lembrar dela – Não precisa se esforçar, eu não estava aqui. Prazer, Nanda.
— Sofia – Sorri e apertei sua mão que estava estendida em minha direção – Você mora aqui?
— Sim, sou melhor amiga de Joane e dividimos o aluguel. Café? – Ofereceu e eu neguei com a cabeça
— Muito obrigada, mas terei que recusar – Olhei em volta e ela soltou uma risadinha, apontando para um corredor extenso a minha frente

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Cartas para Belmonte
RomantikaSofia Belmonte estava no auge de seus 24 anos quando se encontrou no meio de uma grande bagunça. Estava em um círculo que consistia em seu namorado, sua chefe que ela odiava e uma pessoa misteriosa que a mandava cartas expressando o amor que sentia...