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Senti um chacoalhar em meus ombros e abri os olhos assustada, notando Claire em minha frente enquanto sorria. 

— Olá, dorminhoca. Nós chegamos. – Olhei pela janela do jato e realmente ja estavamos no chão de novo 

— Eu dormi a viagem toda? 

— Sim. Você parecia cansada demais e por isso eu não te acordei. Vamos? 

Levantei e rapidamente passei os dedos por meu cabelo que deveria estar uma bela bagunça depois de minha grande soneca. Peguei minhas malas e Claire fez o mesmo, me ajudando a descer do jato.

Um rapaz veio e pegou nossas malas, levando até um Range Rover preto. Esperou pacientemente que nós duas entrassemos e logo deu partida.

Enquanto o carro passava pelas ruas de Nova York eu só conseguia olhar admirada para aquela beleza toda que estava passando diante de meus olhos. Era tudo tão novo e tão cativante.

A todo segundo Claire me falava um pouquinho sobre o lugar que passavamos e era bom ve-la tão animada falando sobre algo. O carro nos deixou no endereço 212 na 5th Avenue - como Claire me disse - E era um edificio muito luxuoso, como eu ja esperava. 

Pegamos nossas malas e fomos direto para o elevador, não me surpreendendo em nada quando Claire apertou o botão da cobertura e ao entrar naquela cobertura meu queixo quase foi no chão. Por Deus.

— Mãe? Cheguei 

Avisou a mais velha mas tudo o que conseguimos ouvir foi algumas risadas vindo da area externa. Claire colocou nossas malas no canto da sala e segurou minha mão, puxando-me em direção dos risos. 

— Pai, você está roubando – Ouvi aquela voz familiar e sorri antes mesmo de aparecer naquela enorme varanda

— Não é culpa minha se você não sabe jogar, minha filha – Zombou o mais velho 

Assim que chegamos ao centro daquela muvuca minha visão foi tomada por Anna irmã de Claire, sua mãe e seu pai. Os tres estavam sentados a uma enorme mesa de vidro que ali tinha enquanto jogavam cartas.

— Boa tarde meu povo – Claire disse animada chamando a atenção de todos na mesa

Sua mãe foi a primeira a se levantar e contrariando o que eu esperava ela veio direto até mim, me puxando para um abraço apertado. 

— Eu não sabia que você vinha, Sofia – Sorriu largo ao afastar minimamente sua cabeça para me olhar no olhos – Estou tão feliz de você ter vindo tambem 

— Eu quem fico feliz de estar aqui, Sra. Annesley. Peço desculpas por estar invadindo a casa de vocês assim – Falei enquanto era esmagada em seus braços afetuosos 

— Que isso querida, você é muito bem vinda em nossa casa 

— Desculpa mãe, mas eu quem deveria ser abraçada primeiro. Eu sou sua filha – A mais velha resmungou me fazendo rir 

— Pare de encrencar, Clarinete – A irmã de Annesley a puxou para abraça-la 

— Você sabe que eu não gosto quando você me chama assim, Anastasia – A rabugenta disse enquanto apertava a irmã em seus braços 

— Meu amor, solte a pequena Sofia para que a gente fale com ela tambem – O patriarca da casa falou em tom brincalhão para a mulher que ainda me mantinha junto de si 

— As vezes acho que a senhora preferia ter a Srta. Belmonte como filha, mãe – Disse a de olhos âmbar ao ser abraçada por sua mãe, a fazendo rir 

Cartas para BelmonteOnde histórias criam vida. Descubra agora