— Eu não acredito que você não vai me dizer como foi em Nova York
Resmungou Paola enquanto estavamos no carro esperando a reunião de Annesley terminar.
— Não tem o que dizer, Paola. Foi normal – Soltei um riso pela cara que ela fez – Nós ficamos no apartamento dos pais dela e como sempre eles me trataram como se fosse da família. Ela me levou pra conhecer um pouquinho da cidade e então a irmã dela casou. Foi só isso que aconteceu nos dias que ficamos la
— Para de ser mentirosa. Eu te conheço e essa sua cara de sonsa não me engana não. Porque não quer me dizer? O que rolou nessa viagem que você precisa me esconder?
— Eu não quero falar sobre isso agora – Admiti e ela bateu as mãos, dando um pulinho no banco
— Eu sabia que tinha coisa ai – Neguei com a cabeça enquanto ria ao ver sua empolgação – Me diz que é coisa boa
— É coisa boa sim, Paola, mas eu prometo que outro dia eu te conto
— Sabia que fofoca sem conclusão pode matar gente?
— Deixe de ser besta – Dei um tapa em seu braço e ela riu
— O que será que a editora quer com ela? – Indaguei realmente curiosa
— Ah deve ser pra tentar adiantar o livro novo – Deu de ombros e observou um rapaz sem camisa que passava ao lado do carro – Eu comecei a ler um livro dela e olha, até que tem muita coisa boa
— Como assim agora você le os livros de Claire?
— Eu conheci um cara e ele me disse que os livros dela eram otimos, então resolvi tentar e realmente é bom – Me olhou e eu franzi o cenho
— Como assim você conheceu um cara? E Malcom?
— Ah ele era um pé no saco – Soltou um riso
— Eu achei que dessa vez iria evoluir pra alguma coisa a mais, pelo jeito que você falava dele
— Eu descobri que ele é um cara toxico pra caramba. Fica tentando controlar o que eu visto e até as coisas que eu gosto ele diz que não ficou bom. Fica querendo dizer pra onde eu devo ou não ir, com quem eu devo andar e isso eu não vou aceitar de cara nenhum. Sempre fui uma mulher independente e não será agora que isso irá mudar
— Eu juro que não imaginava que ele era assim. Ele parecia ser tão gente boa.
— É amiga, as aparências podem enganar direitinho. Os que são “bonzinhos” são os piores por assim dizer – Pegou um pacotinho de chiclete de melancia e logo me deu um – Ele é um escroto mas pense num cara bom de cama. Puta que pariu, o cara é sensacional. Pena que não é só de mandioca que se vive uma camponesa.
— Paola do céu – Soltei uma alta risada sendo acompanhada pela maluca ao meu lado
— É menina, to te falando – Ajeitou os fios de seu cabelo com os dedos – Mas então, como andam as coisas com Pietro?
— Ah amiga, está tudo normal – Olhei para o lado de fora pela janela
— Certo, o que há de errado? – Indagou e eu voltei a olha-la – Você sabe que pode falar comigo sobre qualquer coisa, não sabe?
— Você promete que não vai fazer disso algo maior do que é?
— Prometo
— Tem uma coisa rolando comigo que eu não te contei – Comecei e ela se ajeitou no banco, me olhando mais atentamente – Ja faz um tempo que eu venho recebendo cartas de uma pessoa anonima que se diz estar apaixonada por mim e isso está me deixando dividida. As coisas que essa pessoa me fala e como parece me conhecer incrivelmente bem… Eu não sei explicar mas eu estou me sentindo estranha em relação a isso. Estranha de um jeito muito bom

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Cartas para Belmonte
RomanceSofia Belmonte estava no auge de seus 24 anos quando se encontrou no meio de uma grande bagunça. Estava em um círculo que consistia em seu namorado, sua chefe que ela odiava e uma pessoa misteriosa que a mandava cartas expressando o amor que sentia...