Seu nariz estava encostado ao meu, sentia seu halito bater contra minha boca exalando aquele cheiro de alcool com menta. A essa altura nós nem estavamos dançando mais. Estavamos ambas paradas e suas unhas ainda insistiam em arranhar a pele de minha cintura de uma forma boa.
Que caralhos eu estava fazendo? Ela estava alterada, era minha chefe e o mais importante, eu tenho namorado.
— Nossa, aqui está muito calor não é? – Falei ao terminar de limpar a garganta, me afastando dela que apenas me lançou um sorriso ladinho
— Vamos embora. Ja está tarde e eu estou cansada – Sussurrou em meu ouvido me fazendo arrepiar
Olhei para meu relogio de pulso e arregalei os olhos ao notar que ja passava das tres da madrugada. Como o tempo passou tão rapido assim?
Claire agarrou minha mão e saiu me puxando até o caixa, onde eu insisti para pagar e ela não deixou, confesso não ter gostado, mas fazer o que né.
No carro Claire insistiu para ir na frente no banco do carona. Ligou o radio do carro e hora ou outra cantava a plenos pulmões junto da musica que tocava.
Tirou seu cinto de segurança e se levantou um pouco no banco, colocando um pouco do corpo pra fora enquanto cantava alto. Levei a mão direita para sua barriga, a segurando enquanto a outra mão eu mantinha no volante e logo ela tornou a se sentar corretamente no banco.
— Está com fome? – Perguntei abaixando um pouco o volume do som
— Ai pior que eu estou – Sorriu ao me olhar
— Gosta de burrito? – Observei ela concordar freneticamente com a cabeça, me fazendo soltar um risinho – Ótimo. Coloque o cinto, Annesley
Logo a mais velha estava prendendo o seu cinto enquanto ainda cantava e rebolava no banco, me arrancando algumas risadas e sorrisos que com toda certeza não estavam em meus planos essa noite, devido ao nosso dia que não foi tão legal.
Estacionei o carro frente a um trailer de rua que vendia o melhor burrito do mundo, sorrindo ao ve-la observando o lugar. Com toda certeza não era nada igual aos lugares que ela frequentava.
— Confia em mim, são otimos burritos
— Ja que você esta dizendo – Deu de ombros e sorriu
— Vai querer de que?
— Eu quero um de carne
— Certo, eu vou querer de frango – Tirei meu cinto e observei ela mexer em sua bolsa, retirando seu cartão que eu havia devolvido e estendendo em minha direção – Deixa que eu pago, Annesley
— Pode passar no meu cartão, Sofia
— Não. Você ja pagou coisas hoje, então o burrito é por minha conta
Sorri e desci do carro antes que ela dissesse mais alguma coisa, vendo-a observar meus passos pela janela. Esperei o casal da frente pedir e logo chegou minha vez. Pedi os dois burritos e dois refrigerantes, dizendo que seria pra levar e cerca de poucos minutos depois eu ja estava pagando e pegando o grande pacote.
Entreguei para Annesley pelo seu lado da janela, vendo-a sorrir ao sentir o cheirinho gostoso que emanava e começou a tomar conta do carro.
— Nossa, até que foi rapido
— É por isso que eu gosto desse lugar – Sorri me ajeitando no banco – Está com muita fome ou eu posso te levar em um lugar para podermos comer?
— Sofia essa noite você pode fazer o que quiser. Prometo que não irei reclamar de nada
— Olha só, que bela evolução nós temos aqui – Zombei vendo-a revirar os olhos – Vai demorar um pouquinho mas prometo que não vai ser tanto assim, e realmente lá vale a pena
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Cartas para Belmonte
RomantizmSofia Belmonte estava no auge de seus 24 anos quando se encontrou no meio de uma grande bagunça. Estava em um círculo que consistia em seu namorado, sua chefe que ela odiava e uma pessoa misteriosa que a mandava cartas expressando o amor que sentia...